Influência da predação e da dispersão de sementes sobre o recrutamento de plântulas de biriba (Eschweilera ovata, Lecythidaceae), na Mata Atlântica, Reserva Ecológica da Michelin, BA.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vilela, Fernanda de Souza
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/12701
Resumo: A eficiência dos mecanismos de dispersão e a baixa sobrevivência de sementes e plântulas impõem limites estreitos para o recrutamento de árvores nas florestas tropicais e afetam de maneira importante os padrões espaciais de distribuição das populações e da diversidade nas comunidades ecológicas (Howe 1984; Schupp 1990; Hubbell et al 1999). Janzen (1970) e Connel (1971) caracterizaram a mortalidade de sementes e plântulas próximas aos adultos co-especificos como uma função dependente da densidade, ou seja, o adensamento de sementes e plântulas próximas às árvores matrizes facilitaria os encontros por patógenos, herbívoros e, possivelmente, também aumentaria a competição intra-específica. Portanto, a dispersão eficiente de sementes é uma maneira de aumentar a sobrevivência de sementes e plântulas (hipótese de escape ou fuga). Entretanto, a importância desses fatores e, em particular, as distâncias “ótimas de dispersão” variam entre espécies e dependem das características dos hábitats. Segundo Kageyama & Lepsch-Cunha (2001), o fluxo gênico via pólen e sementes afeta diretamente a estrutura genética das populações de espécies arbóreas tropicais e dependem das distâncias de vôo de polinizadores e de dispersão de sementes pelos animais. Esses autores argumentam que seria possível fazer previsões sobre varibilidade genética de acordo com os padrões gerais de mobilidade desses animais. Estrada e Fleming (1986) também argumentam que, se os vetores de dispersão forem pouco eficientes, a distribuição das sementes nas vizinhanças das árvores maternas leva a uma estruturação genética espacial da população, onde indivíduos próximos tendem a ser mais semelhantes entre si do que indivíduos espacialmente distantes. Nas florestas tropicais, a síndrome de dispersão de sementes mais freqüente é a zoocoria (Howe & Smallwood 1982, Morellato e Leitão-Filho 1996). A persistência desse tipo de interação nas comunidades é controlada pela oferta de recursos alimentares e outros componentes do microhábitat para os animais e pela oferta de dispersores para a planta, além de outros condicionantes ecológicos indiretos (Dirzo & Domingues 1986), tais como a presença de competidores. De acordo com Janzen (1971), a eficiência ecológica da dispersão depende principalmente do número de sementes carregadas e não somente de processos relacionados à quebra de dormência (ingestão por frugívoros), distância e local adequado de deposição. Estudos dos vetores de dispersão de sementes em Lecythidaceae indicam que são dispersas principalmente por morcegos, aves, pequenos roedores e primatas (Prance & Mori 1978, 1983; Mori & Prance 1990, Forget 1992, Peres 1991, Stevenson 2001, Lopes 2007). Os frutos típicos de Lecythidaceae têm pericarpo lenhoso, uma possível resposta evolutiva à predação por animais (Mori & Prance 1981, Barroso et al. 1999). Muitas espécies desta família possuem frutos deiscentes, constituídos por uma urna e um opéculo. Quando amadurecem, liberam o opérculo deixando suas sementes e arilos expostos fixados à urna, ainda presa à árvore. Porém, mesmo antes da deiscência, alguns consumidores de sementes podem coletar esses frutos, morder a casca e consumir o arilo, as sementes ou parte delas (Gamboa-Gaitan 1997). Alguns consumidores de sementes de dossel como algumas aves e primatas, podem derrubar frutos e sementes sob a copa das árvores-matrizes. Além disso, as sementes expostas aderidas os frutos abertos, se não forem coletadas