As (re)significações que a festa de Iemanjá expressa ao bairro do Rio Vermelho-Salvador-Bahia: cultura e religião afrobrasileiras como vetores de (tras)formação urbana.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos Junior, Flávio Cardoso dos
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38926
Resumo: Bairro do Rio Vermelho, Salvador, Bahia. Este é o cenário onde acontece o estudo que ora se apresenta. Antes da chegada do colonizador europeu era morada da etnia Tupinambá. Após isso passou por diversos processos e foi gradativamente ganhando novas roupagens: de vila de pescadores a balneário de veraneio virou motivo de desejo da especulação imobiliária e ao mesmo passo caiu no gosto da classe artística tornado-se reduto da boêmia local. Por ter tradição pesqueira cedeu espaço a homenagens a Iemanjá, Orixá de predileção da comunidade dos pescadores que no início do século passado começaram a festejar no dia 2 de fevereiro, apesar das fricções com a Igreja Católica, o dia da Rainha das Águas. O que começou de maneira despretensiosa foi caindo nas graças da população local, ganhando potência e fama nacional, seja através das letras e musicas de Dorival Caymmi, dos romances de Jorge Amado, das pinturas de Caribé e tantos outros que poderíamos citar. Até então a festa acontecia de forma intimista e improvisada, mas chegou um ponto que os organizadores já não contavam com recursos para dar conta da demanda crescente de publico e na década de 1960 o pescador Flaviano resolve pedir apoio a Prefeitura. Começaria ali o processo de ordenamento do festejo, onde o Estado ganha o status de Agente produtor e organizador da festa. Paralelo a esses acontecimentos o governo estadual promove uma política de “valorização” da cultura local, tornando esta lucrativa, seria o início do Turismo Cultural ou Étnico ou de Raízes. Não distante disso, a partir da década de 1990 a Prefeitura Municipal de Salvador (PMS) começa a estabelecer parcerias com as grandes Cervejarias, onde as mesmas começariam a ter exclusividade na venda de suas marcas. Surgia então, juntamente com a rede hoteleira e demais indústrias, os novos protagonistas da “mercantilização” da Festa de Iemanjá. Destarte disso, a fim de entender o vasto campo (que chega a receber mais de um milhão de pessoas no dia 2 de fevereiro, segundo a PMS) a ser estudado entendi que precisaria ser feita um recorte e assim o fiz: Um de ordem temporal e outro espacial. Seriam os vetores da festa. O primeiro dado em função do tempo onde se tem dois pontos marcantes que é a Alvorada festiva logo na madrugada e a entrega do “Presente Principal” no fim da tarde onde sai um cortejo marítimo. O segundo vetor é relacionado à espacialidade, onde elejo três sítios: o “asfalto”, a “areia” e o “mar”. Cada qual com suas especificidades. Dessa maneira, o estudo procura estabelecer as relações entre: festa, ritual afro-brasileiro e a cidade de Salvador e tem como hipótese e proposição de tese, o fato do folguedo trazer para o bairro elementos de ordem urbanístico e cultural que influenciam na paisagem e dinâmica social, religiosa e afetiva do local, seja através da memória e outros dispositivos como as mudanças e transformações da arquitetura soteropolitana. Assim, proponho que a festa traz novos elementos e tessituras ao bairro, pois esse no dia do festejo ganha novas configurações e roupagens que deixam resíduos após o dia 2 de fevereiro. Assim, lanço mão do Método Etnográfico usando uma descrição que chamo de “auto-participativa”, onde me valho dos dispositivos da “Observação Participante” e “Autoetnografia”. Através do diálogo com os interlocutores procuro desvendar a cidade a partir de uma linguagem estética analisada por de mapas, fotos, filmagens e desenhos, seja dos cortejos, das pessoas, dos monumentos, das fachadas de casas e prédios e das imagens de Iemanjá. Enfim, as pinturas, estátuas, indumentárias e outros são produções artísticas feitas a partir do imaginário afim de realizarem o culto à Iemanjá que, além de colorir o bairro, compõem a imagem estética e étnica de Salvador.
