Contribuição ao estudo das doenças glomerulares na Bahia: estudo prospectivo de glomerulopatias – PROGLOM
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/12968 |
Resumo: | Introdução. As glomerulopatias são a 3ª causa de doença renal crônica dialítica no Brasil. Tem-se observado variações regionais na prevalência dos diferentes tipos de glomerulopatias, possivelmente em decorrência de variações na condição social, raça, idade e no acesso e indicação à biópsia renal. Na Bahia temos uma peculiaridade, pois a população é formada predominantemente por pretos e pardos, podendo o padrão histológico ser diferente do restante do país. Os estudos epidemiológicos de prevalência são escassos no Brasil e em nosso estado, onde os dados iniciais mostravam maior prevalência de glomerulonefrites associadas à causas infecciosas. Objetivos. Identificar as glomerulopatias mais prevalentes em nosso meio e fazer correlações anátomoclínicas. Material e Métodos. Estudo de coorte prospectivo observacional, realizado no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), que incluiu dados clínicos, laboratoriais e histológicos de 165 pacientes adultos internados com glomerulopatia, confirmada por biópsia renal, registrados prospectivamente de outubro 2007 a outubro de 2012. Resultados. A maioria dos pacientes tinha entre 18-40 anos (62,4%) e eram não brancos (70,3%). Houve ligeira predominância de mulheres (54,5%). Chamou atenção que 52,7% dos pacientes vinham do interior do estado. A maioria estava sintomática (90,9%), e o período de início de sintomas foi ≤ 3 meses em apenas 38,8%. Havia diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica há ≤ 5 anos em 39,4 %. A mediana da creatinina foi 1,6mg/dL e 46,7% dos pacientes tinham proteinúria nefrótica, com mediana da proteinúria de 3,35 g/24h. Necessitaram de diálise 25,5 % dos pacientes, sendo que 20,6 % permaneciam em diálise na alta hospitalar. No geral, nefrite lúpica foi a doença mais frequente (29%), a glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) foi diagnosticada em 17,6% dos casos, seguida por complexo lesão mínima/GESF (CLM/GESF) (10,3%), nefropatia membranosa (NM) (8,5%), lesão mínima (LM) (6,7%), membranoproliferativa (GNMP) (4,8%), proliferativa difusa (2,4%) e nefropatia por IgA (4,2%). Glomerulonefrite esclerosante ocorreu em 6,7 % dos casos. Comparamos os grupos com glomerulonefrite primária e secundária, e observamos que o último estava mais sintomático (p=0,037), necessitou mais de diálise (p=0,001), usou mais terapia imunossupressora (p=0,000) e teve mais complicações (p=0,006), porém recebeu mais alta da diálise antes da alta hospitalar (p=0,002). Conclusões. Trata-se de uma coorte de pacientes jovens, não brancos, com predomínio de glomerulopatias primárias, sendo GESF a mais frequente dentre as primárias e nefropatia por IgA incomum. No geral, nefrite lúpica foi a doença mais comum, achado compatível com o restante do país e que sugere mudanças no perfil epidemiológico dessas doenças em nosso meio. Observamos que o grupo das glomerulonefrites secundárias era mais grave, foi tratado mais agressivamente, mas em compensação recebeu mais alta da diálise. |
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Carneiro, Márcia Fernanda dos Santos MeloCarneiro, Márcia Fernanda dos Santos MeloRocha, Paulo Novis2013-09-17T17:43:10Z2013-09-17T17:43:10Z2013-09-17http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/12968Introdução. As glomerulopatias são a 3ª causa de doença renal crônica dialítica no Brasil. Tem-se observado variações regionais na prevalência dos diferentes tipos de glomerulopatias, possivelmente em decorrência de variações na condição social, raça, idade e no acesso e indicação à biópsia renal. Na Bahia temos uma peculiaridade, pois a população é formada predominantemente por pretos e pardos, podendo o padrão histológico ser diferente do restante do país. Os estudos epidemiológicos de prevalência são escassos no Brasil e em nosso estado, onde os dados iniciais mostravam maior prevalência de glomerulonefrites associadas à causas infecciosas. Objetivos. Identificar as glomerulopatias mais prevalentes em nosso meio e fazer correlações anátomoclínicas. Material e Métodos. Estudo de coorte prospectivo observacional, realizado no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), que incluiu dados clínicos, laboratoriais e histológicos de 165 pacientes adultos internados com glomerulopatia, confirmada por biópsia renal, registrados prospectivamente de outubro 2007 a outubro de 2012. Resultados. A maioria dos pacientes tinha entre 18-40 anos (62,4%) e eram não brancos (70,3%). Houve ligeira predominância de mulheres (54,5%). Chamou atenção que 52,7% dos pacientes vinham do interior do estado. A maioria estava sintomática (90,9%), e o período de início de sintomas foi ≤ 3 meses em apenas 38,8%. Havia diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica há ≤ 5 anos em 39,4 %. A mediana da creatinina foi 1,6mg/dL e 46,7% dos pacientes tinham proteinúria nefrótica, com mediana da proteinúria de 3,35 g/24h. Necessitaram de diálise 25,5 % dos pacientes, sendo que 20,6 % permaneciam em diálise na alta hospitalar. No geral, nefrite lúpica foi a doença mais frequente (29%), a glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) foi diagnosticada em 17,6% dos casos, seguida por complexo lesão mínima/GESF (CLM/GESF) (10,3%), nefropatia membranosa (NM) (8,5%), lesão mínima (LM) (6,7%), membranoproliferativa (GNMP) (4,8%), proliferativa difusa (2,4%) e nefropatia por IgA (4,2%). Glomerulonefrite esclerosante ocorreu em 6,7 % dos casos. Comparamos os grupos com glomerulonefrite primária e secundária, e observamos que o último estava mais sintomático (p=0,037), necessitou mais de diálise (p=0,001), usou mais terapia imunossupressora (p=0,000) e teve mais complicações (p=0,006), porém recebeu mais alta da diálise antes da alta hospitalar (p=0,002). Conclusões. Trata-se de uma coorte de pacientes jovens, não brancos, com predomínio de glomerulopatias primárias, sendo GESF a mais frequente dentre as primárias e nefropatia por IgA incomum. No geral, nefrite lúpica foi a doença mais comum, achado compatível com o restante do país e que sugere mudanças no perfil epidemiológico dessas doenças em nosso meio. Observamos que o grupo das glomerulonefrites secundárias era mais grave, foi tratado mais agressivamente, mas em compensação recebeu mais alta da diálise.Submitted by Hiolanda Rêgo (hiolandar@gmail.com) on 2013-09-17T17:06:21Z No. of bitstreams: 1 Dissertação_ICS_Márcia Fernanda dos Santos Melo Carneiro.pdf: 3252453 bytes, checksum: 8e1c2cfe0185223bd295094f77aa813a (MD5)Approved for entry into archive by Patricia Barroso(pbarroso@ufba.br) on 2013-09-17T17:43:10Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação_ICS_Márcia Fernanda dos Santos Melo Carneiro.pdf: 3252453 bytes, checksum: 8e1c2cfe0185223bd295094f77aa813a (MD5)Made available in DSpace on 2013-09-17T17:43:10Z (GMT). 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Contribuição ao estudo das doenças glomerulares na Bahia: estudo prospectivo de glomerulopatias – PROGLOM Carneiro, Márcia Fernanda dos Santos Melo Glomerulonefrite/epidemiologia; Nefrite lúpica; Glomerulonefritemembranosa; Glomerulonefrite por IgA; Nefrose lipóide; Glomerulosclerose segmentar e focal; Glomerulonefrite membranoproliferativa. |
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Introdução. As glomerulopatias são a 3ª causa de doença renal crônica dialítica no Brasil. Tem-se observado variações regionais na prevalência dos diferentes tipos de glomerulopatias, possivelmente em decorrência de variações na condição social, raça, idade e no acesso e indicação à biópsia renal. Na Bahia temos uma peculiaridade, pois a população é formada predominantemente por pretos e pardos, podendo o padrão histológico ser diferente do restante do país. Os estudos epidemiológicos de prevalência são escassos no Brasil e em nosso estado, onde os dados iniciais mostravam maior prevalência de glomerulonefrites associadas à causas infecciosas. Objetivos. Identificar as glomerulopatias mais prevalentes em nosso meio e fazer correlações anátomoclínicas. Material e Métodos. Estudo de coorte prospectivo observacional, realizado no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), que incluiu dados clínicos, laboratoriais e histológicos de 165 pacientes adultos internados com glomerulopatia, confirmada por biópsia renal, registrados prospectivamente de outubro 2007 a outubro de 2012. Resultados. A maioria dos pacientes tinha entre 18-40 anos (62,4%) e eram não brancos (70,3%). Houve ligeira predominância de mulheres (54,5%). Chamou atenção que 52,7% dos pacientes vinham do interior do estado. A maioria estava sintomática (90,9%), e o período de início de sintomas foi ≤ 3 meses em apenas 38,8%. Havia diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica há ≤ 5 anos em 39,4 %. A mediana da creatinina foi 1,6mg/dL e 46,7% dos pacientes tinham proteinúria nefrótica, com mediana da proteinúria de 3,35 g/24h. Necessitaram de diálise 25,5 % dos pacientes, sendo que 20,6 % permaneciam em diálise na alta hospitalar. No geral, nefrite lúpica foi a doença mais frequente (29%), a glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) foi diagnosticada em 17,6% dos casos, seguida por complexo lesão mínima/GESF (CLM/GESF) (10,3%), nefropatia membranosa (NM) (8,5%), lesão mínima (LM) (6,7%), membranoproliferativa (GNMP) (4,8%), proliferativa difusa (2,4%) e nefropatia por IgA (4,2%). Glomerulonefrite esclerosante ocorreu em 6,7 % dos casos. Comparamos os grupos com glomerulonefrite primária e secundária, e observamos que o último estava mais sintomático (p=0,037), necessitou mais de diálise (p=0,001), usou mais terapia imunossupressora (p=0,000) e teve mais complicações (p=0,006), porém recebeu mais alta da diálise antes da alta hospitalar (p=0,002). Conclusões. Trata-se de uma coorte de pacientes jovens, não brancos, com predomínio de glomerulopatias primárias, sendo GESF a mais frequente dentre as primárias e nefropatia por IgA incomum. No geral, nefrite lúpica foi a doença mais comum, achado compatível com o restante do país e que sugere mudanças no perfil epidemiológico dessas doenças em nosso meio. Observamos que o grupo das glomerulonefrites secundárias era mais grave, foi tratado mais agressivamente, mas em compensação recebeu mais alta da diálise. |
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