Fatores associados ao nascimento prematuro incidente, recorrente e termo precoce no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38274 |
Resumo: | Introdução: As consequências adversas do nascimento prematuro (NP) e termo precoce podem ser observadas em curto e em longo prazo. O NP é uma síndrome complexa, resultante de fatores sociodemográficos, psicossociais, nutricionais, comportamentais e biológicos. Um NP anterior é considerado o preditor mais importante para um NP subsequente. Estudos vêm apontando também que os fatores associados ao nascimento termo precoce são semelhantes ao do NP. Além disso, tem-se observado que a cesariana (CS) configura risco aumentado para o nascimento termo precoce. Embora vários estudos tenham examinado os fatores de risco associados ao NP recorrente, são escassos os estudos que avaliam, ao mesmo tempo, os fatores associados ao NP incidente e ao recorrente. Estudos que avaliam a associação entre CS e nascimento termo precoce também são limitados, sobretudo em países de baixa e de média renda. Objetivo geral: Avaliar os fatores associados ao NP incidente, recorrente e termo precoce entre os nascidos vivos do Brasil. Objetivos específicos: 1) Desenvolver um modelo teórico hierarquizado dos determinantes do NP; 2) Investigar a recorrência do nascimento prematuro na coorte de nascimento do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para a Saúde (CIDACS); 3) Explorar se os fatores de risco para o nascimento prematuro são diferentes de acordo com a idade gestacional do nascimento anterior (termo ou pré-termo); 4) Investigar a associação entre CS e nascimento termo precoce de acordo com a Classificação de Robson. Métodos: A Tese apresenta-se na forma de 4 artigos de acordo com cada objetivo específico. No primeiro artigo, foi proposto um modelo teórico hierarquizado dos determinantes do NP que descreve as inter-relações entre as variáveis que compõem cada nível de sua determinação (distal, intermediário e proximal). O segundo e o terceiro artigos foram desenvolvidos com dados da Coorte de nascimentos do CIDACS, com base no modelo teórico desenvolvido no primeiro artigo. Essa coorte foi criada ligando dados do Sistema Nacional de Nascidos Vivos do Brasil (SINASC) e a linha de base da Coorte 100 Milhões de Brasileiros no período de 1º de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2015. No artigo 2, o NP foi definido como um nascimento com menos de 37 semanas de gestação. Regressão logística multivariada foi utilizada para estimar a associação entre o NP na primeira gestação e o NP subsequente. No artigo 3, o NP incidente foi definido como nascimento vivo com idade gestacional inferior a 37 semanas de gestação e precedido de um nascimento a termo anterior. Já o NP recorrente, foi definido como nascimento vivo com idade gestacional inferior a 37 semanas de gestação, precedido de um NP anterior. Utilizou-se modelo de transição longitudinal com regressão logística para investigar se os fatores de risco variaram entre NP incidente e recorrente. Para o desenvolvimento do último artigo, foi conduzido um estudo transversal de base populacional com os dados de rotina do SINASC, no período de 2012 a 2019. Mulheres em idade reprodutiva foram classificadas em um dos dez grupos de Robson com base nas características da gravidez e do parto. Foram utilizados scores de propensão para parear as mulheres que tiveram cesarianas com partos vaginais (1: 1) e regressão logística para avaliar associação entre cesariana e termo precoce. Resultados: No segundo artigo, foram avaliados 3,528,050 nascidos vivos. O odds ratio ajustado para a recorrência de NP foi de 2,58 (Intervalo de confiança de 95% [IC] 95% 2,33- 2,62). A idade gestacional mais jovem no primeiro nascimento aumentou as