id UFBA-2_9703ffaf39536c100674b07b1464a2e9
oai_identifier_str oai:repositorio.ufba.br:ri/38926
network_acronym_str UFBA-2
network_name_str Repositório Institucional da UFBA
repository_id_str 1932
spelling 2024-01-26T13:16:24Z2024-01-26T13:16:24Z2023-12-19https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38926Bairro do Rio Vermelho, Salvador, Bahia. Este é o cenário onde acontece o estudo que ora se apresenta. Antes da chegada do colonizador europeu era morada da etnia Tupinambá. Após isso passou por diversos processos e foi gradativamente ganhando novas roupagens: de vila de pescadores a balneário de veraneio virou motivo de desejo da especulação imobiliária e ao mesmo passo caiu no gosto da classe artística tornado-se reduto da boêmia local. Por ter tradição pesqueira cedeu espaço a homenagens a Iemanjá, Orixá de predileção da comunidade dos pescadores que no início do século passado começaram a festejar no dia 2 de fevereiro, apesar das fricções com a Igreja Católica, o dia da Rainha das Águas. O que começou de maneira despretensiosa foi caindo nas graças da população local, ganhando potência e fama nacional, seja através das letras e musicas de Dorival Caymmi, dos romances de Jorge Amado, das pinturas de Caribé e tantos outros que poderíamos citar. Até então a festa acontecia de forma intimista e improvisada, mas chegou um ponto que os organizadores já não contavam com recursos para dar conta da demanda crescente de publico e na década de 1960 o pescador Flaviano resolve pedir apoio a Prefeitura. Começaria ali o processo de ordenamento do festejo, onde o Estado ganha o status de Agente produtor e organizador da festa. Paralelo a esses acontecimentos o governo estadual promove uma política de “valorização” da cultura local, tornando esta lucrativa, seria o início do Turismo Cultural ou Étnico ou de Raízes. Não distante disso, a partir da década de 1990 a Prefeitura Municipal de Salvador (PMS) começa a estabelecer parcerias com as grandes Cervejarias, onde as mesmas começariam a ter exclusividade na venda de suas marcas. Surgia então, juntamente com a rede hoteleira e demais indústrias, os novos protagonistas da “mercantilização” da Festa de Iemanjá. Destarte disso, a fim de entender o vasto campo (que chega a receber mais de um milhão de pessoas no dia 2 de fevereiro, segundo a PMS) a ser estudado entendi que precisaria ser feita um recorte e assim o fiz: Um de ordem temporal e outro espacial. Seriam os vetores da festa. O primeiro dado em função do tempo onde se tem dois pontos marcantes que é a Alvorada festiva logo na madrugada e a entrega do “Presente Principal” no fim da tarde onde sai um cortejo marítimo. O segundo vetor é relacionado à espacialidade, onde elejo três sítios: o “asfalto”, a “areia” e o “mar”. Cada qual com suas especificidades. Dessa maneira, o estudo procura estabelecer as relações entre: festa, ritual afro-brasileiro e a cidade de Salvador e tem como hipótese e proposição de tese, o fato do folguedo trazer para o bairro elementos de ordem urbanístico e cultural que influenciam na paisagem e dinâmica social, religiosa e afetiva do local, seja através da memória e outros dispositivos como as mudanças e transformações da arquitetura soteropolitana. Assim, proponho que a festa traz novos elementos e tessituras ao bairro, pois esse no dia do festejo ganha novas configurações e roupagens que deixam resíduos após o dia 2 de fevereiro. Assim, lanço mão do Método Etnográfico usando uma descrição que chamo de “auto-participativa”, onde me valho dos dispositivos da “Observação Participante” e “Autoetnografia”. Através do diálogo com os interlocutores procuro desvendar a cidade a partir de uma linguagem estética analisada por de mapas, fotos, filmagens e desenhos, seja dos cortejos, das pessoas, dos monumentos, das fachadas de casas e prédios e das imagens de Iemanjá. Enfim, as pinturas, estátuas, indumentárias e outros são produções artísticas feitas a partir do imaginário afim de realizarem o culto à Iemanjá que, além de colorir o bairro, compõem a imagem estética e étnica de Salvador.Rio Vermelho neighborhood, Salvador, Bahia. This is the scenario where the present study takes place. Before the arrival of European colonizers, it was home to the Tupinambá ethnic group. After that, it went through several processes and gradually gained new guises: from a fishing village to a summer resort, it became a subject of desire for real estate speculation and at the same time it became popular among the artistic class and became a stronghold of local bohemia. As it has a fishing tradition, it gave way to paying homage to Iemanjá, the Orixá favored by the fishing community who, at the beginning of the last century, began to celebrate the day of the Queen of Waters on February 2nd, despite friction with the Catholic Church. What began in an unpretentious way became popular with the local population, gaining power and national fame, whether through the lyrics and music of Dorival Caymmi, the novels of Jorge Amado, the paintings of Caribé and so many others that we could mention. Until then, the party took place in an intimate and improvised way, but there came a point where the organizers no longer had the resources to cope with the growing demand from the public and in the 1960s the fisherman Flaviano decided to ask the City Hall for support. The process of organizing the celebration would begin there, where the State gains the status of producing and organizing agent of the festival. Parallel to these events, the state government promotes a policy of “valuing” local culture, making it profitable, which would be the beginning of Cultural, Ethnic or Roots Tourism. Not far from this, from the 1990s onwards, Salvador City Hall (PMS) began to establish partnerships with large Breweries, where they would begin to have exclusivity in the sale of their brands. Then, together with the hotel chain and other industries, the new protagonists of the “commodification” of the Festa de Iemanjá emerged. Therefore, in order to understand the vast field (which receives more than a million people on February 2nd, according to the PMS) to be studied, I understood that a cut would need to be made and so I did: One of temporal order and another space. They would be the vectors of the party. The first data is based on time where there are two notable points, which are the festive Dawn in the early hours of the morning and the delivery of the “Main Gift” in the late afternoon where a maritime procession leaves. The second vector is related to spatiality, where I choose three sites: the “asphalt”, the “sand” and the “sea”. Each with its specificities. In this way, the study seeks to establish the relationships between: festival, Afro-Brazilian ritual and the city of Salvador and its hypothesis and thesis proposition is the fact that the festivities bring urban and cultural elements to the neighborhood that influence the landscape and social, religious and affective dynamics of the place, whether through memory and other devices such as the changes and transformations of Salvador's architecture. Thus, I propose that the party brings new elements and textures to the neighborhood, as on the day of the celebration it gains new configurations and outfits that leave residue after February 2nd. Thus, I use the Ethnographic Method using a description that I call “self-participatory”, where I use the devices of “Participant Observation” and “Autoethnography”. Through dialogue with interlocutors, I seek to unveil the city based on an aesthetic language analyzed using maps, photos, footage and drawings, whether of processions, people, monuments, facades of houses and buildings and images of Iemanjá. Finally, the paintings, statues, clothing and others are artistic productions made from the imagination in order to carry out the cult of Iemanjá which, in addition to coloring the neighborhood, make up the aesthetic and ethnic image of Salvador.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da BahiaporUNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAPrograma de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) UFBABrasilFaculdade de ArquiteturaCC0 1.0 Universalinfo:eu-repo/semantics/openAccessArchitecture and UrbanismLeisure and partiesAfro-Brazilian ReligionIemanjá FestivalCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADASArquitetura e UrbanismoLazer e festaReligião e Cultura Afro-brasileirasIemanjá, Festa deAs (re)significações que a festa de Iemanjá expressa ao bairro do Rio Vermelho-Salvador-Bahia: cultura e religião afrobrasileiras como vetores de (tras)formação urbana.The (re)significations that the festival of Iemanjá expresses to the neighborhood of Rio Vermelho-Salvador-Bahia: afro-brazilian culture and religion as vectors of urban (tras)formationDoutoradoinfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionIvo, Any Brito Lealhttp://lattes.cnpq.br/4494211673319488Velame, Fabio Macedohttp://lattes.cnpq.br/0386406510741414Castro, Janio Roque Barros deIvo, Any Brito LealVelame, Fabio MacedoMagnavita, Pasqualino RomanoCunha Junior, Henrique AntunesCastro Júnior, Luis Vitorhttp://lattes.cnpq.br/9627812417163636Santos Junior, Flávio Cardoso dosreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALTESE FLAVIO CARDOSO.pdfTESE FLAVIO CARDOSO.pdfapplication/pdf15838270https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/38926/1/TESE%20FLAVIO%20CARDOSO.pdf4e5449ddeb347af071e6433c2829438eMD51open accessCC-LICENSELICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1720https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/38926/2/license.txtd9b7566281c22d808dbf8f29ff0425c8MD52open accessri/389262024-01-26 10:16:24.747open accessoai:repositorio.ufba.br:ri/38926TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBvIGF1dG9yIG91IHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3Vtbykgbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlL291IGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBlL291IHbDrWRlby4KCk8gYXV0b3Igb3UgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIGUvb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHDp8OjbywgcG9kZW5kbyBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLiAKCk8gYXV0b3Igb3UgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIG7Do28sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBwYXJhIGNvbmNlZGVyIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBSRVNVTFRFIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTywgVk9Dw4ogREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTw4NPLCBDT01PIFRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l0w7NyaW8gc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyLCBjbGFyYW1lbnRlLCBvIChzKSBzZXUocykgbm9tZSAocykgb3UgbyAocykgbm9tZSAocykgZG8gKHMpIGRldGVudG9yIChlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIGFsw6ltIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322024-01-26T13:16:24Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv As (re)significações que a festa de Iemanjá expressa ao bairro do Rio Vermelho-Salvador-Bahia: cultura e religião afrobrasileiras como vetores de (tras)formação urbana.
