Tornar-se mulher usuária de crack: trajetória de vida, cultura de uso e políticas sobre drogas no centro de Salvador-BA
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28468 |
Resumo: | Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre mulheres com trajetória de vida nas ruas do Centro da cidade de Salvador, compreendendo, a partir da dinâmica desta cultura, a importância da construção entre pares dos controles sociais informais, bem como dos controles sociais formais advindos de uma sociedade estruturada a partir de opressões. Com a finalidade de observar o cotidiano da vivência desta cultura, procedi ao acompanhamento das parceirass da pesquisa nas cenas de uso de crack. Posteriormente, o trabalho de campo me conduziu para o acompanhamento dessas mulheres em outros trajetos urbanos de busca por serviços de assistência, saúde e justiça, bem como a construção de um grupo local de militância feminista. Por meio da bibliografia de referência para o tema foi possível direcionar o meu olhar para a compreensão da gramática de violência cotidiana direcionada a essas mulheres, acirrada pelo direcionamento de uma política de drogas que utiliza a estratégia de guerra às drogas que tem se apresentado como uma guerra contra as mulheres. Como resultado reflito que a grande maioria das mulheres investigadas recorrem ao uso abusivo de crack como método para aliviar o sofrimento de violências de gênero e raciais sofridas ao longo de suas trajetórias de vida, bem como elaboram estratégias políticas de resistência, proteção e mobilização entre mulheres. Concluo pontuando que a politica de drogas, tal como se apresenta na atualidade, reforça opressões de raça, gênero e classe constituindo uma arena marcada pela injustiça social na vida das mulheres. A resposta a essas opressões aparecem na pesquisa a partir da construção do campo do feminismo antiproibicionista que tem organizado politicamente mulheres afetadas pela guerra as Drogas. |
id |
UFBA-2_ccbc578b826a505e2c2c6a18c68cf683 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufba.br:ri/28468 |
network_acronym_str |
UFBA-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFBA |
repository_id_str |
1932 |
spelling |
Malheiro, Luana Silva BastosMalheiro, Luana Silva BastosEdward, MacRaeAlencar, Roselene Cássia deMarques, Diego Ferreira2019-01-25T16:28:27Z2019-01-25T16:28:27Z2019-01-252018-02-21http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28468Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre mulheres com trajetória de vida nas ruas do Centro da cidade de Salvador, compreendendo, a partir da dinâmica desta cultura, a importância da construção entre pares dos controles sociais informais, bem como dos controles sociais formais advindos de uma sociedade estruturada a partir de opressões. Com a finalidade de observar o cotidiano da vivência desta cultura, procedi ao acompanhamento das parceirass da pesquisa nas cenas de uso de crack. Posteriormente, o trabalho de campo me conduziu para o acompanhamento dessas mulheres em outros trajetos urbanos de busca por serviços de assistência, saúde e justiça, bem como a construção de um grupo local de militância feminista. Por meio da bibliografia de referência para o tema foi possível direcionar o meu olhar para a compreensão da gramática de violência cotidiana direcionada a essas mulheres, acirrada pelo direcionamento de uma política de drogas que utiliza a estratégia de guerra às drogas que tem se apresentado como uma guerra contra as mulheres. Como resultado reflito que a grande maioria das mulheres investigadas recorrem ao uso abusivo de crack como método para aliviar o sofrimento de violências de gênero e raciais sofridas ao longo de suas trajetórias de vida, bem como elaboram estratégias políticas de resistência, proteção e mobilização entre mulheres. Concluo pontuando que a politica de drogas, tal como se apresenta na atualidade, reforça opressões de raça, gênero e classe constituindo uma arena marcada pela injustiça social na vida das mulheres. A resposta a essas opressões aparecem na pesquisa a partir da construção do campo do feminismo antiproibicionista que tem organizado politicamente mulheres afetadas pela guerra as Drogas.Submitted by Luana Malheiro (luana.malheiro@gmail.com) on 2019-01-08T16:50:26Z No. of bitstreams: 1 Dissertacao__FIM__.pdf: 4345749 bytes, checksum: 