Homens de mando e de guerra: capitães mores em Sergipe Del Rey (1648-1743)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Siqueira, Luís
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23337
Resumo: Esta tese investiga as atuações dos capitães mores em Sergipe del Rey no período de 1648 a 1743. Selecionados pelo Conselho Ultramarino mediante processo que elencava um conjunto de condições para serem nomeados pelo rei, esses militares tiveram papel fundamental no que diz respeito à defesa territorial, à administração e à exploração da colônia brasileira. A partir de fontes manuscritas e impressas provenientes de arquivos portugueses e brasileiros buscou-se compreender o processo de recrutamento de soldados provenientes do exército regular português para o cargo cimeiro da capitania. O trabalho teve duas hipóteses: a primeira refere-se a não alienação do território por parte da Coroa portuguesa por causa da notícia de prata e da localização da capitania situada entre Bahia e Pernambuco; a segunda considera que a capitania exerceu poder de atração nos militares interessados no cargo a ponto de estes optarem por participarem dos editais de seleção. Por meio da técnica da prosopografia evidenciou-se um número de trinta e quatro comandantes nomeados, dentre os quais vinte e três exerceram o governo na segunda metade dos seiscentos e onze na primeira metade do século XVIII. Na análise empreendida sobre a atuação desses governantes, constatou-se que uns cumpriram as determinações legais para governar a localidade e outros divergiram, causando problemas administrativos. Na capitania sergipana, além de nomear comandantes, os reis da dinastia de Bragança efetivaram controle e exploração do território adotando estratégias de caráter econômico e militar mediante processo de recolonização com a doação de sesmarias, incentivo às atividades criatórias, buscas de metais precisos, produção de gêneros alimentícios e militarização do território cujo modelo de defesa esteve baseado na vigília dos portos, de estradas e caminhos, de foz dos rios e reconstrução de São Cristóvão para servir como cidade-forte. Nesse território de jurisdição real, chegou-se ao resultado de que mesmos os comandantes que causaram problemas na governabilidade atuaram na capitania cumprindo funções de defesa, fiscais, políticas e auxiliar da justiça local. A correspondência dos governadores gerais para esses governantes ordenando, reprimindo, desautorizando e elogiando ações constataram que a Coroa portuguesa também garantiu as bases da colonização na América portuguesa a partir Sergipe del Rey.
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