Análise de componentes ecológicos, aspectos morfodinâmicos e nível de uso como ferramentas para a gestão integrada das praias arenosas

• Autor(a) principal: Carvalho, Anderson Abbehusen Freire de
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
• Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34754
• topic: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIA::GEOLOGIA AMBIENTAL; Conservação costeira; Praia arenosa; Geologia ambiental; Praias; Coastal conservation; Sandy beach; Environmental geology; Beaches

Mesmo possuindo um equilíbrio ecológico delicado, as praias arenosas não têm sido reconhecidas como áreas prioritárias para conservação. Para boa parte da população que frequenta as zonas costeiras, as praias arenosas aparentam ser um sistema biologicamente pobre e valorizado apenas pelos aspectos paisagísticos e de recreação. O uso recreativo intenso das praias e a ocupação desordenada do pós-praia aumentam os impactos sobre esses ambientes, alterando a deposição de sedimentos, dificultando o deslocamento da biota e aumentando os processos erosivos, comprometendo a funcionalidade ecossistêmica. Diante deste contexto, se faz necessário realizar estudos de indicadores que possam fomentar estratégias adequadas para a gestão costeira, preservando o equilíbrio dos ecossistemas e a manutenção dos seus serviços, inclusive os considerados essenciais para a espécie humana. Desta forma, o presente trabalho, foi dividido em duas etapas. A primeira teve como objetivo discutir como os processos geoambientais, a exemplo dos morfodinâmicos e climáticos, atuam sobre a biodiversidade das praias arenosas e como estes fenômenos podem influenciar o equilíbrio ecossistêmico e a oferta dos seus serviços, para tanto, foi feito uma ampla pesquisa enaltecendo o estado da arte do referido tema, que reforçou, como apontam os resultados, de que a praia arenosa, além de espaço de recreação e lazer, também é um ecossistema delicado e que sua biodiversidade está muito exposta, tanto aos fatores físicos e climáticos, quanto aos impactos antrópicos. Na segunda etapa, foi feito uma pesquisa com o objetivo de indicar limites ecológicos e de uso para as praias arenosas, usando como modelo a Praia de Imbassaí. Foram analisados 10 indicadores ecológicos, que incluíram desde a condição estética e de balneabilidade, até o estudo da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos. Também foram avaliados a modelagem das ondas e o transporte sedimentar. Os resultados indicaram que a praia arenosa é afetada pela dinâmica costeira e que seus ecossistemas apresentam características que favorecem a manutenção de serviços importantes como o de suporte, regulação e produção, que elevam a qualidade dos serviços prestados a própria espécie humana, como os de recreação e lazer. No entanto, devido a perspectiva do aumento do uso e da ocupação do pós-praia, bem como o panorama das mudanças climáticas futuras, principalmente o aumento do nível do mar, é necessário formular um modelo de desenvolvimento costeiro, que integre as praias arenosas e que respeite a capacidade de carga e dos seus limites de resiliência. Entender que as praias são ecossistemas dinâmicos, sensíveis as interferências antrópicas, é fundamental, não só para a conservação desses ambientes, mas também para garantir ocupação ordenada da zona costeira e a qualidade dos serviços prestados pelas praias arenosas aos seus usuários.