Inevitável desafricanização? O ocaso das negras quituteiras na Salvador da década de 1930
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27589 |
Resumo: | Salvador é conhecida pela sua beleza, pelo acolhimento de sua população majoritariamente negra, reflexo do seu passado escravista. Tida como a cidade mais negra do mundo fora da África, Salvador recebeu em seu porto aproximadamente 407.100 escravos entre 1786 e 1850 (GRAHAM, 2013, p. 41). Com os negros vieram suas próprias tradições religiosas, sociais, econômicas, que sem sombra de dúvidas influenciaram e ainda influenciam a sociedade soteropolitana. Diversos relatos de viajantes narram a efervescência do centro comercial da cidade, admiram-se com a destreza das negras em equilibrar os balaios sobre a cabeça, elogiam a culinária local inevitavelmente influenciada pelas mulheres negras, já que eram elas em grande maioria as responsáveis pela venda e preparo dos alimentos. No entanto, com o passar dos anos essas tradições quando não esquecidas pelas novas gerações, são modificadas de acordo com a necessidade, determinados itens antes utilizados pelas camadas populares, se enobrecem e passam a caras iguarias, ou mesmo denominações de atividades são modificadas por conta de inovações tecnológicas como é o caso do queimadeiro. A história do povo negro, especialmente no Brasil, é feita de resistência e adaptação e não poderia ser diferente com o que se põe a mesa, ou o que se vende nos balaios das quituteiras. |
id |
UFBA-2_dd7307622c07a9eb13b0f08a07cfc4b3 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufba.br:ri/27589 |
network_acronym_str |
UFBA-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFBA |
repository_id_str |
1932 |
spelling |
Souza, Thiago Lima MacedoNegro, Antonio Luigi2018-10-03T18:18:31Z2018-10-03T18:18:31Z2018-10-032018http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27589Salvador é conhecida pela sua beleza, pelo acolhimento de sua população majoritariamente negra, reflexo do seu passado escravista. Tida como a cidade mais negra do mundo fora da África, Salvador recebeu em seu porto aproximadamente 407.100 escravos entre 1786 e 1850 (GRAHAM, 2013, p. 41). Com os negros vieram suas próprias tradições religiosas, sociais, econômicas, que sem sombra de dúvidas influenciaram e ainda influenciam a sociedade soteropolitana. Diversos relatos de viajantes narram a efervescência do centro comercial da cidade, admiram-se com a destreza das negras em equilibrar os balaios sobre a cabeça, elogiam a culinária local inevitavelmente influenciada pelas mulheres negras, já que eram elas em grande maioria as responsáveis pela venda e preparo dos alimentos. No entanto, com o passar dos anos essas tradições quando não esquecidas pelas novas gerações, são modificadas de acordo com a necessidade, determinados itens antes utilizados pelas camadas populares, se enobrecem e passam a caras iguarias, ou mesmo denominações de atividades são modificadas por conta de inovações tecnológicas como é o caso do queimadeiro. A história do povo negro, especialmente no Brasil, é feita de resistência e adaptação e não poderia ser diferente com o que se põe a mesa, ou o que se vende nos balaios das quituteiras.Submitted by ANTONIO NEGRO (negro@ufba.br) on 2018-09-04T18:51:13Z No. of bitstreams: 1 INEVITAVEL DESAFRICANIZAÇÃO.pdf: 294546 bytes, checksum: 897eafb4cccd14f13c61a4459cf26554 (MD5)Approved for entry into archive by Hozana Azevedo (hazevedo@ufba.br) on 2018-10-03T18:18:31Z (GMT) No. of bitstreams: 1 INEVITAVEL DESAFRICANIZAÇÃO.pdf: 294546 bytes, checksum: 897eafb4cccd14f13c61a4459cf26554 (MD5)Made available in DSpace on 2018-10-03T18:18:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1 INEVITAVEL DESAFRICANIZAÇÃO.pdf: 