Seu e dele em correspondências de professores na Bahia do século XIX
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29261 |
Resumo: | Este trabalho propõe descrever e analisar o comportamento das formas possessivas de terceira pessoa, seu e dele, em corpus do século XIX, buscando identificar os níveis de variação dessas formas e o processo de mudança, considerando-se o paradigma dos possessivos, e o fato da forma dele ser considerada a inovadora, embora viesse funcionando como possessiva desde o Português Arcaico, quando ocorria como forma de reforço, desambiguizadora. O seu e o dele têm atuado na língua como formas variantes de possessivos de terceira pessoa, em alguns contextos de uso. Estudos demonstram que, no caso do Português Brasileiro, a gramaticalização de você provocou alteração no paradigma pronominal, levando à confusão no uso dos possessivos referentes à terceira e à segunda pessoa, principalmente a partir do século XIX (LOPES, 2008). Em se tratando de terceira pessoa, alguns contextos são favorecedores do uso de uma forma em detrimento do uso da outra. Esta pesquisa tem como objetivos específicos: i) identificar as variáveis que propiciam a seleção de uma ou de outra forma; ii) verificar a constituição do sintagma do possessivo de terceira pessoa; iii) analisar os dados levantados no corpus sob análise, considerando-se as possíveis aproximações ou os distanciamentos em relação ao que foi observado em corpora de outras sincronias da Língua Portuguesa. A pesquisa foi realizada numa perspectiva histórico-diacrônica. O corpus constitui-se de correspondências manuscritas por professores primários na Bahia, datadas do período compreendido entre as décadas de 50 e 90 do século XIX. A hipótese que norteou esta pesquisa foi a de que, considerando-se o período em estudo, os professores primários usariam, preferencialmente, a forma conservadora seu, expressando a norma culta escrita de então, embora pudessem também expressar-se com a forma inovadora dele, provavelmente já de uso frequente na fala. Para atender aos objetivos propostos, foram considerados aspectos sociohistóricos – as características das correspondências que constituíram o corpus, a padronização linguística no Brasil, a institucionalização do ensino público –, bem como aspectos sintático-semânticos e morfossintáticos que perpassam o fenômeno em estudo. A metodologia utilizada é a da Sociolinguística Variacionista. As variáveis linguísticas consideradas são de duas naturezas: 1) semântica – traços do referente [P3 ou P2], [+/-ambíguo], [+/-humano], [+/-definido], [+/-específico] e [+/-concreto]; e 2) morfossintática – presença no sintagma possessivo de artigo definido e de quanfificador indefinido e a posição das duas formas no sintagma do possessivo. As formas variáveis, objeto deste estudo, são também discutidas na perspectiva da mudança, considerando-se os princípios de Hopper (1897; 1991). As formas seu e dele encontram-se em camadas, porque variantes, tendendo, uma delas, à especialização para a terceira pessoa. Visualiza-se uma mudança no paradigma, quando se leva em conta também a especialização do seu para a segunda pessoa. Situando essas ocorrências no corpus em estudo, os resultados vêm demonstrar que, embora a maior frequência de uso para a terceira pessoa tenha sido da forma seu, identificaram-se ocorrências da forma dele, indicando as tendências para a especialização dessa última forma, nessa posição, conforme se expressa no português brasileiro contemporâneo. |
