Papel da radioterapia como opção terapêutica à exenteração no carcinoma basocelular com invasão orbitária.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Medeiros, Alleyrand Sergio Ramos
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21361
Resumo: Introdução: o carcinoma basocelular (CBC) é uma neoplasia cutânea maligna capaz de destruição extensa de tecidos. Os locais comuns de acometimento são a cabeça, o pescoço e as pálpebras. A modalidade ideal de tratamento para o CBC é a excisão cirúrgica da lesão com monitoramento microscópico de suas margens, também conhecida como microcirurgia de Mohs. Outras modalidades terapêuticas, como a radioterapia, são opções consideradas principalmente pela morbidade cirúrgica e na impossibilidade de realizar a mesma. No entanto, existem dúvidas sobre o benefício da radioterapia primária no tratamento de CBC. O objetivo desse trabalho foi avaliar o papel da radioterapia como opção terapêutica à exenteração do CBC com invasão orbitária. Métodos: revisão sistemática da literatura nas bases MEDLINE e integradas do BIREME e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), utilizando os termos basal cell carcinoma, radiotherapy e orbit exenteration. Foram incluídos trabalhos sem limite de data, com texto completo disponível através da rede CAPES e em idioma português ou inglês. Resultados: Foram identificados 13 artigos no MEDLINE e 27 na BVS. Desses, foram selecionados nove artigos para avaliação, sendo a maioria deles descrição de série de casos . Houve poucos dados sobre o uso de radioterapia em pacientes com CBC com invasão de órbita e não há trabalhos bem desenhados comparando essa técnica com exenteração. Entre as séries avaliadas o tamanho amostral foi outra importante limitação para avaliação de qualquer possível benefício ou malefício da radioterapia. Apenas um ensaio clínico randomizado comparando radioterapia com excisão cirúrgica em pacientes com CBC em face sem tratamento prévio, encontrou uma maior taxa de falha terapêutica (recorrência da lesão e evolução do tumor) nos pacientes tratados com radioterapia quando comparado com excisão cirúrgica. A taxa de falha terapêutica em quatro anos foi de 0,7% para o grupo tratado com cirurgia (IC95% 0,1 - 3,9%) e 7,5% para os pacientes do grupo radioterapia (IC95% 4,2 - 13,1%). Em uma coorte retrospectiva a dose total de radiação não esteve associada com recorrência de lesão após 10 anos de seguimento, mas sim com deformidades oculares. Entre as séries que acompanharam os pacientes a taxa livre de lesão nos pacientes tratados com radioterapia foi de cerca de 90% em cinco a dez anos de seguimento. Conclusões: Os dados fornecidos pelas séries são insuficientes para concluir sobre recorrência da lesão comparando radioterapia com exenteração. Os resultados fornecidos pelas séries utilizando radioterapia em relação à recorrência da lesão sugerem uma taxa livre de tumor em torno de 90% em cinco anos de seguimento, apesar de um ensaio clínico comparando cirurgia e radioterapia ter encontrado uma taxa de recorrência maior no pacientes tratados com radioterapia. Novos ensaios clínicos randomizados são necessários para avaliar o uso dessas duas terapêuticas em pacientes com CBC com invasão de órbita.
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