Poecilosclerida (Porifera, Demospongiae) da Baia de Camamu e adjacências: Taxonomia e distribuição

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, George
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/12955
Resumo: A Ordem Poecilosclerida é a mais diversa dentre as Demospongiae, contendo 25 famílias, 129 gêneros e 50 subgêneros reconhecidos, e vários milhares de espécies descritas em todo o mundo, distribuídos da zona entre-marés às profundidades abissais. Para o estado da Bahia já foram registradas 137 espécies de esponjas marinhas, sendo 24 pertencentes à Ordem Poecilosclerida. O presente estudo, versando sobre a diversidade de Poecilosclerida da Baía de Camamu e adjacências, reveste-se de importância por esta possuir até o momento apenas o registro de duas espécies, uma de Spirophorida, Craniella quirimure Peixinho et al., 2005, e uma de Astrophorida, Thrombus kittoni (Carter, 1874). Este trabalho objetivou identificar espécimes coletados na região da Baía de Camamu e adjacências, no mínimo até o nível de gênero, realizar estudo qualitativo inédito para a área em substrato consolidado, como fundos rochosos e recifes coralinos, realizando estudo taxonômico com ênfase em novas espécies, novos registros para a costa brasileira, da Bahia ou para a área de estudo, além da redescrição de espécies comuns na área, analisando nesses casos a variabilidade morfológica intra-específica através de estudo comparativo com amostras de províncias e/ou ecorregiões contíguas à da região de estudo. As amostras foram coletadas em diferentes períodos entre os anos de 2003 e 2009, em profundidades variando de 1,7 a 28 m e as coletas foram realizadas por rede de arrasto, por mergulho livre ou autônomo. Um total de 28 táxons foram identificados, compreendendo três subordens e 11 famílias: Acarnidae, Chondropsidae, Desmacididae, Coelosphaeridae, Desmacellidae, Hymedesmiidae, Microcionidae, Mycalidae, Myxillidae, Raspailiidae e Tedaniidae, das quais são descritas três novas espécies organizadas em dois capítulos/artigos: Strongylacidon oxychaetum sp. nov., Strongylacidon solangeae sp. nov. e Acarnus bahianum sp. nov., além de uma quarta não proveniente da área de estudo, S. chelospinata sp. nov., descrita para o Arquipélago de Fernando de Noronha, PE. Um terceiro capítulo, contendo redescrições de nove espécies - Cyamon vickersi, Desmapsamma anchorata, Tedania (Tedania) ignis, Mycale (Mycale) quadripartita, Mycale (Aegogropila) americana, Mycale (Aegogropila) escarlatei, Mycale (Arenochalina) laxissima, Mycale (Carmia) microsigmatosa, Mycale (Zygomycale) angulosa, e trazendo uma tabela com três táxons identificados em nível especifico (Clathria (Microciona) campecheae, Echinodictyum dendroides e Acanthancora coralliophila) e 14 em nível genérico (C. (Microciona) sp.1, C. (Microciona) sp.2, C. (Microciona) sp.3, Clathria sp.1, Clathria sp.2, Clathria sp.3, Desmacella sp., Eurypon sp., Raspailia sp., Lissodendoryx (Anomodoryx) sp., Myxilla sp., Biemna sp. Chaetodoryx sp. e Acanthanchora sp.) que constituem, provavelmente, novas espécies de poríferos, e dois gêneros, Acanthanchora e Chaetodoryx tendo seu primeiro registro para a costa brasileira neste estudo. Dentre as famílias encontradas, Mycalidae foi a mais diversa, com seis espécies. A maioria dos táxons identificados em nível específico e as três novas espécies descritas para a região de Camamu e seu entorno exibem afinidade, em primeiro grau, com a fauna do Caribe, e em segundo, com estoques do Atlântico Oriental e Índico.
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