Atuação do Agente Comunitário de Saúde em municípios rurais remotos do semiárido: uma análise a partir de múltiplos olhares
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34567 |
Resumo: | Este estudo teve como objetivo analisar a atuação do Agente Comunitário de Saúde (ACS) em Municípios Rurais Remotos (MRR) a partir dos atributos essenciais e derivados da Atenção Primária à Saúde (APS), e na perspectiva de enfermeiras e usuários da APS. Para identificação e análise da prática dos ACS, foram analisadas 40 entrevistas semiestruturadas realizadas com os próprios ACS, enfermeiras e usuários, segundo eventos traçadores, vinculados às Equipes de Saúde da Família (EqSF) de Unidades Básicas de Saúde localizadas na sede de quatro municípios e em suas respectivas zonas rurais, no semiárido nordestino do estado da Bahia (3) e do Piauí (1). Os resultados mostram forte atuação dos ACS em relação aos atributos primeiro contato e integralidade, com escopo ampliado, sobretudo nas zonas rurais dos MRR. A intermediação e a facilitação do acesso ocorrem por meio do forte vínculo com os territórios e famílias e na ausência de outros recursos assistenciais. As ações individuais mediante visitas domiciliares foram mais prevalentes em detrimento de ações coletivas e comunitárias. Foi identificada a realização de procedimentos domiciliares por ACS rurais, como aferição de pressão arterial e curativos. Na ausência de sistemas de informação integrados, os ACS atuavam também em ações de coordenação horizontal. Sobre as práticas desenvolvidas com os usuários, segundo eventos traçadores, foram identificadas ações direcionadas a todos os grupos, com maior ênfase nas gestantes. Os ACS garantem a visita domiciliar com periodicidade mensal para todas as gestantes, mesmo as residentes em áreas descobertas e de difícil acesso, são os principais responsáveis pelo agendamento do papanicolau e utilizam estratégias para possibilitar o uso correto e racional dos medicamentos por usuários hipertensos. As populações rurais apresentam barreiras mais severas de acesso aos cuidados em saúde, em sentido estrito e ampliado, sendo legítimo e desejado que as práticas dos ACS e EqSF sejam forjadas a partir das necessidades reais identificadas nos territórios. Reconhecer tais especificidades e valorá-las por meio de estratégias de educação permanente, reconhecimento simbólico e financeiro, provisão dos meios adequados para seu desenvolvimento em sincronia às demais ações das equipes, da qual o ACS é componente essencial, pode ser um caminho, inclusive, para potencializar outros componentes da APS reconhecidamente estratégicos para o enfrentamento das desigualdades sociais em saúde |
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Sousa, Jessica de OliveiraSousa, Jessica de OliveiraAlmeida, Patty FidelisSantos, Adriano MaiaFausto, Marcia Cristina Rodrigues2021-12-09T10:50:25Z2021-12-09T10:50:25Z2021-12-092021-08-05614.2-051(813.8)http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34567Este estudo teve como objetivo analisar a atuação do Agente Comunitário de Saúde (ACS) em Municípios Rurais Remotos (MRR) a partir dos atributos essenciais e derivados da Atenção Primária à Saúde (APS), e na perspectiva de enfermeiras e usuários da APS. Para identificação e análise da prática dos ACS, foram analisadas 40 entrevistas semiestruturadas realizadas com os próprios ACS, enfermeiras e usuários, segundo eventos traçadores, vinculados às Equipes de Saúde da Família (EqSF) de Unidades Básicas de Saúde localizadas na sede de quatro municípios e em suas respectivas zonas rurais, no semiárido nordestino do estado da Bahia (3) e do Piauí (1). Os resultados mostram forte atuação dos ACS em relação aos atributos primeiro contato e integralidade, com escopo ampliado, sobretudo nas zonas rurais dos MRR. A intermediação e a facilitação do acesso ocorrem por meio do forte vínculo com os territórios e famílias e na ausência de outros recursos assistenciais. As ações individuais mediante visitas domiciliares foram mais prevalentes em detrimento de ações coletivas e comunitárias. Foi identificada a realização de procedimentos domiciliares por ACS rurais, como aferição de pressão arterial e curativos. Na ausência de sistemas de informação integrados, os ACS atuavam também em ações de coordenação horizontal. Sobre as práticas desenvolvidas com os usuários, segundo eventos traçadores, foram identificadas ações direcionadas a todos os grupos, com maior ênfase nas gestantes. Os ACS garantem a visita domiciliar com periodicidade mensal para todas as gestantes, mesmo as residentes em áreas descobertas e de difícil acesso, são os principais responsáveis pelo agendamento do papanicolau e utilizam estratégias para possibilitar o uso correto e racional dos medicamentos por usuários hipertensos. As populações rurais apresentam barreiras mais severas de acesso aos cuidados em saúde, em sentido estrito e ampliado, sendo legítimo e desejado que as práticas dos ACS e EqSF sejam forjadas a partir das necessidades reais identificadas nos territórios. Reconhecer tais especificidades e valorá-las por meio de estratégias de educação permanente, reconhecimento simbólico e financeiro, provisão dos meios adequados para seu desenvolvimento em sincronia às demais ações das equipes, da qual o ACS é componente essencial, pode ser um caminho, inclusive, para potencializar outros componentes da APS reconhecidamente estratégicos para o enfrentamento das desigualdades sociais em saúdeThis study aims to analyze the performance of Community Health Workers (CHW) in Remote Rural Municipalities (MRR) from the essential and derivative attributes of Primary Health Care (PHC) and from the perspective of nurses and PHC users. For identification and analysis of the practice of CHW, 40 semi-structured interviews were analyzed with CHAs, nurses, and users linked to Family Health Teams (EqSF) of Basic Health Units located in the headquarters of four municipalities and in their respective rural areas, in the semi-arid Northeast of the state of Bahia (3) and Piauí (1). The results show a strong performance of CHW in relation to the attributes of first contact and integrality, with a broader scope, especially in rural areas of the MRR. The intermediation and facilitation of access occurs through the CHW’s strong bond with the territories and families and in the absence of other assistance resources. Individual actions through home visits were more prevalent at the expense of collective and community actions. The performance of home procedures by rural CHW was identified, such as blood pressure measurement and bandages. In the absence of integrated information systems, the CHW also acted in horizontal coordination actions. Regarding the practices developed for each line of care studied, they all develop effective practices in the care of each group, with greater emphasis on pregnant women. They are primarily responsible for scheduling the Pap smear and use strategies to enable the correct and rational use of medication by hypertensive users. Rural populations have more severe barriers to accessing health care, in a strict and expanded sense, and it is legitimate and desired that the practices of CHW and Family Health Teams are forged based on the real needs identified in the territories. Recognizing such specificities and valuing them through permanent education strategies, symbolic and financial recognition, provision of adequate means for their development in synchrony with the other actions of the teams, of which it is an essential component, can even be a way to enhance other components of PHC recognized as strategic for facing social inequalities in health.Submitted by jessica sousa (jeuosousa2706@gmail.com) on 2021-11-05T14:30:41Z No. of bitstreams: 1 Dissertação Final Jéssica Oliveira.pdf: 1633017 bytes, checksum: 724eca0e15b05277b9398e84fe2a4d9a (MD5)Approved for entry into archive by MARCOS AURELIO RIBEIRO DA SILVA (marcosars@ufba.br) on 2021-12-09T10:50:25Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação Final Jéssica Oliveira.pdf: 1633017 bytes, checksum: 724eca0e15b05277b9398e84fe2a4d9a (MD5)Made available in DSpace on 2021-12-09T10:50:25Z (GMT). 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