por nenhum animal, também caem sob a copa por barocoria. Esses processos contribuem para o acúmulo de sementes e frutos sob as árvores-matrizes e, neste local, as sementes podem germinar, ficar suscetíveis à predação, patógenos e à dispersão secundária. Dentre as espécies arbóreas de Lecythidaceae da Floresta Atlântica, a biriba (Eschweilera ovata [Cambess] Miers) possui relevância ecológica, sócio-econômica e cultural, pois suas flores e frutos servem de recurso por uma grande variedade de animais e sua madeira é intensamente utilizada na confecção do berimbau e também na construção artesanal de pequenos barcos e casas rústicas. O berimbau é um instrumento musical que foi adotado pelos capoeiristas como o principal regente da orquestra da capoeira. O uso da biriba para a confecção do berimbau é culturalmente tradicional por conferir instrumentos de ótima qualidade. O mesmo acontece em relação da utilização desse recurso para construção de ripas e caibros, pois a madeira é menos suscetível aos ataques de fungos e cupins. Os incentivos ao turismo obtido pelo Estado da Bahia nas últimas décadas aumentaram o comércio do berimbau, que hoje é um símbolo folclórico muito apreciado pelos turistas e também pela comunidade de capoeiristas espalhadas pelo mundo todo. Comerciantes de biriba do Mercado Modelo (centro de comércio de artesanatos regionais) em Salvador-BA, relataram que cerca de 2000 varas de biriba (parte do tronco principal, com cerca de 3 cm de diâmetro) são extraídas por semana por cada grupo de extratores e vendidas no próprio mercado ou exportadas para diversos países. Porém, esse extrativismo acontece dissociado de estratégias de manejo e geralmente é realizado principalmente em áreas não protegidas próximas ao município de Salvador. Embora a densidade de biriba ainda seja relativamente alta nessas áreas, os mesmos extratores e comerciantes relatam que em alguns locais, já não se encontram mais indivíduos produzindo flores e frutos. Essa alta densidade nesses locais muito antropizados, provavelmente está relacionada com a capacidade de rebrota da biriba, porém as taxas crescentes de corte tendem a ultrapassar essa capacidade de regeneração e, sem dúvida, comprometem a reprodução. Esse processo pode também trazer conseqüências cruciais sobre a manutenção da fauna que utiliza as flores e frutos da biriba como recurso, reduzindo por efeito em cascata o tamanho e variabilidade genética nas populações de biriba. Para viabilizar um plano de manejo ecológico sustentável de árvores da Mata Atlântica é imprescindível identificar e quantificar as relações de interdependência com animais polinizadores e dispersores de sementes (Ramalho & Batista 2005). Nas florestas tropicais, como a Mata Atlântica, as interações mutualistas das árvores com animais polinizadores (zoofilia) e dispersores (zoocoria) estão no centro dos mecanismos ecológicos que asseguram a sobrevivência a longo prazo (Silva & Tabarelli 2000). A qualidade ecológica das áreas manejadas ou recuperadas de floresta e seu potencial de auto-manutenção no longo prazo dependem fundamentalmente da persistência e da qualidade das interações mutualistas entre animais e plantas. Faz-se necessário ampliar o conhecimento sobre a ecologia de sementes e plântulas, ou seja, caracterizar fatores ecológicos que afetam as chances de sobrevivência na fase de recrutamento. Neste estudo, a dispersão de sementes e o recrutamento de plântulas de biriba foram investigados em uma área protegida de Mata Atlântica para responder às seguintes perguntas: (1) Quais espécies consomem e dispersam as sementes de biriba? (2) A distância de dispersão afeta a taxa de predação de sementes por invertebrados? (3) Como os modos de dispersão de sementes por vertebrados afetam a formação plântulas de biriba?