chances de um NP subsequente (OR ajustada [aOR] <28 semanas 3,61; IC 95% 3,41-3,83; aOR 28 a 31 semanas 3,34; IC 95% 3,19-3,49; e aOR 32 a 36 semanas 2,42; IC 95% 2,38-2,47). Nascidos vivos de mulheres que tiveram dois NPs anteriores foram mais propensos à recorrência do NP (aOR 4,98; IC 95% 4,70-5,27). A recorrência de NP foi mais provável quando o intervalo entre os nascimentos foi inferior a 12 meses. No artigo 2, diferentes fatores de risco para o NP incidente e para o recorrente foram identificados. Foram associados a maior chance de NP incidente, mas não recorrente: superlotação domiciliar (aOR 1,09; IC 95% 1,07-1,10); raça/etnia materna (preta/parda - aOR 1,04; IC 95% 1,03-1,06; e indígena - aOR 1,34; IC 95% 1,24-1,44); idade materna jovem (14-19 anos - aOR 1,16; IC 95% 1,14-1,18) e parto cesáreo (aOR 1,09; IC 95% 1,08-1,11). Foram associados ao NP incidente e ao recorrente, respectivamente, estado civil solteiro (aOR 0,85; IC 95% 0,84-0,86 vs aOR 0,90; IC 95% 0,87-0,93); número reduzido de consultas de pré-natal [(sem consulta - aOR 2,56; IC 95% 2,47-2,66 vs aOR 2,16; IC 95% 1,98-2,36) e (1 a 3 consultas - aOR 2,44; IC 95% 2,40-2,49 vs aOR 2,24; IC 95% 2,14-2,33)]; intervalo curto entre nascimentos [(12 a 23 meses - aOR 1,04; IC 95% 1,02-1,06 vs aOR 1,22; IC 95% 1,17-1,26) e (<12 meses - aOR 1,89; IC 95% 1,80-1,98 vs aOR 2,58; IC 95% 2,38- 2,79)] e idade materna avançada (35-49 anos - aOR 1,42; IC 95% 1,38-1,47 vs aOR 1,45; IC 95% 1,33-1,58). Para a maioria dos fatores de risco, as estimativas pontuais foram maiores para NP incidente do que para NP recorrente. No quarto artigo, foram avaliados 17,081,685 nascidos vivos. Os nascidos por CS tiveram maiores chances de nascimento termo precoce (aOR 1,32; IC 95% 1,32-1,32) em comparação com partos vaginais. As chances de um nascimento termo precoce variam entre os nascidos vivos de mulheres nos diferentes grupos de Robson. Os nascidos vivos por CS de mulheres em grupos com baixa necessidade clínica e taxa esperada de CS apresentaram as maiores chances de serem termo precoce, em comparação com partos vaginais: grupo 2 (aOR 1,50; IC 95% 1,49-1,51); e grupo 4 (aOR 1,57; IC 95% 1,56- 1,58). Maiores chances de um nascimento termo precoce também foram observadas entre os nascidos vivos de mulheres do grupo 3 (aOR 1,30; IC 95% 1,29-1,31). Além disso, nascidos vivos de mulheres com CS em gestação anterior (Grupo 5 - aOR 1,36; IC 95% 1,35-1,37), com gestação pélvica única [(Grupo 6 - aOR 1,16; IC 95% 1,11-1,21) e (Grupo 7 - aOR 1,19; IC 95% 1,16-1,23)], e com gestações múltiplas (Grupo 8 -aOR 1,46; IC 95% 1,40-1,52) tiveram altas chances de nascimento termo precoce. Conclusão: Esses artigos apresentam informações importantes a respeito dos fatores associados ao nascimento prematuro incidente, recorrente e termo precoce no Brasil. Os resultados podem contribuir para o desenvolvimento de estratégias de intervenção e de implementação de políticas públicas que visem à redução do NP em uma gestação subsequente e à redução do número excessivo de cesáreas clinicamente desnecessárias que permitirão a redução do número de nascimentos termo precoce. |
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2023-10-30T10:39:38Z2023-10-30T10:39:38Z2022-03-30ROCHA, Aline dos Santos. Fatores associados ao nascimento prematuro incidente, recorrente e termo precoce no Brasil. 2022. 