294546 bytes, checksum: 897eafb4cccd14f13c61a4459cf26554 (MD5)Historia do BrasilNegroAlimentaçãoDesafricanizaçãoSalvadorInevitável desafricanização? O ocaso das negras quituteiras na Salvador da década de 1930info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal da BahiaUFBABrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALINEVITAVEL DESAFRICANIZAÇÃO.pdfINEVITAVEL DESAFRICANIZAÇÃO.pdfapplication/pdf294546https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/27589/1/INEVITAVEL%20DESAFRICANIZA%c3%87%c3%83O.pdf897eafb4cccd14f13c61a4459cf26554MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1345https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/27589/2/license.txtff6eaa8b858ea317fded99f125f5fcd0MD52TEXTINEVITAVEL DESAFRICANIZAÇÃO.pdf.txtINEVITAVEL DESAFRICANIZAÇÃO.pdf.txtExtracted texttext/plain45085https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/27589/3/INEVITAVEL%20DESAFRICANIZA%c3%87%c3%83O.pdf.txt9b1f89021e88330b9250f17f0c01272cMD53ri/275892022-02-21 00:29:34.424oai:repositorio.ufba.br:ri/27589VGVybW8gZGUgTGljZW7vv71hLCBu77+9byBleGNsdXNpdm8sIHBhcmEgbyBkZXDvv71zaXRvIG5vIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRkJBLgoKIFBlbG8gcHJvY2Vzc28gZGUgc3VibWlzc++/vW8gZGUgZG9jdW1lbnRvcywgbyBhdXRvciBvdSBzZXUgcmVwcmVzZW50YW50ZSBsZWdhbCwgYW8gYWNlaXRhciAKZXNzZSB0ZXJtbyBkZSBsaWNlbu+/vWEsIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRhIEJhaGlhIApvIGRpcmVpdG8gZGUgbWFudGVyIHVtYSBj77+9cGlhIGVtIHNldSByZXBvc2l077+9cmlvIGNvbSBhIGZpbmFsaWRhZGUsIHByaW1laXJhLCBkZSBwcmVzZXJ2Ye+/ve+/vW8uIApFc3NlcyB0ZXJtb3MsIG7vv71vIGV4Y2x1c2l2b3MsIG1hbnTvv71tIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yL2NvcHlyaWdodCwgbWFzIGVudGVuZGUgbyBkb2N1bWVudG8gCmNvbW8gcGFydGUgZG8gYWNlcnZvIGludGVsZWN0dWFsIGRlc3NhIFVuaXZlcnNpZGFkZS4KCiBQYXJhIG9zIGRvY3VtZW50b3MgcHVibGljYWRvcyBjb20gcmVwYXNzZSBkZSBkaXJlaXRvcyBkZSBkaXN0cmlidWnvv73vv71vLCBlc3NlIHRlcm1vIGRlIGxpY2Vu77+9YSAKZW50ZW5kZSBxdWU6CgogTWFudGVuZG8gb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHJlcGFzc2Fkb3MgYSB0ZXJjZWlyb3MsIGVtIGNhc28gZGUgcHVibGljYe+/ve+/vWVzLCBvIHJlcG9zaXTvv71yaW8KcG9kZSByZXN0cmluZ2lyIG8gYWNlc3NvIGFvIHRleHRvIGludGVncmFsLCBtYXMgbGliZXJhIGFzIGluZm9ybWHvv73vv71lcyBzb2JyZSBvIGRvY3VtZW50bwooTWV0YWRhZG9zIGVzY3JpdGl2b3MpLgoKIERlc3RhIGZvcm1hLCBhdGVuZGVuZG8gYW9zIGFuc2Vpb3MgZGVzc2EgdW5pdmVyc2lkYWRlIGVtIG1hbnRlciBzdWEgcHJvZHXvv73vv71vIGNpZW5077+9ZmljYSBjb20gCmFzIHJlc3Ryae+/ve+/vWVzIGltcG9zdGFzIHBlbG9zIGVkaXRvcmVzIGRlIHBlcmnvv71kaWNvcy4KCiBQYXJhIGFzIHB1YmxpY2Hvv73vv71lcyBzZW0gaW5pY2lhdGl2YXMgcXVlIHNlZ3VlbSBhIHBvbO+/vXRpY2EgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0bywgb3MgZGVw77+9c2l0b3MgCmNvbXB1bHPvv71yaW9zIG5lc3NlIHJlcG9zaXTvv71yaW8gbWFudO+/vW0gb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIG1hcyBtYW5077+9bSBhY2Vzc28gaXJyZXN0cml0byAKYW8gbWV0YWRhZG9zIGUgdGV4dG8gY29tcGxldG8uIEFzc2ltLCBhIGFjZWl0Ye+/ve+/vW8gZGVzc2UgdGVybW8gbu+/vW8gbmVjZXNzaXRhIGRlIGNvbnNlbnRpbWVudG8KIHBvciBwYXJ0ZSBkZSBhdXRvcmVzL2RldGVudG9yZXMgZG9zIGRpcmVpdG9zLCBwb3IgZXN0YXJlbSBlbSBpbmljaWF0aXZhcyBkZSBhY2Vzc28gYWJlcnRvLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-02-21T03:29:34Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Inevitável desafricanização? O ocaso das negras quituteiras na Salvador da década de 1930 |
title |
Inevitável desafricanização? O ocaso das negras quituteiras na Salvador da década de 1930 |
spellingShingle |
Inevitável desafricanização? O ocaso das negras quituteiras na Salvador da década de 1930 Souza, Thiago Lima Macedo Historia do Brasil Negro Alimentação Desafricanização Salvador |
title_short |
Inevitável desafricanização? O ocaso das negras quituteiras na Salvador da década de 1930 |
title_full |
Inevitável desafricanização? O ocaso das negras quituteiras na Salvador da década de 1930 |
