Redes sociais e saúde: explorando o universo de famílias de classe popular e seu entorno comunitário.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tavares, Jeane Saskya Campos
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27083
Resumo: As redes sociais são elementos importantes na compreensão dos determinantes sociais da saúde de grupos populacionais, no enfrentamento de doenças e agravos através das redes de solidariedade, na elaboração de políticas públicas e estratégias de reordenamento dos modelos assistenciais dentre outros aspectos. Isto porque múltiplas redes são envolvidas na constituição dos cuidados com a saúde e a participação nestas é uma importante estratégia em situações críticas da saúde individual e coletiva. No Brasil, nas principais políticas públicas no campo da saúde a família e as redes comunitárias são consideradas fontes privilegiadas de apoio social e co-responsabilizadas pela saúde da população de baixa renda. No entanto, sendo um dos principais elementos das redes pessoais dos indivíduos e parte da unidade de cuidados daqueles que adoecem, a família pode ter sua capacidade de interação e manutenção do fluxo de apoio social nas redes das quais participa comprometidas por elementos intra e extra-familiares. Este estudo teve o objetivo de analisar a interação entre membros de redes sociais e sua contribuição para o desenvolvimento de práticas de cuidados com a saúde entre famílias de classe popular moradoras da comunidade do Caminho das Águas, localizada no bairro da Boca do Rio. Utilizou-se o método qualitativo para produção e análise dos dados e, seguindo o enfoque etnográfico, foram realizadas observações do contexto urbano e domiciliar, além de entrevistas semi-estruturadas com os participantes. No total participaram 33 pessoas, sendo 18 moradores/informantes e os demais membros de 04 famílias que foram analisadas em profundidade. Os principais resultados apontam que: a) experiências históricas e coletivas de enfrentamento das más condições de infraestrutura e violência neste contexto contribuíram para formação de densas redes interpessoais, assim como para conflitos e desconfianças entre grupos de coalisões, quando consideradas diferenças territoriais e/ou de classe social; b) as relações de solidariedade são restritas às redes familiares e de vizinhos/amigos, que se mostraram duradouras, estáveis e resolutivas nas questões relacionadas à saúde, servindo inclusive como ligação entre famílias e redes formais. De modo geral, as redes de cuidados formadas pelas famílias e vizinhos encontraram dificuldades de acesso aos serviços de saúde, agravada pela interação conflituosa com profissionais e deficiências estruturais dos serviços. Embora nos casos estudados as redes familiares tenham obtido tratamento para seus principais problemas de saúde, as dificuldades encontradas implicam no comprometimento de suas habilidades de estabelecer parcerias com o Estado como previsto nas novas propostas de organização do modelo brasileira de assistência à saúde.
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No entanto, sendo um dos principais elementos das redes pessoais dos indivíduos e parte da unidade de cuidados daqueles que adoecem, a família pode ter sua capacidade de interação e manutenção do fluxo de apoio social nas redes das quais participa comprometidas por elementos intra e extra-familiares. Este estudo teve o objetivo de analisar a interação entre membros de redes sociais e sua contribuição para o desenvolvimento de práticas de cuidados com a saúde entre famílias de classe popular moradoras da comunidade do Caminho das Águas, localizada no bairro da Boca do Rio. Utilizou-se o método qualitativo para produção e análise dos dados e, seguindo o enfoque etnográfico, foram realizadas observações do contexto urbano e domiciliar, além de entrevistas semi-estruturadas com os participantes. No total participaram 33 pessoas, sendo 18 moradores/informantes e os demais membros de 04 famílias que foram analisadas em profundidade. 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