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Santana, Noemi Pereira deSantana, Noemi Pereira deSouza, Emília Helena Portella Monteiro deSouza, Emília Helena Portella Monteiro deCarvalho, Cristina dos SantosBarreto, Therezinha Maria MelloHeine, Lícia Maria BahiaLopes, Norma da Silva2019-04-09T19:38:17Z2019-04-09T19:38:17Z2019-04-092014-02-07http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29261Este trabalho propõe descrever e analisar o comportamento das formas possessivas de terceira pessoa, seu e dele, em corpus do século XIX, buscando identificar os níveis de variação dessas formas e o processo de mudança, considerando-se o paradigma dos possessivos, e o fato da forma dele ser considerada a inovadora, embora viesse funcionando como possessiva desde o Português Arcaico, quando ocorria como forma de reforço, desambiguizadora. O seu e o dele têm atuado na língua como formas variantes de possessivos de terceira pessoa, em alguns contextos de uso. 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Situando essas ocorrências no corpus em estudo, os resultados vêm demonstrar que, embora a maior frequência de uso para a terceira pessoa tenha sido da forma seu, identificaram-se ocorrências da forma dele, indicando as tendências para a especialização dessa última forma, nessa posição, conforme se expressa no português brasileiro contemporâneo.This work aims to describe and analyze the behavior of the third person possessive forms “seu” and “dele” (his/her(s) and your(s) in the Portuguese language), within the nineteenth century language corpus, trying to identify the variation levels of these forms and the process of language change, considering the paradigm of the possessive adjectives/pronouns (in Portuguese), and also the fact that the form “dele” is considered innovative, although it has been used as such ever since the times of the Old Portuguese, when it was used as a reinforcement, for disambiguation. “Seu” and “dele” have been used as alternating possessive forms in the third person in some contexts. Studies have demonstrated that, in the Brazilian Portuguese, the grammaticalization of the form “você” produced a chance in the pronoun paradigm that has led to some confusion in the use of the second and third person possessives in some contexts, especially after the nineteenth century (LOPES, 2008). In the third person, some contexts favor one form to the other. As specific goals, this work aims to i) identify the variables that favor the selection of one of the forms to the other; ii) verify the construction of the third person possessive syntagma; iii) analyze the data obtained from the researched corpus, considering possible similarities or differences in relation to what was observed in corpora to other Portuguese language synchronies. The research was made using a historic-diachronic perspective. The corpus is taken from handwritten mail letters by primary school teachers in Bahia dated within the decades of 1850 and 1890. The hypothesis that guided this research was that within the studied period, primary school teachers would have used the traditional form “seu”, preferably, expressing the educated Portuguese standard of the time, even though they could also have expressed themselves using the innovative form “dele”, which was probably already often used in speech. In order to meet the proposed goals, socio-historic aspects were considered – the characteristics of the corpus mail letters, the linguistic standardization in Brazil, the institutionalization of the government public education – as well as the syntactic-semantic and morphosyntactic aspects that lie beneath the studied phenomenon. The used methodology was the Socio-linguistic Variation. The linguistic variables are of two kinds: 1) Semantic – referring traces [P3 or P2], [+/-ambiguous], [+/-human], [+/-defined], [+/-specific] and [+/-concrete]; and 2) morph-syntactic – the presence of a definite article and an indefinite quantifier in the possessive syntagma and the position of the two forms in the possessive syntagma. The varying forms which are object of this study are also discussed in the perspective of linguistic change, considering the principles established by Hopper (1987; 1991). The forms “seu” and “dele” are found in layers, because as they vary, they tend to specialize to the third person. A change can also be seen in the paradigm, when the specialization of “seu” to the second person is taken into account. Considering these occurrences within the studied corpus, the results demonstrate that although the form “seu” was more frequently used, the form “dele” was also present, indicating trends for the