159 f. Tese (Doutorado em Alimentos, Nutrição e Saúde) - Universidade Federal da Bahia, Escola de Nutrição, Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde, Salvador, 2022.https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38274Introdução: As consequências adversas do nascimento prematuro (NP) e termo precoce podem ser observadas em curto e em longo prazo. O NP é uma síndrome complexa, resultante de fatores sociodemográficos, psicossociais, nutricionais, comportamentais e biológicos. Um NP anterior é considerado o preditor mais importante para um NP subsequente. Estudos vêm apontando também que os fatores associados ao nascimento termo precoce são semelhantes ao do NP. Além disso, tem-se observado que a cesariana (CS) configura risco aumentado para o nascimento termo precoce. Embora vários estudos tenham examinado os fatores de risco associados ao NP recorrente, são escassos os estudos que avaliam, ao mesmo tempo, os fatores associados ao NP incidente e ao recorrente. Estudos que avaliam a associação entre CS e nascimento termo precoce também são limitados, sobretudo em países de baixa e de média renda. Objetivo geral: Avaliar os fatores associados ao NP incidente, recorrente e termo precoce entre os nascidos vivos do Brasil. Objetivos específicos: 1) Desenvolver um modelo teórico hierarquizado dos determinantes do NP; 2) Investigar a recorrência do nascimento prematuro na coorte de nascimento do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para a Saúde (CIDACS); 3) Explorar se os fatores de risco para o nascimento prematuro são diferentes de acordo com a idade gestacional do nascimento anterior (termo ou pré-termo); 4) Investigar a associação entre CS e nascimento termo precoce de acordo com a Classificação de Robson. Métodos: A Tese apresenta-se na forma de 4 artigos de acordo com cada objetivo específico. No primeiro artigo, foi proposto um modelo teórico hierarquizado dos determinantes do NP que descreve as inter-relações entre as variáveis que compõem cada nível de sua determinação (distal, intermediário e proximal). O segundo e o terceiro artigos foram desenvolvidos com dados da Coorte de nascimentos do CIDACS, com base no modelo teórico desenvolvido no primeiro artigo. Essa coorte foi criada ligando dados do Sistema Nacional de Nascidos Vivos do Brasil (SINASC) e a linha de base da Coorte 100 Milhões de Brasileiros no período de 1º de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2015. No artigo 2, o NP foi definido como um nascimento com menos de 37 semanas de gestação. Regressão logística multivariada foi utilizada para estimar a associação entre o NP na primeira gestação e o NP subsequente. No artigo 3, o NP incidente foi definido como nascimento vivo com idade gestacional inferior a 37 semanas de gestação e precedido de um nascimento a termo anterior. Já o NP recorrente, foi definido como nascimento vivo com idade gestacional inferior a 37 semanas de gestação, precedido de um NP anterior. Utilizou-se modelo de transição longitudinal com regressão logística para investigar se os fatores de risco variaram entre NP incidente e recorrente. Para o desenvolvimento do último artigo, foi conduzido um estudo transversal de base populacional com os dados de rotina do SINASC, no período de 2012 a 2019. Mulheres em idade reprodutiva foram classificadas em um dos dez grupos de Robson com base nas características da gravidez e do parto. Foram utilizados scores de propensão para parear as mulheres que tiveram cesarianas com partos vaginais (1: 1) e regressão logística para avaliar associação entre cesariana e termo precoce. Resultados: No segundo artigo, foram avaliados 3,528,050 nascidos vivos. O odds ratio ajustado para a recorrência de NP foi de 2,58 (Intervalo de confiança de 95% [IC] 95% 2,33- 2,62). A idade gestacional mais jovem no primeiro nascimento aumentou as chances de um NP subsequente (OR ajustada [aOR] <28 semanas 3,61; IC 95% 3,41-3,83; aOR 28 a 31 semanas 3,34; IC 95% 3,19-3,49; e aOR 32 a 36 semanas 2,42; IC 95% 2,38-2,47). Nascidos vivos de mulheres que tiveram dois NPs anteriores foram mais propensos à recorrência do NP (aOR 4,98; IC 95% 4,70-5,27). A recorrência de NP