Compatibilidade de acasalamento de populações do complexo Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae) do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dias, Vanessa Simões
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/19552
Resumo: A seleção sexual pode conduzir populações ao isolamento reprodutivo pré-zigótico mediante a evolução da preferência por características sexuais específicas (Ritchie, 2007). Uma possível explicação para esse processo considera a evolução conjunta entre a preferência de acasalamento da fêmea e características secundárias do macho (Lande, 1981, 1982). Nos animais, em geral, as fêmeas podem escolher machos de melhor qualidade (good genes sexual selection, ver detalhes em Möller & Alatalo, 1999 e Alcock, 2011) ou mais estimulantes (seleção runaway, Fisher, 1930). Todavia, quando tais escolhas conduzem a uma discriminação entre espécies de um grupo aparentado (raças geográficas), elas podem contribuir para o reconhecimento das espécies (Ryan &Rand, 1993). O reconhecimento de parceiro sexual pode ser definido como uma resposta comportamental indicando que um indivíduo considera outro como parceiro apropriado, não estando vinculado à ideia de preferência, já que não exige comparação (Ryan & Rand, 1993). A ideia de preferência, comumente associada às fêmeas, está relacionada à “vantagem que certos indivíduos têm sobre os outros do mesmo sexo e espécie unicamente em relação à reprodução” (Darwin, 1871), originalmente o conceito de seleção sexual. Dentre os mecanismos pela qual a seleção sexual ocorre, a escolha de parceiro sexual (seleção intersexual) é caracterizada pelo favorecimento de caracteres em um dos sexos que atraem o outro (Krebs & Davies, 1996). Ryan e Rand (1993) descreveram inicialmente a relação entre a escolha de parceiro sexual e o reconhecimento de parceiro, ressaltando as semelhanças entre ambos os processos, afirmando que sua interação pode resultar em acasalamentos associativos dentro e entre espécies. Algumas das possíveis causas para a ocorrência de acasalamentos associativos podem ser extraídas dos mecanismos de isolamento pré-zigótico definidos por Dobzhansky (1951) como, por exemplo, a ocupação de diferentes hábitats (isolamento ecológico); diferentes horários ou estações de acasalamentos e floração (isolamento temporal); assim como a falta de atração mútua entre machos e fêmeas (isolamento sexual ou comportamental). Ainda segundo ele, há também os mecanismos pós-zigóticos de isolamento como inviabilidade, esterilidade ou desmoronamento do híbrido. Um excelente modelo para investigar os mecanismos de isolamento reprodutivo é a Anastrepha fraterculus, considerada um complexo de espécies crípticas, e não uma entidade biológica singular, por estudos moleculares, genéticos, morfométricos e bioquímicos (Stone, 1942; Steck, 1991; Selivon & Perondini, 1998; Selivon et al., 2004, 2005; Cáceres et al., 2009). No Brasil, alguns desses estudos apontam para a hipótese de pelo menos três grupos diferentes desta espécie no País, denominados Anastrepha sp.1 aff. fraterculus, A. sp.2 aff. fraterculus e A. sp.3 aff. fraterculus (Selivon & Perondini, 1998; Selivon et al., 2004, 2005). Apesar de todos os estudos direcionados à caracterização das populações do complexo A. fraterculus oriundas do Brasil, pouco se sabe sobre a compatibilidade sexual das mesmas. Este conhecimento é importante para auxiliar na resolução do status taxonômico, no maior conhecimento dos fatores envolvidos no isolamento reprodutivo do complexo, bem como no seu controle, já que esta é considerada uma praga agrícola. A urgência de métodos de controle complementares da A. fraterculus, como a Técnica do Inseto Estéril (TIE), é evidente diante do extensivo uso de defensivos agrícolas e das perdas significativas associadas à produção de maçã no Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Sugayama et al., 1997; Kovaleski et al., 1999). A TIE consiste na produção massal de insetos para posterior esterilização e liberação na natureza (Knipling, 1955). Logo, ocorrendo o acasalamento entre o macho liberado e a fêmea selvagem, a população alvo tende a diminuir. Visando fornecer subsídios para o controle populacional da A. fraterculus no Brasil através da TIE (relevância prática), bem como contribuir para o entendimento da influência do comportamento sexual no isolamento reprodutivo do complexo A. fraterculus (relevância teórica), o presente estudo foi realizado. Para isto, a compatibilidade sexual e as frequências dos comportamentos de corte de populações do Sul (Vacaria-RS, Pelotas-RS, Bento Gonçalves-RS, São Joaquim-SC) e do Sudeste (Piracicaba-SP) do Brasil foram avaliadas através de experimentos em gaiola de campo e filmagem, respectivamente. A compatibilidade de acasalamento foi avaliada mediante os seguintes cruzamentos: Pelotas versus Vacaria, Vacaria versus São Joaquim, Vacaria versus Bento Gonçalves, Piracicaba versus Vacaria, Piracicaba versus Bento Gonçalves e Piracicaba versus São Joaquim. Os resultados sugerem que há compatibilidade de acasalamento entre as populações do Sul e certo grau de incompatibilidade destas quando comparadas com a população do Sudeste. Nenhuma diferenciação foi encontrada quanto ao pico de atividade sexual e formação de leks; entretanto os experimentos de filmagem mostraram que estas diferiram em relação às frequências das unidades comportamentais associadas ao sucesso de acasalamento. Houve clara distinção quanto às populações selvagens em relação às criadas em laboratório. Nossos resultados sugerem uma possível explicação para a incompatibilidade de acasalamento encontrada entre as populações do Sul e Sudeste, servindo de alerta para possíveis programas de liberação de insetos estéreis nessas áreas. É importante ressaltar que não basta utilizar populações classificadas no mesmo grupo dentro do complexo A.fraterculus, mas, acima disso, os machos das populações utilizadas em tais programas de controle devem ser aptos a competirem com os insetos selvagens para o sucesso da TIE.
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