id UFBA-2_9c6db03f63fc15da47137491d6c79710
oai_identifier_str oai:repositorio.ufba.br:ri/12701
network_acronym_str UFBA-2
network_name_str Repositório Institucional da UFBA
repository_id_str 1932
spelling Vilela, Fernanda de SouzaVilela, Fernanda de SouzaRamalho, Mauro2013-08-22T22:55:57Z2013-08-22T22:55:57Z2013-08-22http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/12701A eficiência dos mecanismos de dispersão e a baixa sobrevivência de sementes e plântulas impõem limites estreitos para o recrutamento de árvores nas florestas tropicais e afetam de maneira importante os padrões espaciais de distribuição das populações e da diversidade nas comunidades ecológicas (Howe 1984; Schupp 1990; Hubbell et al 1999). Janzen (1970) e Connel (1971) caracterizaram a mortalidade de sementes e plântulas próximas aos adultos co-especificos como uma função dependente da densidade, ou seja, o adensamento de sementes e plântulas próximas às árvores matrizes facilitaria os encontros por patógenos, herbívoros e, possivelmente, também aumentaria a competição intra-específica. Portanto, a dispersão eficiente de sementes é uma maneira de aumentar a sobrevivência de sementes e plântulas (hipótese de escape ou fuga). Entretanto, a importância desses fatores e, em particular, as distâncias “ótimas de dispersão” variam entre espécies e dependem das características dos hábitats. Segundo Kageyama & Lepsch-Cunha (2001), o fluxo gênico via pólen e sementes afeta diretamente a estrutura genética das populações de espécies arbóreas tropicais e dependem das distâncias de vôo de polinizadores e de dispersão de sementes pelos animais. Esses autores argumentam que seria possível fazer previsões sobre varibilidade genética de acordo com os padrões gerais de mobilidade desses animais. Estrada e Fleming (1986) também argumentam que, se os vetores de dispersão forem pouco eficientes, a distribuição das sementes nas vizinhanças das árvores maternas leva a uma estruturação genética espacial da população, onde indivíduos próximos tendem a ser mais semelhantes entre si do que indivíduos espacialmente distantes. Nas florestas tropicais, a síndrome de dispersão de sementes mais freqüente é a zoocoria (Howe & Smallwood 1982, Morellato e Leitão-Filho 1996). A persistência desse tipo de interação nas comunidades é controlada pela oferta de recursos alimentares e outros componentes do microhábitat para os animais e pela oferta de dispersores para a planta, além de outros condicionantes ecológicos indiretos (Dirzo & Domingues 1986), tais como a presença de competidores. De acordo com Janzen (1971), a eficiência ecológica da dispersão depende principalmente do número de sementes carregadas e não somente de processos relacionados à quebra de dormência (ingestão por frugívoros), distância e local adequado de deposição. Estudos dos vetores de dispersão de sementes em Lecythidaceae indicam que são dispersas principalmente por morcegos, aves, pequenos roedores e primatas (Prance & Mori 1978, 1983; Mori & Prance 1990, Forget 1992, Peres 1991, Stevenson 2001, Lopes 2007). Os frutos típicos de Lecythidaceae têm pericarpo lenhoso, uma possível resposta evolutiva à predação por animais (Mori & Prance 1981, Barroso et al. 1999). Muitas espécies desta família possuem frutos deiscentes, constituídos por uma urna e um opéculo. Quando amadurecem, liberam o opérculo deixando suas sementes e arilos expostos fixados à urna, ainda presa à árvore. Porém, mesmo antes da deiscência, alguns