O espanhol como língua franca: rompendo barreiras, abrindo caminhos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pontes, Camila Guimarães Santero
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31523
Resumo: A língua é o veículo para a mundialização das informações (ESTERMANN, 2010), mas como se trata de um veículo é governado por sujeitos. A língua não informa simplesmente, mas forma, reforma e deforma. Se a língua intervém nos sujeitos envolvidos na interação, seu uso é uma atividade política que reflete as predileções ideológicas de quem representa (RAJAGOPALAN, 2004). Prova disso são as marcas de políticas imperialistas em línguas internacionais como o espanhol, o francês e o inglês. No entanto, esta última avança a passos largos no seu processo de desterritorialização, o que a eleva da condição de língua internacional para a de língua do mundo e não apenas do império. Há muitas questões que envolvem a constatação do espanhol com função de língua franca (doravante, ELF) em contextos de comunicação entre falantes de diferentes linguaculturas. Há uma fragilidade político-econômica em alguns países de língua espanhola que dificulta o processo, porém não o impede, e há demandas sociais bem diversas que vão desde conceitos puristas que habitam o imaginário de determinados linguistas e falantes em geral, passando por ideologias linguísticas até chegar à manutenção de estereótipos culturais, todos na contramão do decurso que aparece como consequência de uma outra demanda – a globalização tecnológica. Há ainda um entrave externo, oriundo de um país que não tem o espanhol como língua materna e que resiste em aceitá-lo como segunda língua – os Estados Unidos da América. O presente estudo, de cunho teórico, apresenta, por meio de revisão bibliográfica, o ELF como uma língua de comunicação em cenário de língua franca. Uma interação de caráter intercultural, na qual são postas em contato o background linguístico-cultural de cada interlocutor. Neste encontro comunicativo, não há uma língua pré-concebida, mas a co-construção de uma forma fluida, que está em constante reformulação através da negociação de sentidos, simplificações (todos os processos linguísticos que levam a uma diminuição no potencial referencial ou não referencial da língua), reduções (o aumento da regularidade ou a diminuição do traço linguístico mais marcado), inovações linguísticas, entre outros recursos que contribuam para a manutenção da interação. Tendo como objetivo geral a teorização do ELF, este trabalho de natureza exploratória visa definir o conceito de língua franca dos estudos contemporâneos para o inglês (COGO; DEWEY, 2012; SEIDLHOFER, 2011; JENKINS, 2015; SIQUEIRA, 2018, GIMENEZ et al., 2015), comparando-o com a língua franca do sentido originário e com o espanhol língua franca da política linguística espanhola. Sob as lentes da Glotopolítica (ARNOUX, 2010, LAGARES, 2018), são discutidas as implicações do ELF, refletindo sobre as ideologias que cruzam o campo deste fenômeno sociolinguístico (UR, 2010), que é um paradigma empírico e teórico em si mesmo. Em defesa do ELF como uma realidade que surgiu a partir da demanda da globalização das comunicações e que está muito além de governos individuais e indústrias da língua, buscou-se demonstrar como o ELF problematiza a política pan-hispânica do grupo espanhol e substitui a ideologia linguística da hispanofonia (DEL VALLE, 2007) por uma ideologia translíngue (GARCÍA; OTHEGUY, 2015; GARCÍA, 2009; GARCÍA, 2014; GARCÍA; SELTZER, 2016; CANAGARAJAH, 2017).