foi mais provável quando o intervalo entre os nascimentos foi inferior a 12 meses. No artigo 2, diferentes fatores de risco para o NP incidente e para o recorrente foram identificados. Foram associados a maior chance de NP incidente, mas não recorrente: superlotação domiciliar (aOR 1,09; IC 95% 1,07-1,10); raça/etnia materna (preta/parda - aOR 1,04; IC 95% 1,03-1,06; e indígena - aOR 1,34; IC 95% 1,24-1,44); idade materna jovem (14-19 anos - aOR 1,16; IC 95% 1,14-1,18) e parto cesáreo (aOR 1,09; IC 95% 1,08-1,11). Foram associados ao NP incidente e ao recorrente, respectivamente, estado civil solteiro (aOR 0,85; IC 95% 0,84-0,86 vs aOR 0,90; IC 95% 0,87-0,93); número reduzido de consultas de pré-natal [(sem consulta - aOR 2,56; IC 95% 2,47-2,66 vs aOR 2,16; IC 95% 1,98-2,36) e (1 a 3 consultas - aOR 2,44; IC 95% 2,40-2,49 vs aOR 2,24; IC 95% 2,14-2,33)]; intervalo curto entre nascimentos [(12 a 23 meses - aOR 1,04; IC 95% 1,02-1,06 vs aOR 1,22; IC 95% 1,17-1,26) e (<12 meses - aOR 1,89; IC 95% 1,80-1,98 vs aOR 2,58; IC 95% 2,38- 2,79)] e idade materna avançada (35-49 anos - aOR 1,42; IC 95% 1,38-1,47 vs aOR 1,45; IC 95% 1,33-1,58). Para a maioria dos fatores de risco, as estimativas pontuais foram maiores para NP incidente do que para NP recorrente. No quarto artigo, foram avaliados 17,081,685 nascidos vivos. Os nascidos por CS tiveram maiores chances de nascimento termo precoce (aOR 1,32; IC 95% 1,32-1,32) em comparação com partos vaginais. As chances de um nascimento termo precoce variam entre os nascidos vivos de mulheres nos diferentes grupos de Robson. Os nascidos vivos por CS de mulheres em grupos com baixa necessidade clínica e taxa esperada de CS apresentaram as maiores chances de serem termo precoce, em comparação com partos vaginais: grupo 2 (aOR 1,50; IC 95% 1,49-1,51); e grupo 4 (aOR 1,57; IC 95% 1,56- 1,58). Maiores chances de um nascimento termo precoce também foram observadas entre os nascidos vivos de mulheres do grupo 3 (aOR 1,30; IC 95% 1,29-1,31). Além disso, nascidos vivos de mulheres com CS em gestação anterior (Grupo 5 - aOR 1,36; IC 95% 1,35-1,37), com gestação pélvica única [(Grupo 6 - aOR 1,16; IC 95% 1,11-1,21) e (Grupo 7 - aOR 1,19; IC 95% 1,16-1,23)], e com gestações múltiplas (Grupo 8 -aOR 1,46; IC 95% 1,40-1,52) tiveram altas chances de nascimento termo precoce. Conclusão: Esses artigos apresentam informações importantes a respeito dos fatores associados ao nascimento prematuro incidente, recorrente e termo precoce no Brasil. Os resultados podem contribuir para o desenvolvimento de estratégias de intervenção e de implementação de políticas públicas que visem à redução do NP em uma gestação subsequente e à redução do número excessivo de cesáreas clinicamente desnecessárias que permitirão a redução do número de nascimentos termo precoce.Introduction: The adverse consequences of preterm birth (PTB) and early term can be observed in the short and long term. PTB is a complex syndrome resulting from sociodemographic, psychosocial, nutritional, behavioral and biological factors. A previous PTB is considered the most important predictor for a subsequent NP. Studies have shown that risk factors for early-term birth are similar to those for PTB, with emphasis on cesarean section (CS). Although several studies have examined the risk factors associated with recurrent PTB, few studies assess, at the same time, the factors associated with incident and recurrent PTB. Studies evaluating the association between CS and early-term birth are also limited, especially in low- and middle-income countries. General objective: To assess the factors associated with incident and recurrent PTB and early-term birth among live births in Brazil. Specific objectives: 1) Develop a hierarchical theoretical model of