title_fullStr |
Inevitável desafricanização? O ocaso das negras quituteiras na Salvador da década de 1930 |
title_full_unstemmed |
Inevitável desafricanização? O ocaso das negras quituteiras na Salvador da década de 1930 |
title_sort |
Inevitável desafricanização? O ocaso das negras quituteiras na Salvador da década de 1930 |
author |
Souza, Thiago Lima Macedo |
author_facet |
Souza, Thiago Lima Macedo |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Souza, Thiago Lima Macedo |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Negro, Antonio Luigi |
contributor_str_mv |
Negro, Antonio Luigi |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
Historia do Brasil |
topic |
Historia do Brasil Negro Alimentação Desafricanização Salvador |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Negro Alimentação Desafricanização Salvador |
description |
Salvador é conhecida pela sua beleza, pelo acolhimento de sua população majoritariamente negra, reflexo do seu passado escravista. Tida como a cidade mais negra do mundo fora da África, Salvador recebeu em seu porto aproximadamente 407.100 escravos entre 1786 e 1850 (GRAHAM, 2013, p. 41). Com os negros vieram suas próprias tradições religiosas, sociais, econômicas, que sem sombra de dúvidas influenciaram e ainda influenciam a sociedade soteropolitana. Diversos relatos de viajantes narram a efervescência do centro comercial da cidade, admiram-se com a destreza das negras em equilibrar os balaios sobre a cabeça, elogiam a culinária local inevitavelmente influenciada pelas mulheres negras, já que eram elas em grande maioria as responsáveis pela venda e preparo dos alimentos. No entanto, com o passar dos anos essas tradições quando não esquecidas pelas novas gerações, são modificadas de acordo com a necessidade, determinados itens antes utilizados pelas camadas populares, se enobrecem e passam a caras iguarias, ou mesmo denominações de atividades são modificadas por conta de inovações tecnológicas como é o caso do queimadeiro. A história do povo negro, especialmente no Brasil, é feita de resistência e adaptação e não poderia ser diferente com o que se põe a mesa, ou o que se vende nos balaios das quituteiras. |
publishDate |
2018 |
dc.date.submitted.none.fl_str_mv |
2018 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2018-10-03T18:18:31Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2018-10-03T18:18:31Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2018-10-03 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/bachelorThesis |
format |
bachelorThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27589 |
url |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27589 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal da Bahia |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFBA |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal da Bahia |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFBA instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA) instacron:UFBA |
instname_str |
Universidade Federal da Bahia (UFBA) |
instacron_str |
UFBA |
institution |
UFBA |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFBA |
collection |
Repositório Institucional da UFBA |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/27589/1/INEVITAVEL%20DESAFRICANIZA%c3%87%c3%83O.pdf https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/27589/2/license.txt https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/27589/3/INEVITAVEL%20DESAFRICANIZA%c3%87%c3%83O.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
897eafb4cccd14f13c61a4459cf26554 ff6eaa8b858ea317fded99f125f5fcd0 9b1f89021e88330b9250f17f0c01272c |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1801502654598217728 |