specialization of the latest, in this position, as expressed by the contemporary Brazilian Portuguese.Submitted by Glauber de Assunção Moreira (glauber.moreira@ufba.br) on 2019-04-08T18:53:12Z No. of bitstreams: 1 Tese de Doutorado.pdf: 2492185 bytes, checksum: 8b55715bdbb440f75cb33045802fe926 (MD5)Approved for entry into archive by Marly Santos (marly@ufba.br) on 2019-04-09T19:38:17Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese de Doutorado.pdf: 2492185 bytes, checksum: 8b55715bdbb440f75cb33045802fe926 (MD5)Made available in DSpace on 2019-04-09T19:38:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tese de Doutorado.pdf: 2492185 bytes, checksum: 8b55715bdbb440f75cb33045802fe926 (MD5)Lingüística, Letras e ArtesLíngua portuguesa - PronomesLíngua portuguesa - Gramática históricaCartasProfessores - Bahia - Séc. XIXEnsino primárioSociolinguísticaPossessivos de terceira pessoaCorrespondênciasProfessores primáriosSéculo XIXVariação e mudançaThird person possessivesMail lettersPrimary school teachersNineteenth centuryVariation and changeSeu e dele em correspondências de professores na Bahia do século XIXinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em Letras e LingüísticaUFBAbrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALTese de Doutorado.pdfTese de Doutorado.pdfapplication/pdf2492185https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/29261/1/Tese%20de%20Doutorado.pdf8b55715bdbb440f75cb33045802fe926MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1383https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/29261/2/license.txt690bb9e0ab0d79c4ae420a800ae539f0MD52TEXTTese de Doutorado.pdf.txtTese de Doutorado.pdf.txtExtracted texttext/plain488549https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/29261/3/Tese%20de%20Doutorado.pdf.txtbd6b46460cd8d137931c8320d5f9040aMD53ri/292612022-07-05 14:03:49.742oai:repositorio.ufba.br:ri/29261VGVybW8gZGUgTGljZW4/P2EsIG4/P28gZXhjbHVzaXZvLCBwYXJhIG8gZGVwPz9zaXRvIG5vIFJlcG9zaXQ/P3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGQkEuCgogUGVsbyBwcm9jZXNzbyBkZSBzdWJtaXNzPz9vIGRlIGRvY3VtZW50b3MsIG8gYXV0b3Igb3Ugc2V1IHJlcHJlc2VudGFudGUgbGVnYWwsIGFvIGFjZWl0YXIgCmVzc2UgdGVybW8gZGUgbGljZW4/P2EsIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdD8/cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGEgQmFoaWEgCm8gZGlyZWl0byBkZSBtYW50ZXIgdW1hIGM/P3BpYSBlbSBzZXUgcmVwb3NpdD8/cmlvIGNvbSBhIGZpbmFsaWRhZGUsIHByaW1laXJhLCBkZSBwcmVzZXJ2YT8/Pz9vLiAKRXNzZXMgdGVybW9zLCBuPz9vIGV4Y2x1c2l2b3MsIG1hbnQ/P20gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IvY29weXJpZ2h0LCBtYXMgZW50ZW5kZSBvIGRvY3VtZW50byAKY29tbyBwYXJ0ZSBkbyBhY2Vydm8gaW50ZWxlY3R1YWwgZGVzc2EgVW5pdmVyc2lkYWRlLgoKIFBhcmEgb3MgZG9jdW1lbnRvcyBwdWJsaWNhZG9zIGNvbSByZXBhc3NlIGRlIGRpcmVpdG9zIGRlIGRpc3RyaWJ1aT8/Pz9vLCBlc3NlIHRlcm1vIGRlIGxpY2VuPz9hIAplbnRlbmRlIHF1ZToKCiBNYW50ZW5kbyBvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgcmVwYXNzYWRvcyBhIHRlcmNlaXJvcywgZW0gY2FzbyBkZSBwdWJsaWNhPz8/P2VzLCBvIHJlcG9zaXQ/P3Jpbwpwb2RlIHJlc3RyaW5naXIgbyBhY2Vzc28gYW8gdGV4dG8gaW50ZWdyYWwsIG1hcyBsaWJlcmEgYXMgaW5mb3JtYT8/Pz9lcyBzb2JyZSBvIGRvY3VtZW50bwooTWV0YWRhZG9zIGVzY3JpdGl2b3MpLgoKIERlc3RhIGZvcm1hLCBhdGVuZGVuZG8gYW9zIGFuc2Vpb3MgZGVzc2EgdW5pdmVyc2lkYWRlIGVtIG1hbnRlciBzdWEgcHJvZHU/Pz8/byBjaWVudD8/ZmljYSBjb20gCmFzIHJlc3RyaT8/Pz9lcyBpbXBvc3RhcyBwZWxvcyBlZGl0b3JlcyBkZSBwZXJpPz9kaWNvcy4KCiBQYXJhIGFzIHB1YmxpY2E/Pz8/ZXMgc2VtIGluaWNpYXRpdmFzIHF1ZSBzZWd1ZW0gYSBwb2w/P3RpY2EgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0bywgb3MgZGVwPz9zaXRvcyAKY29tcHVscz8/cmlvcyBuZXNzZSByZXBvc2l0Pz9yaW8gbWFudD8/bSBvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgbWFzIG1hbnQ/P20gYWNlc3NvIGlycmVzdHJpdG8gCmFvIG1ldGFkYWRvcyBlIHRleHRvIGNvbXBsZXRvLiBBc3NpbSwgYSBhY2VpdGE/Pz8/byBkZXNzZSB0ZXJtbyBuPz9vIG5lY2Vzc2l0YSBkZSBjb25zZW50aW1lbnRvCiBwb3IgcGFydGUgZGUgYXV0b3Jlcy9kZXRlbnRvcmVzIGRvcyBkaXJlaXRvcywgcG9yIGVzdGFyZW0gZW0gaW5pY2lhdGl2YXMgZGUgYWNlc3NvIGFiZXJ0by4KRepositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-07-05T17:03:49Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false |
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