id UFBA-2_e46843825ac37ba6fb1aeed067a73a07
oai_identifier_str oai:repositorio.ufba.br:ri/31523
network_acronym_str UFBA-2
network_name_str Repositório Institucional da UFBA
repository_id_str 1932
spelling Pontes, Camila Guimarães SanteroPontes, Camila Guimarães SanteroSiqueira, Domingos Sávio PimentelRajagopalan, KanavililVázquez, Graciana EdithPinto, Carlos Felipe da ConceiçãoPorfírio, Lucielen2020-03-03T17:30:47Z2020-03-03T17:30:47Z2020-03-032019http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31523A língua é o veículo para a mundialização das informações (ESTERMANN, 2010), mas como se trata de um veículo é governado por sujeitos. A língua não informa simplesmente, mas forma, reforma e deforma. Se a língua intervém nos sujeitos envolvidos na interação, seu uso é uma atividade política que reflete as predileções ideológicas de quem representa (RAJAGOPALAN, 2004). Prova disso são as marcas de políticas imperialistas em línguas internacionais como o espanhol, o francês e o inglês. No entanto, esta última avança a passos largos no seu processo de desterritorialização, o que a eleva da condição de língua internacional para a de língua do mundo e não apenas do império. Há muitas questões que envolvem a constatação do espanhol com função de língua franca (doravante, ELF) em contextos de comunicação entre falantes de diferentes linguaculturas. Há uma fragilidade político-econômica em alguns países de língua espanhola que dificulta o processo, porém não o impede, e há demandas sociais bem diversas que vão desde conceitos puristas que habitam o imaginário de determinados linguistas e falantes em geral, passando por ideologias linguísticas até chegar à manutenção de estereótipos culturais, todos na contramão do decurso que aparece como consequência de uma outra demanda – a globalização tecnológica. Há ainda um entrave externo, oriundo de um país que não tem o espanhol como língua materna e que resiste em aceitá-lo como segunda língua – os Estados Unidos da América. O presente estudo, de cunho teórico, apresenta, por meio de revisão bibliográfica, o ELF como uma língua de comunicação em cenário de língua franca. Uma interação de caráter intercultural, na qual são postas em contato o background linguístico-cultural de cada interlocutor. Neste encontro comunicativo, não há uma língua pré-concebida, mas a co-construção de uma forma fluida, que está em constante reformulação através da negociação de sentidos, simplificações (todos os processos linguísticos que levam a uma diminuição no potencial referencial ou não referencial da língua), reduções (o aumento da regularidade ou a diminuição do traço linguístico mais marcado), inovações linguísticas, entre outros recursos que contribuam para a manutenção da interação. Tendo como objetivo geral a teorização do ELF, este trabalho de natureza exploratória visa definir o conceito de língua franca dos estudos contemporâneos para o inglês (COGO; DEWEY, 2012; SEIDLHOFER, 2011; JENKINS, 2015; SIQUEIRA, 2018, GIMENEZ et al., 2015), comparando-o com a língua franca do sentido originário e com o espanhol língua franca da política linguística espanhola. Sob as lentes da Glotopolítica (ARNOUX, 2010, LAGARES, 2018), são discutidas as implicações do ELF, refletindo sobre as ideologias que cruzam o campo deste fenômeno sociolinguístico (UR, 2010), que é um paradigma empírico e teórico em si mesmo. Em defesa do ELF como uma realidade que surgiu a partir da demanda da globalização das comunicações e que está muito além de governos individuais e indústrias da língua, buscou-se demonstrar como o ELF problematiza a política pan-hispânica do grupo espanhol e substitui a ideologia linguística da hispanofonia (DEL VALLE, 2007) por uma ideologia translíngue (GARCÍA; OTHEGUY, 2015; GARCÍA, 2009; GARCÍA, 2014; GARCÍA; SELTZER, 2016; CANAGARAJAH, 2017).Language is the vehicle for the mundialization of information (ESTERMANN, 2010), but as a vehicle it is controlled by subjects. Language does not simply inform, it forms, reforms and deforms. If language intervenes in the subjects involved in the interaction, its use is a political activity which reflects the ideological tendencies of those it represents (RAJAGOPALAN, 2004). A proof of this are the traces of imperialist policies in international languages like Spanish, French and English. However, the latter advances in leaps and bounds in its process of deterritorialization, which