PTB determinants; 2) Estimate the associations between the previous PTB and the recurrence of the PTB; 2) Investigate the recurrence of preterm birth in the Center for Data and Knowledge Integration for Health (CIDACS) birth cohort; 3) Explore whether risk factors for preterm birth are different according to the gestational age of the previous birth (term or preterm); 4) Investigate the association between CS and early-term birth according to the Robson Classification. Methods: The thesis was presented in four articles according to each specific objective. To carry out the first article, a hierarchical theoretical model of the PTB determinants was proposed, which describes the interrelationships between the variables in each level of its determination (distal, intermediate, and proximal). The second and third articles were developed with data from the CIDACS birth cohort, based on the theoretical model developed on the previous objective. This cohort was created by linking data from the National System of Live Births in Brazil (SINASC) and the 100 Million Brazilians Cohort baseline for the period from January 1, 2001, to December 31, 2015. In article 2, PTB was defined as birth with less than 37 weeks of gestation. Multivariate logistic regression was used to estimate the association between PTB in the first pregnancy and the subsequent PTB. In article 3, incident PTB was defined as a live birth with a gestational age less than 37 weeks and preceded by a previous full-term birth; and recurrent PTB was defined as live birth with a gestational age less than 37 weeks preceded by a previous PTB. Longitudinal transition model with logistic regression was used to investigate whether risk factors varied between incident and recurrent PTB. For the development of the 4th article, a population-based cross-sectional study was conducted with routine data from SINASC, from 2012 to 2019. Women of reproductive age were classified into one of the ten Robson groups based on characteristics of pregnancy and delivery. Propensity scores were used to match women who had cesarean sections with women who had vaginal deliveries (1: 1). Logistic regression was used to assess the association between cesarean section and early-term. Results: In the second article, 3,528,050 live births were evaluated. The adjusted odds for the recurrence of a PTB was 2.58 (95% confidence interval [CI] 2.53–2.62). Lower gestational ages in a previous pregnancy increased the odds of a subsequent PTB (<28 weeks: adjusted OR [aOR] 3.61, 95% CI 3.41– 3.83; 28–31 weeks: aOR 3.34, 95% CI 3.19–3.49; and 32–36 weeks: aOR 2.42, 95% CI 2.38– 2.47). Women who had two previous PTBs were at high risk of having a third (aOR 4.98, 95% CI 4.70–5.27). Recurrence of PTB was more likely when the interbirth interval was less than 12 months. In the second article, different risk factors for incident and recurrent PTB were identified. The following factors were associated with an increased chance for PTB incidence, but not recurrence: household overcrowding (aOR 1.09; 95% CI 1,07-1,10), maternal race/ethnicity [(black/mixed: aOR 1.04; 95% CI 1.03-1.06) and (indigenous: aOR 1.34; 95% CI 1.24-1.44)], young maternal age (14–19 years: aOR 1.16; 95% CI 1.14-1.18), and cesarean delivery (aOR 1.09; 95% CI 1.08-1.11). The following factors were associated with both incident and recurrent PTB, respectively: single marital status (OR 0.85; 95% CI 0.84-0.86 vs 0.90; 95% CI 0.87-0.93), reduced number of prenatal visits [(No visit: aOR 2.56; 95% CI 2.47- 2.66 vs aOR 2.16; 95% CI 1.98-2.36) and (1–3 visits: aOR 2.44; 95% CI 2.40-2.49 vs OR 2.24; 95% CI 2.14-2.33)], short interbirth intervals [(12–23 months: aOR 1.04; 95% CI 1.02-1.06 vs aOR 1.22; 95% CI 1.17-1.26), and (<12 months: aOR 