"CURIÁ TA TÁ, CURIATÁ!": CABOCLINHOS NO CONGADO EM MONTES CLAROS - DA FESTA A CENA ESPETACULAR

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Abreu, Mírian Walderez Oliva de
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/20018
Resumo: Esta dissertação investiga a espetacularidade dos “Caboclinhos” atualmente único grupo do conjunto de seis grupos de tradição popular congadeira - três de Catopés e dois de Marujos- que anualmente se apresentam nas Festas de Agosto em Montes Claros, cidade do norte de Minas Gerais. Os Caboclinhos através de cortejo com música, canto, dança e cena de um episódio dramático em louvor especial ao Divino Espírito Santo, manifestam uma prática cênica de forma espetacular pelas ruas do centro e de alguns bairros, casas e praças, dentro e nos espaços que circundam a Igreja do Rosário da cidade. A brincadeira revela a imagem de índios nativos e seus curumins à procura do batismo/conversão da igreja católica e as memórias das perseguições e matanças de povos indígenas durante a ocupação - no período colonial - do território que constitui hoje a região norte mineira. O objetivo foi o de observar, compreender, analisar, interpretar e descrever os elementos que estruturam o espetáculo da brincadeira, bem como os contextos sócio, histórico, cultural, religioso e motivacional que o constrói, explica e o torna possível de existência e de modificações. Fui a campo entre abril de 2010 a agosto de 2011; para isto trabalhei com o perfil etnográfico e adotei para a coleta dos dados as técnicas da observação participante com vivências, interlocuções e entrevistas com registros fonográficos transcritos, relatos em diários de campo, registros fotográficos e filmados, numa convivência de dezessete meses com o grupo; participei de reuniões, ensaios, visitas, preparativos dos objetos cênicos e das apresentações como personagem Mamãe Vovó. Para estudar o espetáculo de ritual festivo – congadeiro e adentrar no seu contexto cultural religioso inserido no catolicismo popular, bem como investigar a estrutura cênica da brincadeira, optei como suporte teórico pela Etnocenologia - disciplina acadêmica de perspectiva transdisciplinar que estabelece as práticas e comportamentos humanos espetaculares como objetos de estudo e considera tanto a subjetividade do pesquisador quanto os espetáculos em seus contextos culturais e específicos - , neste sentido busquei uma pesquisa multireferencial, em diálogo com diversos teóricos que cruzam seu território epistemológico. Foi possível identificar na análise espetacular, a teia de significação que se evidencia entre os aspectos contextuais, os aspectos estéticos do espetáculo e o cotidiano do grupo. O estudo resultou na elaboração de um texto que utiliza do encontro da escrita, com as oralidades e com a visualidade da imagem fotográfica para registrar a realidade da manifestação dos Caboclinhos.
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A brincadeira revela a imagem de índios nativos e seus curumins à procura do batismo/conversão da igreja católica e as memórias das perseguições e matanças de povos indígenas durante a ocupação - no período colonial - do território que constitui hoje a região norte mineira. O objetivo foi o de observar, compreender, analisar, interpretar e descrever os elementos que estruturam o espetáculo da brincadeira, bem como os contextos sócio, histórico, cultural, religioso e motivacional que o constrói, explica e o torna possível de existência e de modificações. Fui a campo entre abril de 2010 a agosto de 2011; para isto trabalhei com o perfil etnográfico e adotei para a coleta dos dados as técnicas da observação participante com vivências, interlocuções e entrevistas com registros fonográficos transcritos, relatos em diários de campo, registros fotográficos e filmados, numa convivência de dezessete meses com o grupo; participei de reuniões, ensaios, visitas, preparativos dos objetos cênicos e das apresentações como personagem Mamãe Vovó. 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