Epidemiologia de exposição ao ruído e perda auditiva entre trabalhadores e trabalhadoras da indústria de transformação na Bahia, Brasil, 2014-2018.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Meira, Tatiane Costa
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32195
Resumo: Introdução: O processo de trabalho na indústria de transformação comumente apresenta elevados níveis de ruído. Sua principal consequência para o trabalhador é a Perda Auditiva Induzida por Ruído, doença relacionada ao trabalho comum, embora passível de prevenção, irreversível e usualmente adquirida em idade produtiva, impondo prejuízos ao indivíduo, à família e à sociedade. Há lacunas acerca da extensão desses problemas, no Brasil e no mundo, em especial, no que concerne às diferenças de gênero. Objetivo: Conhecer a extensão da exposição ao ruído e da perda auditiva entre trabalhadores da indústria de transformação e seus sub-ramos, considerando as diferenças de gênero. Métodos: Inicialmente foi conduzido estudo teórico com vista à imersão na discussão sobre as diferenças de gênero no trabalho, com foco na saúde auditiva. Posteriormente, foram realizados estudos epidemiológicos, de desenho transversal, utilizando-se dados secundários. Foram selecionados todos os trabalhadores das empresas que realizaram o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e o Programa Médico de Controle da Saúde Ocupacional (PCMSO) com o Serviço Social da Indústria do Departamento Regional da Bahia (SESI-Bahia), entre 2014 e 2018, e que foram classificadas como indústria de transformação segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas. As variáveis principais foram exposição ao ruído, definida a partir da avaliação empregada no PPRA e perda auditiva, definida com base na audiometria. Separadamente para homens e mulheres, foram estimadas as prevalências em cada sub-ramo da indústria de transformação. Resultados: Poucos estudos incluem alguma discussão sobre gênero quando se trata da saúde auditiva do trabalhador, havendo certa desvantagem em relação ao gênero feminino nas pesquisas. Entre 2014 e 2018 foram atendidos 129.870 trabalhadores de empresas de todos os 24 sub-ramos da indústria de transformação que realizaram PPRA com o SESI-Bahia, 73,5% homens. No período, a prevalência de exposição ao ruído foi de 13,9%, estimada em 16,9% entre homens e em 5,6% entre mulheres. Entre os homens, trabalhar exposto ao ruído foi mais comum na fabricação de produtos de madeira, fumo, minerais não-metálicos, têxteis, máquinas e equipamentos. Entre as mulheres, trabalhar exposta ao ruído foi mais comum na fabricação de produtos têxteis, fumo e de metal, exceto máquinas e equipamentos. A proporção de perda auditiva entre trabalhadores expostos a ruído foi 17,8%, estimada em 19,2% entre homens e 5,8% entre mulheres. Entre os homens, em sete dos 24 sub-ramos de atividade econômica havia pelo menos 1/4 dos trabalhadores com perda auditiva: fabricação de máquinas e equipamentos, produtos diversos, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, produtos do fumo, outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores, bebidas e impressão e reprodução de gravações. Entre as mulheres, a perda auditiva foi mais prevalente na fabricação de móveis, produtos do fumo e confecção de artigos de vestuários e acessórios. Foram também verificadas variações na proporção de exposição ao ruído e perda auditiva entre ocupações, diferindo entre homens e mulheres. Conclusão: Na indústria de transformação, medidas possivelmente adotadas para evitar a exposição ao ruído e a perda auditiva ainda não são suficientes, pois parcela expressiva dos trabalhadores continuam em risco. O planejamento de intervenções deve ter como prioridade os trabalhadores de sub-ramos de atividade e ocupações mais vulneráveis, reconhecendo as evidências das distinções por gênero.
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Métodos: Inicialmente foi conduzido estudo teórico com vista à imersão na discussão sobre as diferenças de gênero no trabalho, com foco na saúde auditiva. Posteriormente, foram realizados estudos epidemiológicos, de desenho transversal, utilizando-se dados secundários. Foram selecionados todos os trabalhadores das empresas que realizaram o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e o Programa Médico de Controle da Saúde Ocupacional (PCMSO) com o Serviço Social da Indústria do Departamento Regional da Bahia (SESI-Bahia), entre 2014 e 2018, e que foram classificadas como indústria de transformação segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas. As variáveis principais foram exposição ao ruído, definida a partir da avaliação empregada no PPRA e perda auditiva, definida com base na audiometria. Separadamente para homens e mulheres, foram estimadas as prevalências em cada sub-ramo da indústria de transformação. Resultados: Poucos estudos incluem alguma discussão sobre gênero quando se trata da saúde auditiva do trabalhador, havendo certa desvantagem em relação ao gênero feminino nas pesquisas. Entre 2014 e 2018 foram atendidos 129.870 trabalhadores de empresas de todos os 24 sub-ramos da indústria de transformação que realizaram PPRA com o SESI-Bahia, 73,5% homens. No período, a prevalência de exposição ao ruído foi de 13,9%, estimada em 16,9% entre homens e em 5,6% entre mulheres. Entre os homens, trabalhar exposto ao ruído foi mais comum na fabricação de produtos de madeira, fumo, minerais não-metálicos, têxteis, máquinas e equipamentos. Entre as mulheres, trabalhar exposta ao ruído foi mais comum na fabricação de produtos têxteis, fumo e de metal, exceto máquinas e equipamentos. A proporção de perda auditiva entre trabalhadores expostos a ruído foi 17,8%, estimada em 19,2% entre homens e 5,8% entre mulheres. 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