As implicações sócio-espaciais das romarias no espaço urbano e regional de Milagres – BA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rosa, Wedmo Teixeira
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/17823
Resumo: Práticas religiosas como as peregrinações/romarias indicam experiências humanas repletas de significados, com nítida dimensão espacial, além de contribuir para a organização do espaço e modificar a paisagem, ainda mais quando essas práticas sociais envolvem lugares com histórias de milagres e aparições de Santos ou da Virgem Maria. Esse é o caso de Milagres, situado no extremo oeste da Região do Recôncavo Sul e na Região Natural do Semi-Árido baiano, entre as cidades de Feira de Santana e Jequié, às margens da BR-116, que, apesar da dependência econômica em relação a essa rodovia, é um centro de convergência de romeiros, com dimensão local e regional no Estado da Bahia, com um fluxo periódico de devotos que buscam lugares sagrados para manifestarem sua fé, o que faz com que a cidade tenha uma significativa função religiosa. Este trabalho tem como objetivo principal analisar, com base em uma abordagem cultural da Geografia, a dimensão espacial do fenômeno religioso das romarias/peregrinações, a partir da vivência do sagrado, além de tentar compreender até que ponto estas práticas devocionais repercutem na região e influenciam na dinâmica urbana de Milagres – BA. Para a realização desta pesquisa utilizou-se aqui um arcabouço metodológico que contou com o levantamento bibliográfico e documental, trabalho direto no campo, a fim de vivenciar e conhecer melhor o fenômeno estudado, entrevistas e análise dos dados coletados. No período de romarias, Milagres se transforma, a dinâmica urbana ganha uma nova orientação, com intenso fluxo de romeiros e visitantes, que se estende durante o primeiro semestre de cada ano e adquire força nas festas religiosas, quando se (re)organiza o espaço e se altera o cotidiano urbano, (re)criando formas e (re)funcionalizando-as para atender o visitante. No período sem romarias, notadamente no segundo semestre do ano, o cotidiano da cidade é muito parecido com de outros pequenos núcleos urbanos da Bahia, voltando-se então para o tempo comum. As festas e práticas religiosas como as romarias são manifestações culturais que ocorrem na área urbana e/ou rural num tempo sagrado, num tempo que, para o homem religioso, é qualitativamente diferente do tempo cotidiano, que tem valor significativo e consegue aproximar o homem comum de um campo de força divino, extraordinário, principalmente quando esse tempo ocorre num espaço sagrado, imprimindo ao lugar das festas uma dinâmica diferente daquela praticada nos dias comuns, tornando-o simbolicamente importante para os visitantes. O estudo da espacialidade do sagrado, das festas religiosas, da vivência e práticas religiosas dos romeiros, trata do estudo de práticas sociais, da importância dos lugares e símbolos sagrados e da experiência das pessoas com o espaço.
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Para a realização desta pesquisa utilizou-se aqui um arcabouço metodológico que contou com o levantamento bibliográfico e documental, trabalho direto no campo, a fim de vivenciar e conhecer melhor o fenômeno estudado, entrevistas e análise dos dados coletados. No período de romarias, Milagres se transforma, a dinâmica urbana ganha uma nova orientação, com intenso fluxo de romeiros e visitantes, que se estende durante o primeiro semestre de cada ano e adquire força nas festas religiosas, quando se (re)organiza o espaço e se altera o cotidiano urbano, (re)criando formas e (re)funcionalizando-as para atender o visitante. No período sem romarias, notadamente no segundo semestre do ano, o cotidiano da cidade é muito parecido com de outros pequenos núcleos urbanos da Bahia, voltando-se então para o tempo comum. 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