O leitor na notícia: participação no jornalismo, normatização e alargamento do campo mediático

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aragão, Rodrigo Martins
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/8229
Resumo: Esta dissertação se propõe a investigar as estratégias de abertura à participação dos usuários adotadas por jornais brasileiros em seus websites. A Teoria de Difusão de Inovações e a perspectiva da Apropriação Social da Tecnologia são utilizadas como referenciais teóricos para caracterizar o fenômeno da participação de usuários como uma tecnologia difusa, desenvolvida através de ferramentas de publicação pessoal e de compartilhamento de informações, com múltiplas apropriações, inclusive pela mídia jornalística tradicional. Dessa forma, compreende-se que a adoção de qualquer elemento de inovação a um sistema social ou uma organização, como o jornalismo ou a redação de um meio de comunicação, passa por um processo de reestruturação e redefinição que modifica algumas de suas características, de modo a adaptá-la a normas e valores específicos. A esse processo dá-se o nome de ‘normatização’. A partir desse referencial, questionam-se algumas das potencialidades usualmente associadas ao crescimento da participação no jornalismo. Cinco questões de pesquisa são levantadas: a limitação da participação do leitor no jornalismo praticado, mantendo distintos os papéis de leitor participante e jornalista; o papel dos ‘Termos de Uso’ de participação, como mecanismo para assegurar essa distinção; o desenvolvimento de uma forma de jornalismo lateral, que abre espaço para temas de pouca visibilidade nos noticiários; a segregação do conteúdo produzido por usuários em seções distintas do conteúdo da redação como forma de assegurar distinções editoriais; e a participação como forma de fidelização do público, em lugar de aprofundamento de colaboração. Para colocar em discussão tais questões e testar algumas hipóteses, foram realizadas duas etapas de pesquisa empírica. Primeiramente, realizou-se um mapeamento de espaços de participação em 31 jornais brasileiros, em que se identificam tendências gerais relativas às questões de pesquisa acima citadas. Esse levantamento foi complementado por uma pesquisa qualitativa baseada em entrevistas e observação nas redações de dois jornais pernambucanos, a saber: o Diario de Pernambuco e o Jornal do Commercio. Encontraram-se evidências da normatização na manutenção da divisão de papéis entre jornalista profissional e leitor participante, marcado pela reafirmação da habilitação do profissional para a seleção e tratamento das informações. Identificou-se também que os espaços de participação não demonstram ter efeitos no crescimento do diálogo entre o jornal e seu público, atuando principalmente como forma de fidelização da audiência.
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Cinco questões de pesquisa são levantadas: a limitação da participação do leitor no jornalismo praticado, mantendo distintos os papéis de leitor participante e jornalista; o papel dos ‘Termos de Uso’ de participação, como mecanismo para assegurar essa distinção; o desenvolvimento de uma forma de jornalismo lateral, que abre espaço para temas de pouca visibilidade nos noticiários; a segregação do conteúdo produzido por usuários em seções distintas do conteúdo da redação como forma de assegurar distinções editoriais; e a participação como forma de fidelização do público, em lugar de aprofundamento de colaboração. Para colocar em discussão tais questões e testar algumas hipóteses, foram realizadas duas etapas de pesquisa empírica. Primeiramente, realizou-se um mapeamento de espaços de participação em 31 jornais brasileiros, em que se identificam tendências gerais relativas às questões de pesquisa acima citadas. 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