10351e99d9e91f2932e2322fce0ed667 (MD5)Approved for entry into archive by Ana Portela (anapoli@ufba.br) on 2019-01-25T16:28:27Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertacao__FIM__.pdf: 4345749 bytes, checksum: 10351e99d9e91f2932e2322fce0ed667 (MD5)Made available in DSpace on 2019-01-25T16:28:27Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertacao__FIM__.pdf: 4345749 bytes, checksum: 10351e99d9e91f2932e2322fce0ed667 (MD5)CAPESAntropologiaCrackCultura de Uso,Trajetória de vidaDrogasTornar-se mulher usuária de crack: trajetória de vida, cultura de uso e políticas sobre drogas no centro de Salvador-BAinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisFaculdade de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em AntropologiaUFBA/PPGABrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALDissertacao__FIM__.pdfDissertacao__FIM__.pdfapplication/pdf4345749https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28468/1/Dissertacao__FIM__.pdf10351e99d9e91f2932e2322fce0ed667MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1345https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28468/3/license.txtff6eaa8b858ea317fded99f125f5fcd0MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1345https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28468/2/license.txtff6eaa8b858ea317fded99f125f5fcd0MD52TEXTDissertacao__FIM__.pdf.txtDissertacao__FIM__.pdf.txtExtracted texttext/plain709222https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28468/4/Dissertacao__FIM__.pdf.txtd6a1041ae8a01e1f5bd956467da857f6MD54ri/284682022-07-05 14:03:57.225oai:repositorio.ufba.br:ri/28468VGVybW8gZGUgTGljZW7vv71hLCBu77+9byBleGNsdXNpdm8sIHBhcmEgbyBkZXDvv71zaXRvIG5vIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRkJBLgoKIFBlbG8gcHJvY2Vzc28gZGUgc3VibWlzc++/vW8gZGUgZG9jdW1lbnRvcywgbyBhdXRvciBvdSBzZXUgcmVwcmVzZW50YW50ZSBsZWdhbCwgYW8gYWNlaXRhciAKZXNzZSB0ZXJtbyBkZSBsaWNlbu+/vWEsIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRhIEJhaGlhIApvIGRpcmVpdG8gZGUgbWFudGVyIHVtYSBj77+9cGlhIGVtIHNldSByZXBvc2l077+9cmlvIGNvbSBhIGZpbmFsaWRhZGUsIHByaW1laXJhLCBkZSBwcmVzZXJ2Ye+/ve+/vW8uIApFc3NlcyB0ZXJtb3MsIG7vv71vIGV4Y2x1c2l2b3MsIG1hbnTvv71tIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yL2NvcHlyaWdodCwgbWFzIGVudGVuZGUgbyBkb2N1bWVudG8gCmNvbW8gcGFydGUgZG8gYWNlcnZvIGludGVsZWN0dWFsIGRlc3NhIFVuaXZlcnNpZGFkZS4KCiBQYXJhIG9zIGRvY3VtZW50b3MgcHVibGljYWRvcyBjb20gcmVwYXNzZSBkZSBkaXJlaXRvcyBkZSBkaXN0cmlidWnvv73vv71vLCBlc3NlIHRlcm1vIGRlIGxpY2Vu77+9YSAKZW50ZW5kZSBxdWU6CgogTWFudGVuZG8gb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHJlcGFzc2Fkb3MgYSB0ZXJjZWlyb3MsIGVtIGNhc28gZGUgcHVibGljYe+/ve+/vWVzLCBvIHJlcG9zaXTvv71yaW8KcG9kZSByZXN0cmluZ2lyIG8gYWNlc3NvIGFvIHRleHRvIGludGVncmFsLCBtYXMgbGliZXJhIGFzIGluZm9ybWHvv73vv71lcyBzb2JyZSBvIGRvY3VtZW50bwooTWV0YWRhZG9zIGVzY3JpdGl2b3MpLgoKIERlc3RhIGZvcm1hLCBhdGVuZGVuZG8gYW9zIGFuc2Vpb3MgZGVzc2EgdW5pdmVyc2lkYWRlIGVtIG1hbnRlciBzdWEgcHJvZHXvv73vv71vIGNpZW5077+9ZmljYSBjb20gCmFzIHJlc3Ryae+/ve+/vWVzIGltcG9zdGFzIHBlbG9zIGVkaXRvcmVzIGRlIHBlcmnvv71kaWNvcy4KCiBQYXJhIGFzIHB1YmxpY2Hvv73vv71lcyBzZW0gaW5pY2lhdGl2YXMgcXVlIHNlZ3VlbSBhIHBvbO+/vXRpY2EgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0bywgb3MgZGVw77+9c2l0b3MgCmNvbXB1bHPvv71yaW9zIG5lc3NlIHJlcG9zaXTvv71yaW8gbWFudO+/vW0gb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIG1hcyBtYW5077+9bSBhY2Vzc28gaXJyZXN0cml0byAKYW8gbWV0YWRhZG9zIGUgdGV4dG8gY29tcGxldG8uIEFzc2ltLCBhIGFjZWl0Ye+/ve+/vW8gZGVzc2UgdGVybW8gbu+/vW8gbmVjZXNzaXRhIGRlIGNvbnNlbnRpbWVudG8KIHBvciBwYXJ0ZSBkZSBhdXRvcmVzL2RldGVudG9yZXMgZG9zIGRpcmVpdG9zLCBwb3IgZXN0YXJlbSBlbSBpbmljaWF0aXZhcyBkZSBhY2Vzc28gYWJlcnRvLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-07-05T17:03:57Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Tornar-se mulher usuária de crack: trajetória de vida, cultura de uso e políticas sobre drogas no centro de Salvador-BA |
title |
Tornar-se mulher usuária de crack: trajetória de vida, cultura de uso e políticas sobre drogas no centro de Salvador-BA |
spellingShingle |
Tornar-se mulher usuária de crack: trajetória de vida, cultura de uso e políticas sobre drogas no centro de Salvador-BA Malheiro, Luana Silva Bastos Antropologia Crack Cultura de Uso, Trajetória de vida Drogas |
title_short |
Tornar-se mulher usuária de crack: trajetória de vida, cultura de uso e políticas sobre drogas no centro de Salvador-BA |
title_full |