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv The (re)significations that the festival of Iemanjá expresses to the neighborhood of Rio Vermelho-Salvador-Bahia: afro-brazilian culture and religion as vectors of urban (tras)formation
title As (re)significações que a festa de Iemanjá expressa ao bairro do Rio Vermelho-Salvador-Bahia: cultura e religião afrobrasileiras como vetores de (tras)formação urbana.
spellingShingle As (re)significações que a festa de Iemanjá expressa ao bairro do Rio Vermelho-Salvador-Bahia: cultura e religião afrobrasileiras como vetores de (tras)formação urbana.
Santos Junior, Flávio Cardoso dos
CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
Arquitetura e Urbanismo
Lazer e festa
Religião e Cultura Afro-brasileiras
Iemanjá, Festa de
Architecture and Urbanism
Leisure and parties
Afro-Brazilian Religion
Iemanjá Festival
title_short As (re)significações que a festa de Iemanjá expressa ao bairro do Rio Vermelho-Salvador-Bahia: cultura e religião afrobrasileiras como vetores de (tras)formação urbana.
title_full As (re)significações que a festa de Iemanjá expressa ao bairro do Rio Vermelho-Salvador-Bahia: cultura e religião afrobrasileiras como vetores de (tras)formação urbana.
title_fullStr As (re)significações que a festa de Iemanjá expressa ao bairro do Rio Vermelho-Salvador-Bahia: cultura e religião afrobrasileiras como vetores de (tras)formação urbana.
title_full_unstemmed As (re)significações que a festa de Iemanjá expressa ao bairro do Rio Vermelho-Salvador-Bahia: cultura e religião afrobrasileiras como vetores de (tras)formação urbana.
title_sort As (re)significações que a festa de Iemanjá expressa ao bairro do Rio Vermelho-Salvador-Bahia: cultura e religião afrobrasileiras como vetores de (tras)formação urbana.
author Santos Junior, Flávio Cardoso dos
author_facet Santos Junior, Flávio Cardoso dos
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Ivo, Any Brito Leal
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/4494211673319488
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Velame, Fabio Macedo
dc.contributor.advisor-co1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0386406510741414
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Castro, Janio Roque Barros de
Ivo, Any Brito Leal
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Velame, Fabio Macedo
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Magnavita, Pasqualino Romano
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Cunha Junior, Henrique Antunes
dc.contributor.referee5.fl_str_mv Castro Júnior, Luis Vitor
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9627812417163636
dc.contributor.author.fl_str_mv Santos Junior, Flávio Cardoso dos
contributor_str_mv Ivo, Any Brito Leal
Velame, Fabio Macedo
Castro, Janio Roque Barros de
Ivo, Any Brito Leal
Velame, Fabio Macedo
Magnavita, Pasqualino Romano
Cunha Junior, Henrique Antunes
Castro Júnior, Luis Vitor
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
topic CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
Arquitetura e Urbanismo
Lazer e festa
Religião e Cultura Afro-brasileiras
Iemanjá, Festa de
Architecture and Urbanism
Leisure and parties
Afro-Brazilian Religion
Iemanjá Festival
dc.subject.por.fl_str_mv Arquitetura e Urbanismo
Lazer e festa
Religião e Cultura Afro-brasileiras
Iemanjá, Festa de
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Architecture and Urbanism
Leisure and parties
Afro-Brazilian Religion
Iemanjá Festival
description Bairro do Rio Vermelho, Salvador, Bahia. Este é o cenário onde acontece o estudo que ora se apresenta. Antes da chegada do colonizador europeu era morada da etnia Tupinambá. Após isso passou por diversos processos e foi gradativamente ganhando novas roupagens: de vila de pescadores a balneário de veraneio virou motivo de desejo da especulação imobiliária e ao mesmo passo caiu no gosto da classe artística tornado-se reduto da boêmia local. Por ter tradição pesqueira cedeu espaço a homenagens a Iemanjá, Orixá de predileção da comunidade dos pescadores que no início do século passado começaram a festejar no dia 2 de fevereiro, apesar das fricções com a Igreja Católica, o dia da Rainha das Águas. O que começou de maneira despretensiosa foi