1.89; 95% CI 1.80-1.98 vs aOR 2.58; 95% CI 2.38-2.79)], and advanced maternal age (35–49 years: aOR 1.42; 95% CI 1.38-1.47 vs aOR 1.45; 95% CI 1.33-1.58). For most risk factors, the point estimates were higher for PTB incidence than recurrence. In the fourth article, 17,081,685 live births were included. Births by CS had higher odds of early-term birth (aOR 1.32; 95% CI 1.32-1.32) compared with vaginal deliveries. Births by CS to women in groups with low clinical need and expected rate of CS showed the highest odds of early term compared with vaginal deliveries: group 2 (aOR 1.50; 95% CI 1.49–1.51) and group 4 (aOR 1.57; 95% CI 1.56-1.58). Increased odds of early-term births were also observed among births of women in group 3 (aOR 1.30; 95% CI 1.29–1.31). Also, births from women with a previous CS (Group 5: aOR 1.36; 95% CI 1.35–1.37), single breech pregnancy [(Group 6: aOR 1.16; 95% CI 1.11-1.21) and (Group 7: aOR 1.19; 95% CI 1.16-1.23)], and multiple pregnancies (Group 8: aOR 1.46, 95% CI 1.40–1.52) had high odds of an early-term birth. Conclusion: These articles present important information regarding the factors associated with incident and recurrent preterm birth and early-term birth in Brazil. The results can contribute to the development of intervention strategies and implementation of public policies aimed at reducing PTB in a subsequent pregnancy and reducing the excessive number of clinically unnecessary cesarean sections which will allow the reduction in the number of early-term births.Submitted by Aline Rocha (linny_rochaa@hotmail.com) on 2023-10-27T16:00:44Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5) Aline dos Santos Rocha. TCC - Tese.pdf: 1995887 bytes, checksum: 92557ec954ee364ccb1c7cbe19361fbc (MD5)Approved for entry into archive by Marly Santos (marly@ufba.br) on 2023-10-30T10:39:38Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Aline dos Santos Rocha. TCC - Tese.pdf: 1995887 bytes, checksum: 92557ec954ee364ccb1c7cbe19361fbc (MD5) license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5)Made available in DSpace on 2023-10-30T10:39:38Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Aline dos Santos Rocha. TCC - Tese.pdf: 1995887 bytes, checksum: 92557ec954ee364ccb1c7cbe19361fbc (MD5) license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5) Previous issue date: 2022-03-30Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES)porUniversidade Federal da BahiaPrograma de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde (PGNUT)UFBABrasilEscola de NutriçãoCC0 1.0 Universalhttp://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/info:eu-repo/semantics/openAccessRisk factorsPreterm BirthRecurrent preterm birthRecurrence riskCaesareanEarly-term birthInfant, PrematureRecidivaCesarean SectionCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::NUTRICAOFatores de riscoNascimento Pré-termoNascimento prematuro recorrenteRisco de recorrênciaCesarianaNascimento termo precoceRecém-Nascido PrematuroCesáreaRecurrenceFatores associados ao nascimento prematuro incidente, recorrente e termo precoce no BrasilFactors associated with incidente and recurrent preterm birth and early-term birth in BrazilDoutoradoinfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionSilva, Rita de Cássia Ribeirohttps://orcid.org/0000-0002-8387-9254http://lattes.cnpq.br/8561050789281017Almeida, Márcia Furquimhttps://orcid.org/0000-0003-0052-1888http://lattes.cnpq.br/5249772042930769Silva, Rita de Cássia Ribeirohttps://orcid.org/0000-0002-8387-9254http://lattes.cnpq.br/8561050789281017Leal, Maria do Carmohttps://orcid.org/0000-0002-3047-515Xhttp://lattes.cnpq.br/1739719648554524Velasquez-Melendez, Jorge Gustavohttps://orcid.org/0000-0001-8349-5042http://lattes.cnpq.br/8406550065682773Paixão, Enny Santos dahttps://orcid.org/0000-0002-4797-908Xhttp://lattes.cnpq.br/9106176538390824Barreto, Maurício Limahttps://orcid.org/0000-0002-0215-4930http://lattes.cnpq.br/4702999283260777https://orcid.org/0000-0003-3806-6446http://lattes.cnpq.br/4983174646586685Rocha, Aline dos Santosreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBATEXTAline dos Santos Rocha. TCC - Tese.pdf.txtAline dos Santos Rocha. TCC - Tese.pdf.txtExtracted texttext/plain564216https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/38274/4/Aline%20dos%20Santos%20Rocha.