takes moves it from the condition of an international language to a language of the world, not of an empire only. There have been many questions which involve the emergence of Spanish as a Lingua Franca (henceforth SLF) in contexts of communication among speakers of different linguacultures. There has been a certain political and economic fragility in some Spanish-speaking countries which makes the process difficult. However, this does not impede it, and there are various diverse social demands which vary from purist concepts which inhabit the imaginary of certain linguists and speakers in general, to linguistic ideologies until it reaches the maintenance of cultural stereotypes, all in the wrong way of the course which appears as consequence of another demand – technological globalization. There is also an external obstacle which comes from a country which does not have Spanish as its mother tongue and that it insists on accepting it as a second language – the United States of America. This study, of a theoretical nature, introduces through a thorough bibliographic review, EL as a language of communication in a lingua franca scenario. An intercultural interaction in which are put into contact the linguistic and cultural background of each interlocutor. Within this communicative encounter, there is not a pre-conceived language, but the co-construction of a fluidic form which is in constant reformulation through meaning negotiation, simplifications (all linguistic processes which lead into a decreasing in the potential referential or non-referential of the language), reductions (the increase of regularity or the decrease of the more marked linguistic trace), linguistic innovations, among other resources which contribute to the maintenance of the interaction. Having as general objective the theorization of SLF, this study of an exploratory nature aims to define the lingua franca concept of contemporary studies related to English (COGO; DEWEY, 2012; SEIDLHOFER, 2011; JENKINS, 2015; SIQUEIRA, 2018, GIMENEZ et al., 2015), comparing it to the lingua franca original meaning and the lingua franca Spanish of the official Spanish linguistic policy. Under the lenses of Glotopolitics (ARNOUX, 2010, LAGARES, 2018), SLF are discussed, reflecting over the ideologies which cross the field of this sociolinguistic phenomenon (UR, 2010), which is an empirical and theoretical paradigm in itself. In defense of SLF as a reality which emerged due to the globalization of communication and which is much beyond of individual governments and language industries, we set to demonstrate how SLF problematizes the Pan-hispanic policy of the Spanish group and replaces the linguistic ideology of Hispanophonie (DEL VALLE, 2007) with a translingual ideology (GARCÍA; OTHEGUY, 2015; GARCÍA, 2009; GARCÍA, 2014; GARCÍA; SELTZER, 2016; CANAGARAJAH, 2017).Submitted by navarro ramos (navarroramos@ufba.br) on 2020-03-03T17:21:56Z No. of bitstreams: 1 Camilla G. S. Pontes-Tese Completa Versão Final Nov 2019.pdf: 2543114 bytes, checksum: e78746914a807615d6c40640eed773fc (MD5)Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2020-03-03T17:30:47Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Camilla G. S. Pontes-Tese Completa Versão Final Nov 2019.pdf: 2543114 bytes, checksum: e78746914a807615d6c40640eed773fc (MD5)Made available in DSpace on 2020-03-03T17:30:47Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Camilla G. S. Pontes-Tese Completa Versão Final Nov 2019.pdf: 2543114 bytes, checksum: e78746914a807615d6c40640eed773fc (MD5)LetrasLíngua espanholaLíngua francaPolítica linguísticaTranslingualismoEspanhol - Estudo e ensinoO espanhol como língua franca: rompendo barreiras, abrindo caminhosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em Língua e CulturaUFBAbrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALCamilla G. S. Pontes-Tese Completa Versão Final Nov 2019.pdfCamilla G. S. Pontes-Tese Completa Versão Final Nov 2019.pdfapplication/pdf2543114https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/31523/1/Camilla%20G.%20S.%20Pontes-Tese%20Completa%20Vers%c3%a3o%20Final%20Nov%202019.pdfe78746914a807615d6c40640eed773fcMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1442https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/31523/2/license.txt817035eff4c4c7dda1d546e170ee2a1aMD52TEXTCamilla G. S. Pontes-Tese Completa Versão Final Nov 2019.pdf.txtCamilla G. S. Pontes-Tese Completa Versão Final Nov 2019.pdf.txtExtracted texttext/plain538234https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/31523/3/Camilla%20G.