consumidores de sementes podem coletar esses frutos, morder a casca e consumir o arilo, as sementes ou parte delas (Gamboa-Gaitan 1997). Alguns consumidores de sementes de dossel como algumas aves e primatas, podem derrubar frutos e sementes sob a copa das árvores-matrizes. Além disso, as sementes expostas aderidas os frutos abertos, se não forem coletadas por nenhum animal, também caem sob a copa por barocoria. Esses processos contribuem para o acúmulo de sementes e frutos sob as árvores-matrizes e, neste local, as sementes podem germinar, ficar suscetíveis à predação, patógenos e à dispersão secundária. Dentre as espécies arbóreas de Lecythidaceae da Floresta Atlântica, a biriba (Eschweilera ovata [Cambess] Miers) possui relevância ecológica, sócio-econômica e cultural, pois suas flores e frutos servem de recurso por uma grande variedade de animais e sua madeira é intensamente utilizada na confecção do berimbau e também na construção artesanal de pequenos barcos e casas rústicas. O berimbau é um instrumento musical que foi adotado pelos capoeiristas como o principal regente da orquestra da capoeira. O uso da biriba para a confecção do berimbau é culturalmente tradicional por conferir instrumentos de ótima qualidade. O mesmo acontece em relação da utilização desse recurso para construção de ripas e caibros, pois a madeira é menos suscetível aos ataques de fungos e cupins. Os incentivos ao turismo obtido pelo Estado da Bahia nas últimas décadas aumentaram o comércio do berimbau, que hoje é um símbolo folclórico muito apreciado pelos turistas e também pela comunidade de capoeiristas espalhadas pelo mundo todo. Comerciantes de biriba do Mercado Modelo (centro de comércio de artesanatos regionais) em Salvador-BA, relataram que cerca de 2000 varas de biriba (parte do tronco principal, com cerca de 3 cm de diâmetro) são extraídas por semana por cada grupo de extratores e vendidas no próprio mercado ou exportadas para diversos países. Porém, esse extrativismo acontece dissociado de estratégias de manejo e geralmente é realizado principalmente em áreas não protegidas próximas ao município de Salvador. Embora a densidade de biriba ainda seja relativamente alta nessas áreas, os mesmos extratores e comerciantes relatam que em alguns locais, já não se encontram mais indivíduos produzindo flores e frutos. Essa alta densidade nesses locais muito antropizados, provavelmente está relacionada com a capacidade de rebrota da biriba, porém as taxas crescentes de corte tendem a ultrapassar essa capacidade de regeneração e, sem dúvida, comprometem a reprodução. Esse processo pode também trazer conseqüências cruciais sobre a manutenção da fauna que utiliza as flores e frutos da biriba como recurso, reduzindo por efeito em cascata o tamanho e variabilidade genética nas populações de biriba. Para viabilizar um plano de manejo ecológico sustentável de árvores da Mata Atlântica é imprescindível identificar e quantificar as relações de interdependência com animais polinizadores e dispersores de sementes (Ramalho & Batista 2005). Nas florestas tropicais, como a Mata Atlântica, as interações mutualistas das árvores com animais polinizadores (zoofilia) e dispersores (zoocoria) estão no centro dos mecanismos ecológicos que asseguram a sobrevivência a longo prazo (Silva & Tabarelli 2000). A qualidade ecológica das áreas manejadas ou recuperadas de floresta e seu potencial de auto-manutenção no longo prazo dependem fundamentalmente da persistência