Moral e economia em Adam Smith: entre a virtude e o valor

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues Neto, Pedro de Souza
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37569
Resumo: A relação entre a Teoria dos Sentimentos Morais e A Riqueza das Nações, conhecida como o “das Adam Smith Problem”, põe em relevo o problema da conexão entre ciência e moral no interior do Empirismo Clássico. A partir dos princípios empirista e atomista, David Hume realizou uma crítica às noções de substância, sujeito e causalidade, que resultaram na recusa à falácia naturalista, ou seja, à derivação de conclusões morais a partir de premissas nãomorais. A Filosofia Prática, sem poder se valer de causas finais, e sem um fundamento racional, encontrou em Adam Smith uma formulação articulada em torno dos sentimentos, em que a simpatia opera como senso moral e permite aos homens estabelecerem os valores vigentes na comunidade moral através da mediação da figura do espectador imparcial, cuja aprovação é buscada e conseguida quando os homens exercitam a virtude da conveniência. Porém, a nova configuração da Filosofia Prática precisa dar conta da relação entre moral e crematística, e para alcançar este objetivo Smith escreve seu discurso econômico. Se as condutas humanas relativas à produção da vida material deviam permanecer subordinadas a fins morais nas doutrinas antiga e medieval, na formulação de Smith isto não é tão claro. Por um lado, A Riqueza das Nações parece se desvincular da temática moral e encontrar nas condutas produtivas novos problemas, regularidades e leis, e assim fundar uma ciência nova: a Economia. Por outro, as motivações que levam os homens às condutas produtivas parecem continuar reclamando uma conexão com um discurso moral que aparentemente diverge dos resultados de sua formulação moral anterior. Ainda que Smith não tenha tentado realizar esta conciliação, nem tenha repudiado nenhuma das suas obras, revisando ambas até quase a sua morte – o que pode indicar que em seu entendimento elas não estão em conflito –, a pergunta sobre a conexão entre suas obras continua despertando numerosos esforços que tentam decidir se o discurso econômico de Smith está em contradição com seu discurso moral anterior, ou se haveria um meio de demonstrar a possibilidade de harmonizar os dois discursos numa mesma descrição do homem. Neste sentido, alguns comentadores propõem que o homem econômico de Smith é egoísta, em contraste com o homem benevolente presente em sua teoria moral; outros verão prudência como a motivação das práticas econômicas; ou a afirmação da autonomia e a valorização da liberdade num pensamento que preconiza a harmonia natural que ocorre quando o governo deixa os indivíduos se auto-conduzirem num mercado que passa a ter funções antes atribuídas ao espaço da Política. Mas se é difícil transpor o homem de conveniência da Teoria dos Sentimentos Morais para o ambiente d’A Riqueza das Nações, fazer um homem prudente ou egoísta servir de fundamento de sua teoria moral resulta insustentável. Talvez, em vez de tentar produzir uma imagem do homem econômico tributária de uma abordagem moral, o melhor seria evitar este debate, armado segundo uma inspiração estranha ao pensamento de Smith, que tenta elaborar respostas que ele não viu razões para dar. Afinal, para um empirista como Smith, importa menos estar de acordo com um modelo abstrato deduzido racionalmente, que estar em conformidade com a regularidade do que podemos perceber diretamente.
