Bem-estar pessoal nas organizações: o papel de lócus de controle no trabalho

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carneiro, Laila Leite
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/14518
Resumo: A temática do bem-estar do trabalhador vem ganhando cada vez mais espaço na agenda de estudos em Psicologia Organizacional e do Trabalho. É no trabalho que o indivíduo passa a maior parte do seu tempo, por isso, torna-se necessário que ele se sinta bem em relação a este ambiente. Tendo como foco contribuir para o conhecimento sobre os benefícios da interação indivíduo-trabalho-organizações, utilizou-se como construto central desta pesquisa o bem-estar pessoal nas organizações (Paz, 2004), o qual pressupõe que a satisfação das necessidades e realização dos desejos dos indivíduos ao desempenharem seus papéis nas organizações é influenciada tanto por características contextuais quanto por características de personalidade de cada trabalhador. Adotando como objetivo geral a análise das implicações do lócus de controle no trabalho em relação ao bem-estar pessoal nas organizações, este estudo buscou avaliar se o fato de o trabalhador se perceber como controlador da situação (internalidade) ou perceber ao outro (organização, sorte ou acaso) como detentor deste controle (externalidade) interfere no seu nível de bem-estar. A pesquisa foi de caráter quantitativo e contou com a participação de 200 trabalhadores de duas organizações privadas de Salvador (BA), uma do ramo de varejo e a outra do ramo de logística de distribuição. Os indicadores avaliados através do instrumento de bem-estar pessoal nas organizações (Dessen & Paz, 2010b) foram: “salário”, “crescimento/autonomia”, “suporte ambiental”, “relação com os colegas”, “relação com os clientes”, “relação com a chefia”, “identificação com a organização”, “identificação com o trabalho” e “valorização do trabalho”. Os resultados encontrados proveram suporte para a hipótese de que o fator internalidade é capaz de prever tanto a medida global de bem-estar pessoal nas organizações (R²=.11, β=0,34, p<.001), quanto todos os seus indicadores separadamente, destacando-se o seu poder explicativo sobre o indicador “identificação com o trabalho” (R²=.18, β=0,43, p<.001). Já a externalidade, apresentou associação negativa e fraca, apenas sobre os indicadores “identificação com a organização” e “suporte ambiental”, não apresentando força explicativa sobre a medida global do bem-estar. Nesse sentido, indivíduos com maior orientação para a internalidade tendem a experimentar maiores níveis de bem-estar do que aqueles com maior orientação para a externalidade. Diante dos dados, compreende-se que o lócus de controle no trabalho deve continuar sendo estudado em sua interação com o bem-estar pessoal nas organizações, a fim de aprofundar o conhecimento sobre os antecedentes que podem influenciar a percepção dos trabalhadores quanto ao seu bem-estar, permitindo que sejam pensadas novas práticas de incentivo e promoção do bem-estar do trabalhador. The theme of worker’s well-being is receiving progressively more attention on Organizational and Work’s Psychology agenda of studies. The individual spends the most part of his time at work, so, it’s mandatory that he feels good at this place. Focusing on contribute to knowledge about the benefits of individual-work-organization’s interaction, it has been used as the central construct of this research the personal well-being at the workplace (Paz, 2004), which assumes that the satisfaction of needs and the fulfillment of desires when the individual is performing his job at the organization is influenced both by contextual characteristics and personality characteristics of each worker. Presenting as main goal the analysis of the implications of work locus of control on relation to personal well-being at the workplace, this study intended to evaluate whether the fact of the worker perceive himself as controlling the situation (internality) or perceive other (organization, luck or chance) as the holder of this control (externality) interferes with their level of well-being. This research had a quantitative nature and involved the participation of 200 workers from two private organizations in Salvador (BA), one of the retail branch and the other of the logistics distribution branch. The indicators evaluated by the instrument of personal well-being at the workplace (Dessen & Paz, 2010b) were: “salary”, “growth/autonomy”, “environmental support”, “relationship with coworkers”, “relationship with clients”, “relationship with leaders”, “identification with the organization”, “identification with work” and “appreciation of work”. The results have provided support for the hypothesis that the factor “internality” is able to predict both the overall measure of personal well-being at the workplace (R²=.11, β=.34, p<.001), as all his indicators separately, highlighting the explanatory power on the indicator "identification with the work" (R²=.18, β=.43, p<.001). On the other hand, the “externality” orientation was weakly and negatively associated only with the indicators “identification with the organization” and “environmental support”, not presenting significant explanatory power on the global measure of well-being. Accordingly to those results, individuals with greater focus on internality tend to experience higher levels of well-being than those with greater focus on the externality. From the data, it is understood that locus of control at work should continue to be studied on its interaction with personal well-being at the workplace, in order to deepen the knowledge about the antecedents that may influence the perception of workers about their well-being, enabling new practices to be designed to encourage and promote the well-being of the worker.
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