A Agenda da FAO para a África: um estudo de caso em Moçambique
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28219 |
Resumo: | A fome é um desafio global de origem histórica. O fim da Segunda Guerra Mundial culminou na criação de diversas organizações internacionais, dentre elas, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) – a primeira agência internacional de combate à fome. Naquele contexto, o continente africano já era um dos mais atingidos pela pobreza e fome, fruto dos processos de colonização que usurpavam suas matérias-primas e determinavam sua posição periférica no sistema mundo. Isso posto, esta dissertação analisa, sob a ótica da cooperação internacional e seus conjuntos de valores e práticas, a dinâmica das instituições de Bretton Woods e sua influência na agenda de atuação da FAO, utilizando-se, particularmente, do caso moçambicano para compreender o papel da FAO nessa arquitetura internacional. A análise de documentos oficiais foi fundamental para verificar qual a agenda da organização para o continente africano, bem como por meio da análise dos projetos “Escolas nas Machambas” e “E-voucher” desenvolvidos em Moçambique foi possível atestar a hipótese aventada de que a FAO vem se configurando como um espaço contra-hegemônico, que, contraditoriamente, por suas limitações, é fortemente influenciada pelas forças hegemônicas. Dessa forma, a atuação da FAO em Moçambique demonstra que a luta contra a fome tem grande influência de frentes hegemônicas que identificam os paradoxos presentes na atual ordem, como a abundância em alimentos nos países desenvolvidos e a fome em tantas outras partes do globo, mas não propõem medidas que, de fato, transformem a realidade; ao contrário, são ações estratégicas paliativas e aquiescentes com as instituições de Bretton Woods que procuram manter a ordem como tal. |
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Dessa forma, a atuação da FAO em Moçambique demonstra que a luta contra a fome tem grande influência de frentes hegemônicas que identificam os paradoxos presentes na atual ordem, como a abundância em alimentos nos países desenvolvidos e a fome em tantas outras partes do globo, mas não propõem medidas que, de fato, transformem a realidade; ao contrário, são ações estratégicas paliativas e aquiescentes com as instituições de Bretton Woods que procuram manter a ordem como tal.Submitted by Daniela Cunha (dayhanamaia@gmail.com) on 2018-12-19T13:05:01Z No. of bitstreams: 1 Dissertação_Daniela_Maia.pdf: 1681977 bytes, checksum: 1d91b7f4c630578534bd725bae6d0a11 (MD5)Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2018-12-19T17:14:35Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação_Daniela_Maia.pdf: 1681977 bytes, checksum: 1d91b7f4c630578534bd725bae6d0a11 (MD5)Made available in DSpace on 2018-12-19T17:14:35Z (GMT). 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A fome é um desafio global de origem histórica. O fim da Segunda Guerra Mundial culminou na criação de diversas organizações internacionais, dentre elas, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) – a primeira agência internacional de combate à fome. Naquele contexto, o continente africano já era um dos mais atingidos pela pobreza e fome, fruto dos processos de colonização que usurpavam suas matérias-primas e determinavam sua posição periférica no sistema mundo. Isso posto, esta dissertação analisa, sob a ótica da cooperação internacional e seus conjuntos de valores e práticas, a dinâmica das instituições de Bretton Woods e sua influência na agenda de atuação da FAO, utilizando-se, particularmente, do caso moçambicano para compreender o papel da FAO nessa arquitetura internacional. A análise de documentos oficiais foi fundamental para verificar qual a agenda da organização para o continente africano, bem como por meio da análise dos projetos “Escolas nas Machambas” e “E-voucher” desenvolvidos em Moçambique foi possível atestar a hipótese aventada de que a FAO vem se configurando como um espaço contra-hegemônico, que, contraditoriamente, por suas limitações, é fortemente influenciada pelas forças hegemônicas. Dessa forma, a atuação da FAO em Moçambique demonstra que a luta contra a fome tem grande influência de frentes hegemônicas que identificam os paradoxos presentes na atual ordem, como a abundância em alimentos nos países desenvolvidos e a fome em tantas outras partes do globo, mas não propõem medidas que, de fato, transformem a realidade; ao contrário, são ações estratégicas paliativas e aquiescentes com as instituições de Bretton Woods que procuram manter a ordem como tal. |
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