Sons, torés e toantes da corrida do imbu: afirmação e reafirmação do ser indígena Pankararu

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Andeson Cleomar dos
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34900
Resumo: Nós, povos originários, lutamos diariamente para podermos existir dentro de nossas especificidades e particularidades. Vivemos em constantes ataques aos nossos territórios, culturas, corpos e direitos originários, isto desde o início da invasão no ano de 1500. Nesse sentido, a presente dissertação surge como um ato político, de resistência, de luta de um movimento militante indígena, evidenciando minha condição étnica enquanto indígena Pankararu. A corrida do imbu é o principal ritual do povo Pankararu, que acontece anualmente com a chegada da safra do fruto imbu e tem a duração de, aproximadamente, três meses desde seu início quando são flechados os primeiros imbus da safra. Trata-se de uma festa de celebração à vida, de respeito a todos os seres vivos e encantados que habitam esse planeta. Nosso território tradicional está localizado no alto sertão pernambucano, entre os municípios de Jatobá, Petrolândia e Tacaratu, com uma área de 14.294 hectares e uma população de 8.184 pessoas (Siasi/Sesai, 2014). Esta pesquisa, realizada nas aldeias Saco dos Barros, Brejo dos Padres e Serrinha (lugares onde acontece o ritual), teve como objetivo identificar/apresentar como o ritual da corrida do imbu aparece nos processos de afirmação da identidade Pankararu, de reafirmação e fortalecimento do ser e de ser indígena Pankararu. A partir de uma abordagem etnomusicológica e de uma perspectiva indígena, proponho reflexões sobre questões/temas tais como espiritualidade, educação, identidade, território, cultura, política e histórias, evidenciando alguns aspectos do fazer musical ritualístico presente no ritual Pankararu.
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Nosso território tradicional está localizado no alto sertão pernambucano, entre os municípios de Jatobá, Petrolândia e Tacaratu, com uma área de 14.294 hectares e uma população de 8.184 pessoas (Siasi/Sesai, 2014). Esta pesquisa, realizada nas aldeias Saco dos Barros, Brejo dos Padres e Serrinha (lugares onde acontece o ritual), teve como objetivo identificar/apresentar como o ritual da corrida do imbu aparece nos processos de afirmação da identidade Pankararu, de reafirmação e fortalecimento do ser e de ser indígena Pankararu. A partir de uma abordagem etnomusicológica e de uma perspectiva indígena, proponho reflexões sobre questões/temas tais como espiritualidade, educação, identidade, território, cultura, política e histórias, evidenciando alguns aspectos do fazer musical ritualístico presente no ritual Pankararu.We, the native peoples, fight daily to be able to exist within our specificities and particularities. We live in constant attacks on our territories, cultures, bodies and original rights, since the beginning of the invasion in the year 1500. In this sense, the present dissertation appears as a political act of resistance, of struggle, of an indigenous militant movement, evidencing my ethnic condition as an indigenous Pankararu. The imbu race is the main ritual of the Pankararu people, which happens annually with the arrival of the imbu fruit crop, and lasts approximately three months from its beginning when the first imbus of the crop is closed. It is a celebration of life, of respect to all the living and enchanted beings that inhabit this planet. Our traditional territory is located in the high Pernambuco hinterland between the municipalities of Jatobá, Petrolândia and Tacaratu, an area of 14,294 hectares with a population of 8,184 people (Siasi/Sesai, 2014). This research, carried out in the villages Saco dos Barros, Brejo dos Padres and Serrinha, (places where the ritual takes place) aimed to identify/present how the ritual of the imbu race appears in the processes of affirming the Pankararu identity, reaffirmation and strengthening of being and being indigenous Pankararu. From an ethnomusicological approach and an indigenous perspective, I propose reflections on issues/topics such as spirituality, education, identity, territory, culture, politics and stories, highlighting some aspects of ritualistic musical making present in the Pankararu ritual.Submitted by Andeson Santos (andeson.cleomar@ufba.br) on 2022-03-17T19:31:02Z No. of bitstreams: 1 DISSERTACAO- ANDESON FINAL rev Comissao 5 dez 2021.pdf: 6210025 bytes, checksum: eceaf83695a5f7a9618b838a137000fd (MD5)Approved for entry into archive by Biblioteca de Musica (bibmus@ufba.br) on 2022-03-18T15:46:13Z (GMT) No. of bitstreams: 1 DISSERTACAO- ANDESON FINAL rev Comissao 5 dez 2021.pdf: 6210025 bytes, checksum: eceaf83695a5f7a9618b838a137000fd (MD5)Made available in DSpace on 2022-03-18T15:46:13Z (GMT). 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