Há produção do comum no trabalho de rua?: instabilidades, conflitos e solidariedade no espaço público
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39590 |
Resumo: | Esta tese investiga a natureza do trabalho de rua, buscando explorar de que maneira ele pode ser compreendido e interpretado para contribuir com a concepção dos comuns urbanos. A pesquisa examina a atividade do(a) trabalhador(a) de rua como uma expressão permanente de uma sociedade desigual, focando em três instâncias: a visibilidade de pobres e negros, a incompatibilidade entre espaço público e trabalho, e as perspectivas relacionadas à constituição de comuns urbanos. A discussão é iniciada tratando sobre as raízes coloniais do trabalho de rua para avançar sobre sua concepção enquanto trabalho informal. Aqui, a teoria dos circuitos da economia proposta por Milton Santos compõe um importante lastro teórico que permite compreender a atividade estudada com maior complexidade, inclusive por facilitar seu entendimento enquanto um segmento da economia dos setores populares. Esses aportes teóricos são fundamentais para nos direcionarmos em uma nova perspectiva que considera a importância das táticas de vida criadas pelas classes populares, permitindo-nos afastar de uma concepção que as trata apenas como vítimas. No percurso desenvolvido, a discussão encaminha-se assim para a formação da esfera pública burguesa e suas derivações para concepção do espaço público, local onde a atividade se apresenta. As ruas que estudamos aqui, especificamente, guardam a singularidade de estarem inseridas na região central da cidade, onde se manifestam conflitos e ações políticas do estado. Deste modo, consideramos importante analisá-las sob a ótica da teoria dos espaços luminosos e homens lentos, a fim de conduzir criticamente a compreensão dessa atividade numa sociedade estruturalmente racista e segregadora. Como então podemos compreender o que a atividade do(a) trabalhador(a) de rua produz para além da ocupação das ruas, como frequentemente se trata? Buscamos então investigar uma abordagem do trabalho de rua em sua interface com a produção do comum, tendo a pragmática vitalista proposta por Verônica Gago como um importante suporte. A metodologia empregada inclui uma abordagem feminista do “pensar situado”, que reconhece a importância dos “saberes localizados” onde se integram as experiências de sujeitos marginalizados na produção de conhecimento. A pesquisa organiza e reúne duas etapas distintas: a primeira desenvolvida durante o mestrado da autora, que analisou a apropriação do espaço público pelos(as) trabalhadores(as) de rua em Salvador, e a segunda que se dá no desenvolvimento da presente tese, em seu processo de adaptação ao contexto pandêmico. Assim constroem-se narrativas sobre o trabalho de rua, fundamentais para dar relevo à compreensão da dinâmica estudada. |
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2024-07-11T21:23:22Z2024-07-11T21:23:22Z2024-04-23BOUÇAS, Rose Laila de Jesus. Há produção do comum no trabalho de rua?: instabilidades, conflitos e solidariedade no espaço público. 2024. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2024.https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39590Esta tese investiga a natureza do trabalho de rua, buscando explorar de que maneira ele pode ser compreendido e interpretado para contribuir com a concepção dos comuns urbanos. A pesquisa examina a atividade do(a) trabalhador(a) de rua como uma expressão permanente de uma sociedade desigual, focando em três instâncias: a visibilidade de pobres e negros, a incompatibilidade entre espaço público e trabalho, e as perspectivas relacionadas à constituição de comuns urbanos. A discussão é iniciada tratando sobre as raízes coloniais do trabalho de rua para avançar sobre sua concepção enquanto trabalho informal. Aqui, a teoria dos circuitos da economia proposta por Milton Santos compõe um importante lastro teórico que permite compreender a atividade estudada com maior complexidade, inclusive por facilitar seu entendimento enquanto um segmento da economia dos setores populares. Esses aportes teóricos são fundamentais para nos direcionarmos em uma nova perspectiva que considera a importância das táticas de vida criadas pelas classes populares, permitindo-nos afastar de uma concepção que as trata apenas como vítimas. No percurso desenvolvido, a discussão encaminha-se assim para a formação da esfera pública burguesa e suas derivações para concepção do espaço público, local onde a atividade se apresenta. As ruas que estudamos aqui, especificamente, guardam a singularidade de estarem inseridas na região central da cidade, onde se manifestam conflitos e ações políticas do estado. Deste modo, consideramos importante analisá-las sob a ótica da teoria dos espaços luminosos e homens lentos, a fim de conduzir criticamente a compreensão dessa atividade numa sociedade estruturalmente racista e segregadora. Como então podemos compreender o que a atividade do(a) trabalhador(a) de rua produz para além da ocupação das ruas, como frequentemente se trata? Buscamos então investigar uma abordagem do trabalho de rua em sua interface com a produção do comum, tendo a pragmática vitalista proposta por Verônica Gago como um importante suporte. A metodologia empregada inclui uma abordagem feminista do “pensar situado”, que reconhece a importância dos “saberes localizados” onde se integram as experiências de sujeitos marginalizados na produção de conhecimento. A pesquisa organiza e reúne duas etapas distintas: a primeira desenvolvida durante o mestrado da autora, que analisou a apropriação do espaço público pelos(as) trabalhadores(as) de rua em Salvador, e a segunda que se dá no desenvolvimento da presente tese, em seu processo de adaptação ao contexto pandêmico. Assim constroem-se narrativas sobre o