Tornar-se mulher usuária de crack: trajetória de vida, cultura de uso e políticas sobre drogas no centro de Salvador-BA |
title_fullStr |
Tornar-se mulher usuária de crack: trajetória de vida, cultura de uso e políticas sobre drogas no centro de Salvador-BA |
title_full_unstemmed |
Tornar-se mulher usuária de crack: trajetória de vida, cultura de uso e políticas sobre drogas no centro de Salvador-BA |
title_sort |
Tornar-se mulher usuária de crack: trajetória de vida, cultura de uso e políticas sobre drogas no centro de Salvador-BA |
author |
Malheiro, Luana Silva Bastos |
author_facet |
Malheiro, Luana Silva Bastos |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Malheiro, Luana Silva Bastos Malheiro, Luana Silva Bastos |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Edward, MacRae |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Alencar, Roselene Cássia de Marques, Diego Ferreira |
contributor_str_mv |
Edward, MacRae Alencar, Roselene Cássia de Marques, Diego Ferreira |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
Antropologia |
topic |
Antropologia Crack Cultura de Uso, Trajetória de vida Drogas |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Crack Cultura de Uso, Trajetória de vida Drogas |
description |
Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre mulheres com trajetória de vida nas ruas do Centro da cidade de Salvador, compreendendo, a partir da dinâmica desta cultura, a importância da construção entre pares dos controles sociais informais, bem como dos controles sociais formais advindos de uma sociedade estruturada a partir de opressões. Com a finalidade de observar o cotidiano da vivência desta cultura, procedi ao acompanhamento das parceirass da pesquisa nas cenas de uso de crack. Posteriormente, o trabalho de campo me conduziu para o acompanhamento dessas mulheres em outros trajetos urbanos de busca por serviços de assistência, saúde e justiça, bem como a construção de um grupo local de militância feminista. Por meio da bibliografia de referência para o tema foi possível direcionar o meu olhar para a compreensão da gramática de violência cotidiana direcionada a essas mulheres, acirrada pelo direcionamento de uma política de drogas que utiliza a estratégia de guerra às drogas que tem se apresentado como uma guerra contra as mulheres. Como resultado reflito que a grande maioria das mulheres investigadas recorrem ao uso abusivo de crack como método para aliviar o sofrimento de violências de gênero e raciais sofridas ao longo de suas trajetórias de vida, bem como elaboram estratégias políticas de resistência, proteção e mobilização entre mulheres. Concluo pontuando que a politica de drogas, tal como se apresenta na atualidade, reforça opressões de raça, gênero e classe constituindo uma arena marcada pela injustiça social na vida das mulheres. A resposta a essas opressões aparecem na pesquisa a partir da construção do campo do feminismo antiproibicionista que tem organizado politicamente mulheres afetadas pela guerra as Drogas. |
publishDate |
2018 |
dc.date.submitted.none.fl_str_mv |
2018-02-21 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-01-25T16:28:27Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-01-25T16:28:27Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2019-01-25 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28468 |
url |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28468 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFBA/PPGA |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFBA instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA) instacron:UFBA |
instname_str |
Universidade Federal da Bahia (UFBA) |
instacron_str |
UFBA |
institution |
UFBA |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFBA |
collection |
Repositório Institucional da UFBA |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28468/1/Dissertacao__FIM__.pdf https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28468/3/license.txt https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28468/2/license.txt https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28468/4/Dissertacao__FIM__.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
10351e99d9e91f2932e2322fce0ed667 ff6eaa8b858ea317fded99f125f5fcd0 ff6eaa8b858ea317fded99f125f5fcd0 d6a1041ae8a01e1f5bd956467da857f6 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1808459581681041408 |