Vozes da etnoficção: autoria e alteridade no cinema de Jean Rouch

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, Sandra Straccialano
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25231
Resumo: A tese que aqui se apresenta diz respeito ao estudo das etnoficções no cinema de Jean Rouch, filmes realizados pelo cineasta e antropólogo francês a partir do final dos anos de 1950 e que têm como principal marca sua inscrição tanto nos regimes do documentário como nos da ficção. Trata-se, mais especificamente, de uma abordagem autoral, que parte da perspectiva sobre a autoria que foi defendida pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu (1996) para compreender, em um primeiro momento, as relações que a trajetória particular de Jean Rouch, inscrita simultaneamente nos campos da antropologia e do cinema, estabelece com o desenvolvimento desses objetos híbridos. Articulada a essa análise externa, inscreve-se, contudo, no domínio mais específico da análise fílmica, a qual foi cumprida na consideração dos filmes Jaguar (1954-1967), Eu, um negro (1958) e Petit à petit (1971). Do ponto de vista da análise interna, articula a abordagem semiopragmática que foi desenvolvida por Roger Odin (2000) para o estudo do acionamento de diferentes modos de leitura no espaço em que espectadores e obras se relacionam, à noção de um pacto narrativo primordial que foi defendida por François Niney (2002), a qual dá conta da relação, especialmente relevante para um estudo do documentário, entre o cineasta e os sujeitos por ele filmados. Tal relação foi investigada, mais especificamente, por meio da análise da mise en scène do comentário segundo a metodologia que foi desenvolvida por um conjunto de pesquisadores da Université Paris Ouest Nanterre la Défense coordenados por Claudine de France (1985, 1990, 1995). Do conjunto das diferentes estratégias acionadas na análise, a etnoficção surge como fruto de um movimento identitário utópico que é responsável por sua ambiguidade constitutiva; uma ambiguidade que faz dessa pequena parcela da filmografia de Jean Rouch um terreno particularmente fértil para aqueles que se dedicam tanto ao estudo quanto à prática documentária.
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Articulada a essa análise externa, inscreve-se, contudo, no domínio mais específico da análise fílmica, a qual foi cumprida na consideração dos filmes Jaguar (1954-1967), Eu, um negro (1958) e Petit à petit (1971). Do ponto de vista da análise interna, articula a abordagem semiopragmática que foi desenvolvida por Roger Odin (2000) para o estudo do acionamento de diferentes modos de leitura no espaço em que espectadores e obras se relacionam, à noção de um pacto narrativo primordial que foi defendida por François Niney (2002), a qual dá conta da relação, especialmente relevante para um estudo do documentário, entre o cineasta e os sujeitos por ele filmados. Tal relação foi investigada, mais especificamente, por meio da análise da mise en scène do comentário segundo a metodologia que foi desenvolvida por um conjunto de pesquisadores da Université Paris Ouest Nanterre la Défense coordenados por Claudine de France (1985, 1990, 1995). Do conjunto das diferentes estratégias acionadas na análise, a etnoficção surge como fruto de um movimento identitário utópico que é responsável por sua ambiguidade constitutiva; uma ambiguidade que faz dessa pequena parcela da filmografia de Jean Rouch um terreno particularmente fértil para aqueles que se dedicam tanto ao estudo quanto à prática documentária.The thesis presented here concerns the study of et hnofictions in Jean Rouch’s cinema:films that were made by this French anthropologist and filmmaker from the late 1950s and whose main brand is their inscription both in the documentary and fiction domains. It is, more specifically, an authorial approach which starts from theperspective of the author that was advocated by the French sociologist Pierre Bourdieu (1996) to understand, at first, relations that the particular trajectory of Jean Rouch, inscribed simultaneously in the fields of anthropology and cinema, sets with the development of these hybrid objects. Articulated with this external approach, subscribes itself , however, in the specific field of film analysis, which was fulfilled in the consideration of Jaguar(1954-1967) , Moi, un noir (1958) and Petit à Petit (1971). From the point of view of internal analysis, articulates the semio pragmatic approach that was developed by Roger Odin (2000), to understand the activation of different ways of reading in the space between the audience and films,with the notion of a primordial narrative pact that was defended by François Niney (2002), which gives an account of the relationship, especially relevant for documentary studies , between the filmmakers and the subjects they film. This relationship was investigated, more specifically, by analyzing the mise en scène of commentary according to the methodology that was developed by a group of researchers from the Université Paris Ouest Nanterre la Défense coordinated by Claudine de France (1985, 1990, 1995). Of all the different strategies adopted in the analysis, the ethnofiction arises as the result of a utopian identity movement responsible for its constitutive ambiguity; an ambiguity that makes this small portion of the filmography of Jean Rouch a particularly fertile ground for those who are dedicated both to the study and the practice of documentary cinema.Submitted by Pós-Com Pós-Com (pos-com@ufba.br) on 2015-04-01T12:28:01Z No. of bitstreams: 1 Sandra Coelho.pdf: 4541635 bytes, checksum: 7e2d6c53ec7da878b632fc615dd31696 (MD5)Approved for entry into archive by Vania Magalhaes (magal@ufba.br) on 2018-01-30T11:27:55Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Sandra Coelho.pdf: 4541635 bytes, checksum: 7e2d6c53ec7da878b632fc615dd31696 (MD5)Made available in DSpace on 2018-01-30T11:27:55Z (GMT). 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