e da qualidade das interações mutualistas entre animais e plantas. Faz-se necessário ampliar o conhecimento sobre a ecologia de sementes e plântulas, ou seja, caracterizar fatores ecológicos que afetam as chances de sobrevivência na fase de recrutamento. Neste estudo, a dispersão de sementes e o recrutamento de plântulas de biriba foram investigados em uma área protegida de Mata Atlântica para responder às seguintes perguntas: (1) Quais espécies consomem e dispersam as sementes de biriba? (2) A distância de dispersão afeta a taxa de predação de sementes por invertebrados? (3) Como os modos de dispersão de sementes por vertebrados afetam a formação plântulas de biriba?Submitted by Mendes Eduardo (dasilva@ufba.br) on 2013-08-20T19:12:13Z No. of bitstreams: 1 Dissertação Fernanda Vilela-correto.pdf: 8674503 bytes, checksum: 3bddc44d85f213921aad0afd0b3f40ef (MD5)Approved for entry into archive by Alda Lima da Silva(sivalda@ufba.br) on 2013-08-22T22:55:57Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação Fernanda Vilela-correto.pdf: 8674503 bytes, checksum: 3bddc44d85f213921aad0afd0b3f40ef (MD5)Made available in DSpace on 2013-08-22T22:55:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação Fernanda Vilela-correto.pdf: 8674503 bytes, checksum: 3bddc44d85f213921aad0afd0b3f40ef (MD5)Plantações Michelin do BrasilSalvador, BahiaDistribuição espacial de plântulasHipótese de escapeEschweilera ovataSementes - DispersãoEcologia vegetalInfluência da predação e da dispersão de sementes sobre o recrutamento de plântulas de biriba (Eschweilera ovata, Lecythidaceae), na Mata Atlântica, Reserva Ecológica da Michelin, BA.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALDissertação Fernanda Vilela-correto.pdfDissertação Fernanda Vilela-correto.pdfapplication/pdf8674503https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/12701/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Fernanda%20Vilela-correto.pdf3bddc44d85f213921aad0afd0b3f40efMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1762https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/12701/2/license.txt1b89a9a0548218172d7c829f87a0eab9MD52TEXTDissertação Fernanda Vilela-correto.pdf.txtDissertação Fernanda Vilela-correto.pdf.txtExtracted texttext/plain106472https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/12701/3/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Fernanda%20Vilela-correto.pdf.txtb1dede311c1c717727f8970edaac2965MD53ri/127012022-07-05 14:03:51.426oai:repositorio.ufba.br:ri/12701VGVybW8gZGUgTGljZW7vv71hLCBu77+9byBleGNsdXNpdm8sIHBhcmEgbyBkZXDvv71zaXRvIG5vIHJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRkJBCgogICAgUGVsbyBwcm9jZXNzbyBkZSBzdWJtaXNz77+9byBkZSBkb2N1bWVudG9zLCBvIGF1dG9yIG91IHNldQpyZXByZXNlbnRhbnRlIGxlZ2FsLCBhbyBhY2VpdGFyIGVzc2UgdGVybW8gZGUgbGljZW7vv71hLCBjb25jZWRlIGFvClJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkYSBCYWhpYSBvIGRpcmVpdG8KZGUgbWFudGVyIHVtYSBj77+9cGlhIGVtIHNldSByZXBvc2l077+9cmlvIGNvbSBhIGZpbmFsaWRhZGUsIHByaW1laXJhLCAKZGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBFc3NlcyB0ZXJtb3MsIG7vv71vIGV4Y2x1c2l2b3MsIG1hbnTvv71tIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIAphdXRvci9jb3B5cmlnaHQsIG1hcyBlbnRlbmRlIG8gZG9jdW1lbnRvIGNvbW8gcGFydGUgZG8gYWNlcnZvIGludGVsZWN0dWFsIGRlc3NhIFVuaXZlcnNpZGFkZS4gCgogICAgUGFyYSBvcyBkb2N1bWVudG9zIHB1YmxpY2Fkb3MgY29tIHJlcGFzc2UgZGUgZGlyZWl0b3MgZGUgZGlzdHJpYnVp77+977+9bywgZXNzZSB0ZXJtbyBkZSBsaWNlbu+/vWEgZW50ZW5kZSBxdWU6IAoKICAgIE1hbnRlbmRvIG9zICBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgcmVwYXNzYWRvcyBhIHRlcmNlaXJvcywgZW0gY2FzbyAKZGUgcHVibGljYe+/ve+/vWVzLCBvIHJlcG9zaXTvv71yaW8gcG9kZSByZXN0cmluZ2lyIG8gYWNlc3NvIGFvIHRleHRvIAppbnRlZ3JhbCwgbWFzIGxpYmVyYSBhcyBpbmZvcm1h77+977+9ZXMgc29icmUgbyBkb2N1bWVudG8gKE1ldGFkYWRvcyBkZXNjcml0aXZvcykuCgogRGVzdGEgZm9ybWEsIGF0ZW5kZW5kbyBhb3MgYW5zZWlvcyBkZXNzYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgCmVtIG1hbnRlciBzdWEgcHJvZHXvv73vv71vIGNpZW5077+9ZmljYSBjb20gYXMgcmVzdHJp77+977+9ZXMgaW1wb3N0YXMgcGVsb3MgCmVkaXRvcmVzIGRlIHBlcmnvv71kaWNvcy4gCgogICAgUGFyYSBhcyBwdWJsaWNh77+977+9ZXMgZW0gaW5pY2lhdGl2YXMgcXVlIHNlZ3VlbSBhIHBvbO+/vXRpY2EgZGUgCkFjZXNzbyBBYmVydG8sIG9zIGRlcO+/vXNpdG9zIGNvbXB1bHPvv71yaW9zIG5lc3NlIHJlcG9zaXTvv71yaW8gbWFudO+/vW0gCm9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBtYXMgbWFudO+/vW0gbyBhY2Vzc28gaXJyZXN0cml0byBhbyBtZXRhZGFkb3MgCmUgdGV4dG8gY29tcGxldG8uIEFzc2ltLCBhIGFjZWl0Ye+/ve+/vW8gZGVzc2UgdGVybW8gbu+/vW8gbmVjZXNzaXRhIGRlIApjb25zZW50aW1lbnRvIHBvciBwYXJ0ZSBkZSBhdXRvcmVzL2RldGVudG9yZXMgZG9zIGRpcmVpdG9zLCBwb3IgCmVzdGFyZW0gZW0gaW5pY2lhdGl2YXMgZGUgYWNlc3NvIGFiZXJ0by4KCiAgICBFbSBhbWJvcyBvIGNhc28sIGVzc2UgdGVybW8gZGUgbGljZW7vv71hLCBwb2RlIHNlciBhY2VpdG8gcGVsbyAKYXV0b3IsIGRldGVudG9yZXMgZGUgZGlyZWl0b3MgZS9vdSB0ZXJjZWlyb3MgYW1wYXJhZG9zIHBlbGEgCnVuaXZlcnNpZGFkZS4gRGV2aWRvIGFvcyBkaWZlcmVudGVzIHByb2Nlc3NvcyBwZWxvIHF1YWwgYSBzdWJtaXNz77+9byAKcG9kZSBvY29ycmVyLCBvIHJlcG9zaXTvv71yaW8gcGVybWl0ZSBhIGFjZWl0Ye+/ve+/vW8gZGEgbGljZW7vv71hIHBvciAKdGVyY2Vpcm9zLCBzb21lbnRlIG5vcyBjYXNvcyBkZSBkb2N1bWVudG9zIHByb2R1emlkb3MgcG9yIGludGVncmFudGVzIApkYSBVRkJBIGUgc3VibWV0aWRvcyBwb3IgcGVzc29hcyBhbXBhcmFkYXMgcG9yIGVzdGEgaW5zdGl0dWnvv73vv71vLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-07-05T17:03:51Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Influência da predação e da dispersão de sementes sobre o recrutamento de plântulas de biriba (Eschweilera ovata, Lecythidaceae), na Mata Atlântica, Reserva Ecológica da Michelin, BA.
title Influência da predação e da dispersão de sementes sobre o recrutamento de plântulas de biriba (Eschweilera ovata, Lecythidaceae), na Mata Atlântica, Reserva Ecológica da Michelin, BA.
spellingShingle Influência da predação e da dispersão de sementes sobre o recrutamento de plântulas de biriba (Eschweilera ovata, Lecythidaceae), na Mata Atlântica, Reserva Ecológica da Michelin, BA.
Vilela, Fernanda de Souza
Distribuição espacial de plântulas
Hipótese de escape
Eschweilera ovata
Sementes - Dispersão
Ecologia vegetal
title_short Influência da predação e da dispersão de sementes sobre o recrutamento de plântulas de biriba (Eschweilera ovata, Lecythidaceae), na Mata Atlântica, Reserva Ecológica da Michelin, BA.
title_full Influência da predação e da dispersão de sementes sobre o recrutamento de plântulas de biriba (Eschweilera ovata, Lecythidaceae), na Mata Atlântica, Reserva Ecológica da Michelin, BA.
title_fullStr Influência da predação e da dispersão de sementes sobre o recrutamento de plântulas de biriba (Eschweilera ovata, Lecythidaceae), na Mata Atlântica, Reserva Ecológica da Michelin, BA.
title_full_unstemmed Influência da predação e da dispersão de sementes sobre o recrutamento de plântulas de biriba (Eschweilera ovata, Lecythidaceae), na Mata Atlântica, Reserva Ecológica da Michelin, BA.
title_sort Influência da predação e da dispersão de sementes sobre o recrutamento de plântulas de biriba (Eschweilera ovata, Lecythidaceae), na Mata Atlântica, Reserva Ecológica da Michelin, BA.