%20TCC%20-%20Tese.pdf.txt91c2ced8c52b0d4757c8e4d6949cb59cMD54ORIGINALAline dos Santos Rocha. TCC - Tese.pdfAline dos Santos Rocha. 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Introdução: As consequências adversas do nascimento prematuro (NP) e termo precoce podem ser observadas em curto e em longo prazo. O NP é uma síndrome complexa, resultante de fatores sociodemográficos, psicossociais, nutricionais, comportamentais e biológicos. Um NP anterior é considerado o preditor mais importante para um NP subsequente. Estudos vêm apontando também que os fatores associados ao nascimento termo precoce são semelhantes ao do NP. Além disso, tem-se observado que a cesariana (CS) configura risco aumentado para o nascimento termo precoce. Embora vários estudos tenham examinado os fatores de risco associados ao NP recorrente, são escassos os estudos que avaliam, ao mesmo tempo, os fatores associados ao NP incidente e ao recorrente. Estudos que avaliam a associação entre CS e nascimento termo precoce também são limitados, sobretudo em países de baixa e de média renda. Objetivo geral: Avaliar os fatores associados ao NP incidente, recorrente e termo precoce entre os nascidos vivos do Brasil. Objetivos específicos: 1) Desenvolver um modelo teórico hierarquizado dos determinantes do NP; 2) Investigar a recorrência do nascimento prematuro na coorte de nascimento do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para a Saúde (CIDACS); 3) Explorar se os fatores de risco para o nascimento prematuro são diferentes de acordo com a idade gestacional do nascimento anterior (termo ou pré-termo); 4) Investigar a associação entre CS e nascimento termo precoce de acordo com a Classificação de Robson. Métodos: A Tese apresenta-se na forma de 4 artigos de acordo com cada objetivo específico. No primeiro artigo, foi proposto um modelo teórico hierarquizado dos determinantes do NP que descreve as inter-relações entre as variáveis que compõem cada nível de sua determinação (distal, intermediário e proximal). O segundo e o terceiro artigos foram desenvolvidos com dados da Coorte de nascimentos do CIDACS, com base no modelo teórico desenvolvido no primeiro artigo. Essa coorte foi criada ligando dados do Sistema Nacional de Nascidos Vivos do Brasil (SINASC) e a linha de base da Coorte 100 Milhões de Brasileiros no período de 1º de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2015. No artigo 2, o NP foi definido como um nascimento com menos de 37 semanas de gestação. Regressão logística multivariada foi utilizada para estimar a associação entre o NP na primeira gestação e o NP subsequente. No artigo 3, o NP incidente foi definido como nascimento vivo com idade gestacional inferior a 37 semanas de gestação e precedido de um nascimento a termo anterior. Já o NP recorrente, foi definido como nascimento vivo com idade gestacional inferior a 37 semanas de gestação, precedido de um NP anterior. Utilizou-se modelo de transição longitudinal com regressão logística para investigar se os fatores de risco variaram entre NP incidente e recorrente. Para o desenvolvimento do último artigo, foi conduzido um estudo transversal de base populacional com os dados de rotina do SINASC, no período de 2012 