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Porém, a nova configuração da Filosofia Prática precisa dar conta da relação entre moral e crematística, e para alcançar este objetivo Smith escreve seu discurso econômico. Se as condutas humanas relativas à produção da vida material deviam permanecer subordinadas a fins morais nas doutrinas antiga e medieval, na formulação de Smith isto não é tão claro. Por um lado, A Riqueza das Nações parece se desvincular da temática moral e encontrar nas condutas produtivas novos problemas, regularidades e leis, e assim fundar uma ciência nova: a Economia. Por outro, as motivações que levam os homens às condutas produtivas parecem continuar reclamando uma conexão com um discurso moral que aparentemente diverge dos resultados de sua formulação moral anterior. Ainda que Smith não tenha tentado realizar esta conciliação, nem tenha repudiado nenhuma das suas obras, revisando ambas até quase a sua morte – o que pode indicar que em seu entendimento elas não estão em conflito –, a pergunta sobre a conexão entre suas obras continua despertando numerosos esforços que tentam decidir se o discurso econômico de Smith está em contradição com seu discurso moral anterior, ou se haveria um meio de demonstrar a possibilidade de harmonizar os dois discursos numa mesma descrição do homem. Neste sentido, alguns comentadores propõem que o homem econômico de Smith é egoísta, em contraste com o homem benevolente presente em sua teoria moral; outros verão prudência como a motivação das práticas econômicas; ou a afirmação da autonomia e a valorização da liberdade num pensamento que preconiza a harmonia natural que ocorre quando o governo deixa os indivíduos se auto-conduzirem num mercado que passa a ter funções antes atribuídas ao espaço da Política. Mas se é difícil transpor o homem de conveniência da Teoria dos Sentimentos Morais para o ambiente d’A Riqueza das Nações, fazer um homem prudente ou egoísta servir de fundamento de sua teoria moral resulta insustentável. Talvez, em vez de tentar produzir uma imagem do homem econômico tributária de uma abordagem moral, o melhor seria evitar este debate, armado segundo uma inspiração estranha ao pensamento de Smith, que tenta elaborar respostas que ele não viu razões para dar. Afinal, para um empirista como Smith, importa menos estar de acordo com um modelo abstrato deduzido racionalmente, que estar em conformidade com a regularidade do que podemos perceber diretamente.The relation between The Theory of Moral Sentiments and The Wealth of the Nations, known as the “das Adam Smith Problem”, brings up the problem of the conection between science and moral within the Classical Empiricism. From the empiricist and atomist principles, David Hume criticized the notions of substance, subject and causality, which resulted in the denial of the naturalistic fallacy, in other words, of the derivation of moral conclusions from nonmoral premises. The Practical Philosophy, not being able to rely on final causes, and without a rational grounding, found in Adam Smith an articulated formulation based on the sentiments, in which the sympathy functions as the moral sense and allows men to establish the present values in the moral community trough the mediation of the figure of impartial spectator, whose approval is sought and found when the men exercise the virtue of convenience. However, the new configuration of the Practical Philosophy needs to resolve the relationship between moral and chrematistics, and to obtain this goal Smith writes his economic discourse. If the human actions related to the production of the material living must remain subordinated to moral endings in ancient and medieval doctrines, in Smith’s formulation this is not so clear. On one hand, The Wealth of the Nations seems to have been untied from the moral thematization and to have found in the productive actions new problems, regularities and laws, and by these means managed to found a new science: the Economics. On the other hand, the motivations that lead men to the productive actions seem to remain claiming conection with a moral discourse which apparently diverges with the results of his previous moral discourse. Although Smith hadn’t tried to explicitly make this conciliation, and hadn’t rejected none of his works, editing them until almost his death – which may point that in his understanding they were not in conflict –, the question about the conection between his works remains arousing numerous efforts to try and decide if the Smith’s economic discourse is in contradiction with his previous moral discourse, or if could have be a way to demonstrate the possibility of harmonizing the two discourses by the same and unique description of man. In this direction, some commentators propose that the economic man is selfish, in contrast with the benevolent man found in his moral theory; others would see prudence as the motivation of economic actions; or the assertion of autonomy and the importance of liberty within a thought which proposes the natural harmony occuring when the government let individuals free to auto-conduct themselves in a market that starts to have functions assigned before to Politics. But if it’s difficult to transpose the man of convenience of The Theory of Moral Sentiments to the ambience of The Wealth of the Nations, to make a prudent or selfish man suitable as the grounding of his moral theory results unsustainable. Instead of trying to produce an image of the economic man tributary to a moral approach, maybe the better should be to avoid this discussion, builded up following an inspiration strange to Smith’s thought, trying to give answers which he saw no reasons to give. After all, to an empiricist like Smith, it matters less to be in agreement with an abstract and rationally deducted model, than to be in conformity with the regularity of what we can apprehend directly.Submitted by Dilzaná Oliveira Santos (dilznana@yahoo.com.br) on 2023-07-26T11:49:40Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5) Dissertação_Rodrigues-Neto, Pedro. Moral e economia em Adam Smith.pdf: 459081 bytes, checksum: aba6f6b2ede424595f62ef81617ebb3b (MD5)Approved for entry into archive by Isaac Viana da Cunha Araújo (isaac.cunha@ufba.br) on 2023-08-07T14:10:09Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Dissertação_Rodrigues-Neto, Pedro. Moral e economia em Adam Smith.pdf: 459081 bytes, checksum: aba6f6b2ede424595f62ef81617ebb3b (MD5) license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5)Made available in DSpace on 2023-08-07T14:10:09Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Dissertação_Rodrigues-Neto, Pedro. 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