author Vilela, Fernanda de Souza
author_facet Vilela, Fernanda de Souza
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Vilela, Fernanda de Souza
Vilela, Fernanda de Souza
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Ramalho, Mauro
contributor_str_mv Ramalho, Mauro
dc.subject.por.fl_str_mv Distribuição espacial de plântulas
Hipótese de escape
Eschweilera ovata
Sementes - Dispersão
Ecologia vegetal
topic Distribuição espacial de plântulas
Hipótese de escape
Eschweilera ovata
Sementes - Dispersão
Ecologia vegetal
description A eficiência dos mecanismos de dispersão e a baixa sobrevivência de sementes e plântulas impõem limites estreitos para o recrutamento de árvores nas florestas tropicais e afetam de maneira importante os padrões espaciais de distribuição das populações e da diversidade nas comunidades ecológicas (Howe 1984; Schupp 1990; Hubbell et al 1999). Janzen (1970) e Connel (1971) caracterizaram a mortalidade de sementes e plântulas próximas aos adultos co-especificos como uma função dependente da densidade, ou seja, o adensamento de sementes e plântulas próximas às árvores matrizes facilitaria os encontros por patógenos, herbívoros e, possivelmente, também aumentaria a competição intra-específica. Portanto, a dispersão eficiente de sementes é uma maneira de aumentar a sobrevivência de sementes e plântulas (hipótese de escape ou fuga). Entretanto, a importância desses fatores e, em particular, as distâncias “ótimas de dispersão” variam entre espécies e dependem das características dos hábitats. Segundo Kageyama & Lepsch-Cunha (2001), o fluxo gênico via pólen e sementes afeta diretamente a estrutura genética das populações de espécies arbóreas tropicais e dependem das distâncias de vôo de polinizadores e de dispersão de sementes pelos animais. Esses autores argumentam que seria possível fazer previsões sobre varibilidade genética de acordo com os padrões gerais de mobilidade desses animais. Estrada e Fleming (1986) também argumentam que, se os vetores de dispersão forem pouco eficientes, a distribuição das sementes nas vizinhanças das árvores maternas leva a uma estruturação genética espacial da população, onde indivíduos próximos tendem a ser mais semelhantes entre si do que indivíduos espacialmente distantes. Nas florestas tropicais, a síndrome de dispersão de sementes mais freqüente é a zoocoria (Howe & Smallwood 1982, Morellato e Leitão-Filho 1996). A persistência desse tipo de interação nas comunidades é controlada pela oferta de recursos alimentares e outros componentes do microhábitat para os animais e pela oferta de dispersores para a planta, além de outros condicionantes ecológicos indiretos (Dirzo & Domingues 1986), tais como a presença de competidores. De acordo com Janzen (1971), a eficiência ecológica da dispersão depende principalmente do número de sementes carregadas e não somente de processos relacionados à quebra de dormência (ingestão por frugívoros), distância e local adequado de deposição. Estudos dos vetores de dispersão de sementes em Lecythidaceae indicam que são dispersas principalmente por morcegos, aves, pequenos roedores e primatas (Prance & Mori 1978, 1983; Mori & Prance 1990, Forget 1992, Peres 1991, Stevenson 2001, Lopes 2007). Os frutos típicos de Lecythidaceae têm pericarpo lenhoso, uma possível resposta evolutiva à predação por animais (Mori & Prance 1981, Barroso et al. 1999). Muitas espécies desta família possuem frutos deiscentes, constituídos por uma urna e um opéculo. Quando amadurecem, liberam o opérculo deixando suas sementes e arilos expostos fixados à urna, ainda presa à árvore. Porém, mesmo antes da deiscência, alguns consumidores de sementes podem coletar esses frutos, morder a casca e consumir o arilo, as sementes ou parte delas (Gamboa-Gaitan 1997). Alguns consumidores de sementes de dossel como algumas aves e primatas, podem derrubar frutos e sementes sob a copa das árvores-matrizes. Além disso, as sementes expostas aderidas os frutos abertos, se não forem coletadas por nenhum animal, também caem sob a copa por barocoria. Esses processos contribuem para o acúmulo de sementes e frutos sob as árvores-matrizes e, neste local, as sementes podem germinar, ficar suscetíveis à predação, patógenos e à dispersão secundária. Dentre as espécies arbóreas de Lecythidaceae da Floresta Atlântica, a biriba (Eschweilera ovata [Cambess] Miers) possui relevância ecológica, sócio-econômica e cultural, pois suas flores e