Identidade, discurso e poder do morador de rua: construção de uma utopia através do jornal aurora da rua

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes Filho, José
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27333
Resumo: Esta pesquisa buscou analisar, no discurso dos homens em situação de rua que residem na Comunidade da Trindade, na Cidade do Salvador, a construção da subjetividade, da identidade do Jornal Aurora da Rua, cuja representação sobre o morador de rua é diferente em relação ao Jornal Boca de Rua, de Porto Alegre, por isso são identificadas as semelhanças e as diferenças entre estes dois jornais de rua, a partir de categorias como língua, discurso, cultura e mídia alternativa. Já que a pesquisa se situa na área da Linguística Aplicada, usou-se, como embasamento teórico, a Análise do Discurso pêcheutiana, tendo em vista que, nas análises, foi central o conceito de formação discursiva ou formações discursivas, tal qual Pêcheux (1975) e Courtine (1981) a conceberam, como o conceito de heterogeneidade discursiva a partir da heterogeneidade enunciativa (AUTHIER-REVUZ, 1990) e o da polifonia (BAKHTIN, [1929]2013 b), a emergência dos Estudos Culturais como aporte teórico complementar na construção de uma representação baseada no direito à cidadania e ao poder de identidade do morador de rua; o conceito do cinismo grego (SLOTERDIJK, 2012) e o de carnavalização (BAKHTIN, [1946]2013 a) que, por efeitos da memória discursiva, provocam constante atualização, regulando ou modificando aquilo que é dito no nível do intradiscurso, o que pode modificar a formulação de novas formações discursivas. Foram eleitos como corpora os textos do jornal Aurora da Rua, cuja produção e veiculação foram feitas pelos próprios moradores ou ex-moradores de rua em Salvador, em comparação com o jornal Boca de Rua, também publicado pelos moradores de rua de Porto Alegre como mídias alternativas, inspiradas em mídias de movimentos populares; as entrevistas com as pessoas que moram na Comunidade da Trindade e vendem o jornal; as observações do Diário de Pesquisa sobre o cotidiano dessas pessoas. A pesquisa foi qualitativa, de natureza etnográfica porque se baseou na análise de dados (jornais), usando-se a amostragem como técnica, a observação participante, as entrevistas com pessoas de rua que vendem o jornal, bem como com os ex-moradores de rua, os mediadores da Comunidade da Trindade onde o jornal é planejado e produzido. Analisando os textos e as imagens, observou-se que os moradores de rua encontram, no jornal Aurora da Rua, uma imagem positiva de si mesmos, porque existe um discurso singular em que, na descrição do funcionamento discursivo do seu dizer (intradiscurso), identificam, na memória discursiva (interdiscurso), os valores que legitimam essa formação imaginária e, assim, constroem uma representação que se opõe a outras representações construídas pela sociedade. Eles formulam um dizer discursivo que lhes devolve a autoestima e ganha visibilidade social, um sonho de muitos moradores de rua, espalhados por várias cidades brasileiras, em especial, a Cidade do Salvador.
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Já que a pesquisa se situa na área da Linguística Aplicada, usou-se, como embasamento teórico, a Análise do Discurso pêcheutiana, tendo em vista que, nas análises, foi central o conceito de formação discursiva ou formações discursivas, tal qual Pêcheux (1975) e Courtine (1981) a conceberam, como o conceito de heterogeneidade discursiva a partir da heterogeneidade enunciativa (AUTHIER-REVUZ, 1990) e o da polifonia (BAKHTIN, [1929]2013 b), a emergência dos Estudos Culturais como aporte teórico complementar na construção de uma representação baseada no direito à cidadania e ao poder de identidade do morador de rua; o conceito do cinismo grego (SLOTERDIJK, 2012) e o de carnavalização (BAKHTIN, [1946]2013 a) que, por efeitos da memória discursiva, provocam constante atualização, regulando ou modificando aquilo que é dito no nível do intradiscurso, o que pode modificar a formulação de novas formações discursivas. Foram eleitos como corpora os textos do jornal Aurora da Rua, cuja produção e veiculação foram feitas pelos próprios moradores ou ex-moradores de rua em Salvador, em comparação com o jornal Boca de Rua, também publicado pelos moradores de rua de Porto Alegre como mídias alternativas, inspiradas em mídias de movimentos populares; as entrevistas com as pessoas que moram na Comunidade da Trindade e vendem o jornal; as observações do