caindo nas graças da população local, ganhando potência e fama nacional, seja através das letras e musicas de Dorival Caymmi, dos romances de Jorge Amado, das pinturas de Caribé e tantos outros que poderíamos citar. Até então a festa acontecia de forma intimista e improvisada, mas chegou um ponto que os organizadores já não contavam com recursos para dar conta da demanda crescente de publico e na década de 1960 o pescador Flaviano resolve pedir apoio a Prefeitura. Começaria ali o processo de ordenamento do festejo, onde o Estado ganha o status de Agente produtor e organizador da festa. Paralelo a esses acontecimentos o governo estadual promove uma política de “valorização” da cultura local, tornando esta lucrativa, seria o início do Turismo Cultural ou Étnico ou de Raízes. Não distante disso, a partir da década de 1990 a Prefeitura Municipal de Salvador (PMS) começa a estabelecer parcerias com as grandes Cervejarias, onde as mesmas começariam a ter exclusividade na venda de suas marcas. Surgia então, juntamente com a rede hoteleira e demais indústrias, os novos protagonistas da “mercantilização” da Festa de Iemanjá. Destarte disso, a fim de entender o vasto campo (que chega a receber mais de um milhão de pessoas no dia 2 de fevereiro, segundo a PMS) a ser estudado entendi que precisaria ser feita um recorte e assim o fiz: Um de ordem temporal e outro espacial. Seriam os vetores da festa. O primeiro dado em função do tempo onde se tem dois pontos marcantes que é a Alvorada festiva logo na madrugada e a entrega do “Presente Principal” no fim da tarde onde sai um cortejo marítimo. O segundo vetor é relacionado à espacialidade, onde elejo três sítios: o “asfalto”, a “areia” e o “mar”. Cada qual com suas especificidades. Dessa maneira, o estudo procura estabelecer as relações entre: festa, ritual afro-brasileiro e a cidade de Salvador e tem como hipótese e proposição de tese, o fato do folguedo trazer para o bairro elementos de ordem urbanístico e cultural que influenciam na paisagem e dinâmica social, religiosa e afetiva do local, seja através da memória e outros dispositivos como as mudanças e transformações da arquitetura soteropolitana. Assim, proponho que a festa traz novos elementos e tessituras ao bairro, pois esse no dia do festejo ganha novas configurações e roupagens que deixam resíduos após o dia 2 de fevereiro. Assim, lanço mão do Método Etnográfico usando uma descrição que chamo de “auto-participativa”, onde me valho dos dispositivos da “Observação Participante” e “Autoetnografia”. Através do diálogo com os interlocutores procuro desvendar a cidade a partir de uma linguagem estética analisada por de mapas, fotos, filmagens e desenhos, seja dos cortejos, das pessoas, dos monumentos, das fachadas de casas e prédios e das imagens de Iemanjá. Enfim, as pinturas, estátuas, indumentárias e outros são produções artísticas feitas a partir do imaginário afim de realizarem o culto à Iemanjá que, além de colorir o bairro, compõem a imagem estética e étnica de Salvador.
publishDate 2023
dc.date.issued.fl_str_mv 2023-12-19
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2024-01-26T13:16:24Z
dc.date.available.fl_str_mv 2024-01-26T13:16:24Z
dc.type.driver.fl_str_mv Doutorado
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38926
url https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38926
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv CC0 1.0 Universal
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv CC0 1.0 Universal
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) 
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFBA
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Faculdade de Arquitetura
publisher.none.fl_str_mv UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFBA
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Repositório Institucional da UFBA
collection Repositório Institucional da UFBA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/38926/1/TESE%20FLAVIO%20CARDOSO.pdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/38926/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 4e5449ddeb347af071e6433c2829438e
d9b7566281c22d808dbf8f29ff0425c8
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808459689450536960