%20S.%20Pontes-Tese%20Completa%20Vers%c3%a3o%20Final%20Nov%202019.pdf.txtb5bc9ee3005fdf746be6d91097835d21MD53ri/315232022-07-05 14:04:19.381oai:repositorio.ufba.br:ri/31523VGVybW8gZGUgTGljZW7vv71hLCBu77+9byBleGNsdXNpdm8sIHBhcmEgbyBkZXDvv71zaXRvIG5vIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRkJBLgoKIFBlbG8gcHJvY2Vzc28gZGUgc3VibWlzc8ODwqNvIGRlIGRvY3VtZW50b3MsIG8gYXV0b3Igb3Ugc2V1IHJlcHJlc2VudGFudGUgbGVnYWwsIGFvIGFjZWl0YXIgZXNzZSB0ZXJtbyBkZSBsaWNlbsODwqdhLCBjb25jZWRlIGFvIFJlcG9zaXTDg8KzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGEgQmFoaWEgbyBkaXJlaXRvIGRlIG1hbnRlciB1bWEgY8ODwrNwaWEgZW0gc2V1IHJlcG9zaXTDg8KzcmlvIGNvbSBhIGZpbmFsaWRhZGUsIHByaW1laXJhLCBkZSBwcmVzZXJ2YcODwqfDg8Kjby4gCgpFc3NlcyB0ZXJtb3MsIG7Dg8KjbyBleGNsdXNpdm9zLCBtYW50w4PCqW0gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IvY29weXJpZ2h0LCBtYXMgZW50ZW5kZSBvIGRvY3VtZW50byBjb21vIHBhcnRlIGRvIGFjZXJ2byBpbnRlbGVjdHVhbCBkZXNzYSBVbml2ZXJzaWRhZGUuCgogUGFyYSBvcyBkb2N1bWVudG9zIHB1YmxpY2Fkb3MgY29tIHJlcGFzc2UgZGUgZGlyZWl0b3MgZGUgZGlzdHJpYnVpw4PCp8ODwqNvLCBlc3NlIHRlcm1vIGRlIGxpY2Vuw4PCp2EgZW50ZW5kZSBxdWU6CgogTWFudGVuZG8gb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHJlcGFzc2Fkb3MgYSB0ZXJjZWlyb3MsIGVtIGNhc28gZGUgcHVibGljYcODwqfDg8K1ZXMsIG8gcmVwb3NpdMODwrNyaW8gcG9kZSByZXN0cmluZ2lyIG8gYWNlc3NvIGFvIHRleHRvIGludGVncmFsLCBtYXMgbGliZXJhIGFzIGluZm9ybWHDg8Knw4PCtWVzIHNvYnJlIG8gZG9jdW1lbnRvIChNZXRhZGFkb3MgZGVzY3JpdGl2b3MpLgoKIERlc3RhIGZvcm1hLCBhdGVuZGVuZG8gYW9zIGFuc2Vpb3MgZGVzc2EgdW5pdmVyc2lkYWRlIGVtIG1hbnRlciBzdWEgcHJvZHXDg8Knw4PCo28gY2llbnTDg8KtZmljYSBjb20gYXMgcmVzdHJpw4PCp8ODwrVlcyBpbXBvc3RhcyBwZWxvcyBlZGl0b3JlcyBkZSBwZXJpw4PCs2RpY29zLgoKIFBhcmEgYXMgcHVibGljYcODwqfDg8K1ZXMgc2VtIGluaWNpYXRpdmFzIHF1ZSBzZWd1ZW0gYSBwb2zDg8KtdGljYSBkZSBBY2Vzc28gQWJlcnRvLCBvcyBkZXDDg8Kzc2l0b3MgY29tcHVsc8ODwrNyaW9zIG5lc3NlIHJlcG9zaXTDg8KzcmlvIG1hbnTDg8KpbSBvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgbWFzIG1hbnTDg8KpbSBhY2Vzc28gaXJyZXN0cml0byBhb3MgbWV0YWRhZG9zIGUgdGV4dG8gY29tcGxldG8uIEFzc2ltLCBhIGFjZWl0YcODwqfDg8KjbyBkZXNzZSB0ZXJtbyBuw4PCo28gbmVjZXNzaXRhIGRlIGNvbnNlbnRpbWVudG8gcG9yIHBhcnRlIGRlIGF1dG9yZXMvZGV0ZW50b3JlcyBkb3MgZGlyZWl0b3MsIHBvciBlc3RhcmVtIGVtIGluaWNpYXRpdmFzIGRlIGFjZXNzbyBhYmVydG8uCg==Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-07-05T17:04:19Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O espanhol como língua franca: rompendo barreiras, abrindo caminhos
title O espanhol como língua franca: rompendo barreiras, abrindo caminhos
spellingShingle O espanhol como língua franca: rompendo barreiras, abrindo caminhos
Pontes, Camila Guimarães Santero
Letras
Língua espanhola
Língua franca
Política linguística
Translingualismo
Espanhol - Estudo e ensino
title_short O espanhol como língua franca: rompendo barreiras, abrindo caminhos
title_full O espanhol como língua franca: rompendo barreiras, abrindo caminhos
title_fullStr O espanhol como língua franca: rompendo barreiras, abrindo caminhos
title_full_unstemmed O espanhol como língua franca: rompendo barreiras, abrindo caminhos
title_sort O espanhol como língua franca: rompendo barreiras, abrindo caminhos
author Pontes, Camila Guimarães Santero
author_facet Pontes, Camila Guimarães Santero
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Pontes, Camila Guimarães Santero
Pontes, Camila Guimarães Santero
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Siqueira, Domingos Sávio Pimentel
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Rajagopalan, Kanavilil
Vázquez, Graciana Edith
Pinto, Carlos Felipe da Conceição
Porfírio, Lucielen
contributor_str_mv Siqueira, Domingos Sávio Pimentel
Rajagopalan, Kanavilil
Vázquez, Graciana Edith
Pinto, Carlos Felipe da Conceição
Porfírio, Lucielen
dc.subject.cnpq.fl_str_mv Letras
topic Letras
Língua espanhola
Língua franca
Política linguística
Translingualismo
Espanhol - Estudo e ensino
dc.subject.por.fl_str_mv Língua espanhola
Língua franca
Política linguística
Translingualismo
Espanhol - Estudo e ensino