Diário de Pesquisa sobre o cotidiano dessas pessoas. A pesquisa foi qualitativa, de natureza etnográfica porque se baseou na análise de dados (jornais), usando-se a amostragem como técnica, a observação participante, as entrevistas com pessoas de rua que vendem o jornal, bem como com os ex-moradores de rua, os mediadores da Comunidade da Trindade onde o jornal é planejado e produzido. Analisando os textos e as imagens, observou-se que os moradores de rua encontram, no jornal Aurora da Rua, uma imagem positiva de si mesmos, porque existe um discurso singular em que, na descrição do funcionamento discursivo do seu dizer (intradiscurso), identificam, na memória discursiva (interdiscurso), os valores que legitimam essa formação imaginária e, assim, constroem uma representação que se opõe a outras representações construídas pela sociedade. Eles formulam um dizer discursivo que lhes devolve a autoestima e ganha visibilidade social, um sonho de muitos moradores de rua, espalhados por várias cidades brasileiras, em especial, a Cidade do Salvador.Cette recherche s’est attachée à analyser, dans le discours des personnes en situation de rue, qui résident à la Communauté de la Trinité, dans la ville de Salvador, la construction de la subjectivité, de l’identité du journal Aurore de la Rue, dont la représentation sur le sans-abri est différente de celle du journal Parole de Rue de Porto Alegre. Pour cela nous avons identifié les similitudes et les différences entre ces deux journaux de rue, à partir de catégories telles que langue, discours, culture et médias alternatifs. Puisque la recherche se situe dans le cadre de la Linguistique Appliquée, nous faisons usage comme fondement théorique de l’Analyse du Discours de Pêcheux. Cela parce que lors des analyses nous avons élu le concept de formation discursive ou de formations discursives tel que Pêcheux (1975) et Courtine (1981) l’ont conçu. Mais aussi le concept d’hétérogénéité discursive à partir de l’hétérogénéité énonciative (AUTHIER-REVUZ, 1990) et celui de polyphonie (BAKHTIN, [1929] 2013 b). La référence des Études Culturelles sert d’apport théorique complémentaire pour la construction d’une représentation fondée sur le droit à la citoyenneté et au pouvoir d’identité du sans-abri. Sans oublier le concept du cynisme grec (SLOTERDIJK, 2012) et celui de carnavalisation (BAKHTIN, [1946]2013 a) qui, suite aux effets de la mémoire discursive, provoquent une mise à jour constante, régulant ou modifiant ce qui est dit au niveau de l’intradiscours, ce qui peut modifier la formulation de nouvelles formations discursives. Nous avons élu comme corpora, les textes du journal Aurore de la Rue, dont la production et la divulgation ont été à la charge des sans-abri ou anciens sans-abri à Salvador en les comparant à ceux du journal Parole de Rue, publié également par les sans-abri de Porto Alegre en tant que médias alternatifs, inspirés par les médias des mouvements populaires ; et les interviews avec les personnes qui habitent à la Communauté de la Trinité et vendent le journal, comme les observations du Journal de recherche sur le quotidien de ces personnes. La recherche a été qualitative; de nature ethnographique parce qu’elle a pris pour base l’analyse de données (journaux), en utilisant l’échantillonnage comme technique, l’observation participante, les interviews avec les sans-abri qui vendent le journal, mais aussi avec les anciens sans-abri, les médiateurs de la Communauté de la Trinité où le journal est préparé et produit. En analysant les textes et les images, nous observons que les habitants de rue découvrent, dans le journal Aurore de la Rue, une image positive d’eux-mêmes. Parce qu’il existe un discours singulier dans lequel, au travers de la description du fonctionnement discursif de leur dire (intradiscours), ils identifient, dans la mémoire discursive (interdiscours), les valeurs qui légitiment cette formation imaginaire. Ils construisent ainsi une représentation qui s’oppose à d’autres représentations construites par la société. Ils formulent un dire discursif qui leur fait retrouver l’estime de soi et leur confère une visibilité sociale, le rêve de nombreux sans-abri, éparpillés dans plusieurs villes brésiliennes, notamment la ville de Salvador.Submitted by Roberth Novaes (roberth.novaes@live.com) on 2018-09-12T19:06:54Z No. of bitstreams: 2 TESE FINAL PROF. JOSÉ GOMES Vol. 1.pdf: 4236527 bytes, checksum: dded2dfa72b5864cc6cc76dc47041aa9 (MD5) TESE FINAL PROF. 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