frutos servem de recurso por uma grande variedade de animais e sua madeira é intensamente utilizada na confecção do berimbau e também na construção artesanal de pequenos barcos e casas rústicas. O berimbau é um instrumento musical que foi adotado pelos capoeiristas como o principal regente da orquestra da capoeira. O uso da biriba para a confecção do berimbau é culturalmente tradicional por conferir instrumentos de ótima qualidade. O mesmo acontece em relação da utilização desse recurso para construção de ripas e caibros, pois a madeira é menos suscetível aos ataques de fungos e cupins. Os incentivos ao turismo obtido pelo Estado da Bahia nas últimas décadas aumentaram o comércio do berimbau, que hoje é um símbolo folclórico muito apreciado pelos turistas e também pela comunidade de capoeiristas espalhadas pelo mundo todo. Comerciantes de biriba do Mercado Modelo (centro de comércio de artesanatos regionais) em Salvador-BA, relataram que cerca de 2000 varas de biriba (parte do tronco principal, com cerca de 3 cm de diâmetro) são extraídas por semana por cada grupo de extratores e vendidas no próprio mercado ou exportadas para diversos países. Porém, esse extrativismo acontece dissociado de estratégias de manejo e geralmente é realizado principalmente em áreas não protegidas próximas ao município de Salvador. Embora a densidade de biriba ainda seja relativamente alta nessas áreas, os mesmos extratores e comerciantes relatam que em alguns locais, já não se encontram mais indivíduos produzindo flores e frutos. Essa alta densidade nesses locais muito antropizados, provavelmente está relacionada com a capacidade de rebrota da biriba, porém as taxas crescentes de corte tendem a ultrapassar essa capacidade de regeneração e, sem dúvida, comprometem a reprodução. Esse processo pode também trazer conseqüências cruciais sobre a manutenção da fauna que utiliza as flores e frutos da biriba como recurso, reduzindo por efeito em cascata o tamanho e variabilidade genética nas populações de biriba. Para viabilizar um plano de manejo ecológico sustentável de árvores da Mata Atlântica é imprescindível identificar e quantificar as relações de interdependência com animais polinizadores e dispersores de sementes (Ramalho & Batista 2005). Nas florestas tropicais, como a Mata Atlântica, as interações mutualistas das árvores com animais polinizadores (zoofilia) e dispersores (zoocoria) estão no centro dos mecanismos ecológicos que asseguram a sobrevivência a longo prazo (Silva & Tabarelli 2000). A qualidade ecológica das áreas manejadas ou recuperadas de floresta e seu potencial de auto-manutenção no longo prazo dependem fundamentalmente da persistência e da qualidade das interações mutualistas entre animais e plantas. Faz-se necessário ampliar o conhecimento sobre a ecologia de sementes e plântulas, ou seja, caracterizar fatores ecológicos que afetam as chances de sobrevivência na fase de recrutamento. Neste estudo, a dispersão de sementes e o recrutamento de plântulas de biriba foram investigados em uma área protegida de Mata Atlântica para responder às seguintes perguntas: (1) Quais espécies consomem e dispersam as sementes de biriba? (2) A distância de dispersão afeta a taxa de predação de sementes por invertebrados? (3) Como os modos de dispersão de sementes por vertebrados afetam a formação plântulas de biriba?
publishDate 2013
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2013-08-22T22:55:57Z
dc.date.available.fl_str_mv 2013-08-22T22:55:57Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2013-08-22
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/12701
url http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/12701
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFBA
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Repositório Institucional da UFBA
collection Repositório Institucional da UFBA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/12701/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Fernanda%20Vilela-correto.pdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/12701/2/license.txt
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/12701/3/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Fernanda%20Vilela-correto.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 3bddc44d85f213921aad0afd0b3f40ef
1b89a9a0548218172d7c829f87a0eab9
b1dede311c1c717727f8970edaac2965
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808459455376916480