description A língua é o veículo para a mundialização das informações (ESTERMANN, 2010), mas como se trata de um veículo é governado por sujeitos. A língua não informa simplesmente, mas forma, reforma e deforma. Se a língua intervém nos sujeitos envolvidos na interação, seu uso é uma atividade política que reflete as predileções ideológicas de quem representa (RAJAGOPALAN, 2004). Prova disso são as marcas de políticas imperialistas em línguas internacionais como o espanhol, o francês e o inglês. No entanto, esta última avança a passos largos no seu processo de desterritorialização, o que a eleva da condição de língua internacional para a de língua do mundo e não apenas do império. Há muitas questões que envolvem a constatação do espanhol com função de língua franca (doravante, ELF) em contextos de comunicação entre falantes de diferentes linguaculturas. Há uma fragilidade político-econômica em alguns países de língua espanhola que dificulta o processo, porém não o impede, e há demandas sociais bem diversas que vão desde conceitos puristas que habitam o imaginário de determinados linguistas e falantes em geral, passando por ideologias linguísticas até chegar à manutenção de estereótipos culturais, todos na contramão do decurso que aparece como consequência de uma outra demanda – a globalização tecnológica. Há ainda um entrave externo, oriundo de um país que não tem o espanhol como língua materna e que resiste em aceitá-lo como segunda língua – os Estados Unidos da América. O presente estudo, de cunho teórico, apresenta, por meio de revisão bibliográfica, o ELF como uma língua de comunicação em cenário de língua franca. Uma interação de caráter intercultural, na qual são postas em contato o background linguístico-cultural de cada interlocutor. Neste encontro comunicativo, não há uma língua pré-concebida, mas a co-construção de uma forma fluida, que está em constante reformulação através da negociação de sentidos, simplificações (todos os processos linguísticos que levam a uma diminuição no potencial referencial ou não referencial da língua), reduções (o aumento da regularidade ou a diminuição do traço linguístico mais marcado), inovações linguísticas, entre outros recursos que contribuam para a manutenção da interação. Tendo como objetivo geral a teorização do ELF, este trabalho de natureza exploratória visa definir o conceito de língua franca dos estudos contemporâneos para o inglês (COGO; DEWEY, 2012; SEIDLHOFER, 2011; JENKINS, 2015; SIQUEIRA, 2018, GIMENEZ et al., 2015), comparando-o com a língua franca do sentido originário e com o espanhol língua franca da política linguística espanhola. Sob as lentes da Glotopolítica (ARNOUX, 2010, LAGARES, 2018), são discutidas as implicações do ELF, refletindo sobre as ideologias que cruzam o campo deste fenômeno sociolinguístico (UR, 2010), que é um paradigma empírico e teórico em si mesmo. Em defesa do ELF como uma realidade que surgiu a partir da demanda da globalização das comunicações e que está muito além de governos individuais e indústrias da língua, buscou-se demonstrar como o ELF problematiza a política pan-hispânica do grupo espanhol e substitui a ideologia linguística da hispanofonia (DEL VALLE, 2007) por uma ideologia translíngue (GARCÍA; OTHEGUY, 2015; GARCÍA, 2009; GARCÍA, 2014; GARCÍA; SELTZER, 2016; CANAGARAJAH, 2017).
publishDate 2019
dc.date.submitted.none.fl_str_mv 2019
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-03-03T17:30:47Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-03-03T17:30:47Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2020-03-03
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31523
url http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31523
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto de Letras
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFBA
dc.publisher.country.fl_str_mv brasil
publisher.none.fl_str_mv Instituto de Letras
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFBA
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Repositório Institucional da UFBA
collection Repositório Institucional da UFBA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/31523/1/Camilla%20G.%20S.%20Pontes-Tese%20Completa%20Vers%c3%a3o%20Final%20Nov%202019.pdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/31523/2/license.txt
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/31523/3/Camilla%20G.%20S.%20Pontes-Tese%20Completa%20Vers%c3%a3o%20Final%20Nov%202019.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv e78746914a807615d6c40640eed773fc
817035eff4c4c7dda1d546e170ee2a1a
b5bc9ee3005fdf746be6d91097835d21
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808459610418315264