trabalho de rua, fundamentais para dar relevo à compreensão da dinâmica estudada.This thesis investigates the nature of street work, seeking to explore how it can be understood and interpreted to contribute to the conception of urban commons. The research examines the activity of street workers as a permanent expression of an unequal society, focusing on three instances: the visibility of the poor and black populations, the incompatibility between public space and work, and perspectives related to the constitution of urban commons. The discussion begins by addressing the colonial roots of street work and progresses to its conception as informal labor. Here, Milton Santos’s theory of economic circuits forms an important theoretical foundation that allows for a more complex understanding of the studied activity, particularly by facilitating its comprehension as a segment of the economy within popular sectors. These theoretical contributions are essential to shift towards a new perspective that considers the importance of life tactics created by the popular classes, enabling us to move away from a conception that treats them solely as victims. In the course of the development, the discussion turns to the formation of the bourgeois public sphere and its implications for the conception of public space, where the activity unfolds. The streets studied here, specifically, hold the singularity of being situated in the central region of the city, where conflicts and political actions of the state manifest. Thus, it is considered important to analyze them from the perspective of the theory of luminous spaces and slow men, in order to critically guide the understanding of this activity in a structurally racist and segregating society. How, then, can we understand what street work produces beyond the occupation of the streets, as it is often perceived? We then seek to investigate an approach to street work in its interface with the production of the common, with Verônica Gago’s vitalistic pragmatics providing important support. The methodology employed includes a feminist approach to “situated thinking,” recognizing the importance of “localized knowledge” that integrates the experiences of marginalized subjects in knowledge production. The research organizes and brings together two distinct stages: the first developed during the author’s master’s program, which analyzed the appropriation of public space by street workers in Salvador, and the second, which occurs in the development of this thesis, adapting to the pandemic context. Thus, narratives about street work are constructed, essential to highlight the understanding of the studied dynamics.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)porUniversidade Federal da BahiaPrograma de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) UFBABrasilFaculdade de ArquiteturaPublic spaces - BrazilStreet vendorsUrban economicsWork - Social aspectsCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ARQUITETURA E URBANISMOEconomia urbanaEspaços públicos - BrasilTrabalho - Aspectos sociaisVendedores de ruaHá produção do comum no trabalho de rua?: instabilidades, conflitos e solidariedade no espaço públicoIs there a production of the common in street work?: instabilities, conflicts, and solidarity in public spaceDoutoradoinfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionFernandes, Ana Mariahttp://lattes.cnpq.br/5071350422821688Franco, Angela Maria de Almeidahttp://lattes.cnpq.br/2502586718978758Figueiredo, Glória Cecília dos SantosFernandes, Ana Mariahttp://lattes.cnpq.br/5071350422821688Franco, Angela Maria de Almeidahttp://lattes.cnpq.br/2502586718978758Silva, Regina Helena Alves dahttp://lattes.cnpq.br/0803501641077783Tonucci Filho, João Bosco Mourahttp://lattes.cnpq.br/1814079278350942Lima, Adriana Nogueira Vieirahttp://lattes.cnpq.br/1797614329766910http://lattes.cnpq.br/23189575949381370000-0002-9563-174Xhttp://lattes.cnpq.br/6306508327007243Bouças, Rose Laila de Jesusinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALtese_lailaboucas_2024.pdftese_lailaboucas_2024.pdfTese Laila Boucas - Há produção do comum no trabalho de ruaapplication/pdf40764350https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/39590/1/tese_lailaboucas_2024.pdff7d2b1c8dd7322cb01f5c6adee254b5aMD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1720https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/39590/2/license.txtd9b7566281c22d808dbf8f29ff0425c8MD52open accessri/395902024-07-11 18:23:22.536open accessoai:repositorio.ufba.br:ri/39590TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBvIGF1dG9yIG91IHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3Vtbykgbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlL291IGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBlL291IHbDrWRlby4KCk8gYXV0b3Igb3UgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIGUvb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHDp8OjbywgcG9kZW5kbyBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLiAKCk8gYXV0b3Igb3UgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIG7Do28sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBwYXJhIGNvbmNlZGVyIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBSRVNVTFRFIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTywgVk9Dw4ogREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTw4NPLCBDT01PIFRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l0w7NyaW8gc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyLCBjbGFyYW1lbnRlLCBvIChzKSBzZXUocykgbm9tZSAocykgb3UgbyAocykgbm9tZSAocykgZG8gKHMpIGRldGVudG9yIChlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIGFsw6ltIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322024-07-11T21:23:22Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false |
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