a 2019. Mulheres em idade reprodutiva foram classificadas em um dos dez grupos de Robson com base nas características da gravidez e do parto. Foram utilizados scores de propensão para parear as mulheres que tiveram cesarianas com partos vaginais (1: 1) e regressão logística para avaliar associação entre cesariana e termo precoce. Resultados: No segundo artigo, foram avaliados 3,528,050 nascidos vivos. O odds ratio ajustado para a recorrência de NP foi de 2,58 (Intervalo de confiança de 95% [IC] 95% 2,33- 2,62). A idade gestacional mais jovem no primeiro nascimento aumentou as chances de um NP subsequente (OR ajustada [aOR] <28 semanas 3,61; IC 95% 3,41-3,83; aOR 28 a 31 semanas 3,34; IC 95% 3,19-3,49; e aOR 32 a 36 semanas 2,42; IC 95% 2,38-2,47). Nascidos vivos de mulheres que tiveram dois NPs anteriores foram mais propensos à recorrência do NP (aOR 4,98; IC 95% 4,70-5,27). A recorrência de NP foi mais provável quando o intervalo entre os nascimentos foi inferior a 12 meses. No artigo 2, diferentes fatores de risco para o NP incidente e para o recorrente foram identificados. Foram associados a maior chance de NP incidente, mas não recorrente: superlotação domiciliar (aOR 1,09; IC 95% 1,07-1,10); raça/etnia materna (preta/parda - aOR 1,04; IC 95% 1,03-1,06; e indígena - aOR 1,34; IC 95% 1,24-1,44); idade materna jovem (14-19 anos - aOR 1,16; IC 95% 1,14-1,18) e parto cesáreo (aOR 1,09; IC 95% 1,08-1,11). Foram associados ao NP incidente e ao recorrente, respectivamente, estado civil solteiro (aOR 0,85; IC 95% 0,84-0,86 vs aOR 0,90; IC 95% 0,87-0,93); número reduzido de consultas de pré-natal [(sem consulta - aOR 2,56; IC 95% 2,47-2,66 vs aOR 2,16; IC 95% 1,98-2,36) e (1 a 3 consultas - aOR 2,44; IC 95% 2,40-2,49 vs aOR 2,24; IC 95% 2,14-2,33)]; intervalo curto entre nascimentos [(12 a 23 meses - aOR 1,04; IC 95% 1,02-1,06 vs aOR 1,22; IC 95% 1,17-1,26) e (<12 meses - aOR 1,89; IC 95% 1,80-1,98 vs aOR 2,58; IC 95% 2,38- 2,79)] e idade materna avançada (35-49 anos - aOR 1,42; IC 95% 1,38-1,47 vs aOR 1,45; IC 95% 1,33-1,58). Para a maioria dos fatores de risco, as estimativas pontuais foram maiores para NP incidente do que para NP recorrente. No quarto artigo, foram avaliados 17,081,685 nascidos vivos. Os nascidos por CS tiveram maiores chances de nascimento termo precoce (aOR 1,32; IC 95% 1,32-1,32) em comparação com partos vaginais. As chances de um nascimento termo precoce variam entre os nascidos vivos de mulheres nos diferentes grupos de Robson. Os nascidos vivos por CS de mulheres em grupos com baixa necessidade clínica e taxa esperada de CS apresentaram as maiores chances de serem termo precoce, em comparação com partos vaginais: grupo 2 (aOR 1,50; IC 95% 1,49-1,51); e grupo 4 (aOR 1,57; IC 95% 1,56- 1,58). Maiores chances de um nascimento termo precoce também foram observadas entre os nascidos vivos de mulheres do grupo 3 (aOR 1,30; IC 95% 1,29-1,31). Além disso, nascidos vivos de mulheres com CS em gestação anterior (Grupo 5 - aOR 1,36; IC 95% 1,35-1,37), com gestação pélvica única [(Grupo 6 - aOR 1,16; IC 95% 1,11-1,21) e (Grupo 7 - aOR 1,19; IC 95% 1,16-1,23)], e com gestações múltiplas (Grupo 8 -aOR 1,46; IC 95% 1,40-1,52) tiveram altas chances de nascimento termo precoce. Conclusão: Esses artigos apresentam informações importantes a respeito dos fatores associados ao nascimento prematuro incidente, recorrente e termo precoce no Brasil. Os resultados podem contribuir para o desenvolvimento de estratégias de intervenção e de implementação de políticas públicas que visem à redução do NP em uma gestação subsequente e à redução do número excessivo de cesáreas clinicamente desnecessárias que permitirão a redução do número de nascimentos termo precoce. |
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