«O radicalismo Islâmico e as agendas geopolíticas ocidentais: alianças e conflitos no caso da Líbia, da Revolta contra Gaddafi aos dias atuais»

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: LANO, Angela
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34495
Resumo: O presente trabalho de tese tem como objetivo destacar, através de um caminho iniciado com o estudo e análise histórica do radicalismo islâmico/islamismo-islã político, desde suas origens até os nossos dias, as ligações e as colaborações entre este último e as agendas ocidentais, com atenção especial à Líbia. O assunto central deste tese é verificar se, na esteira das “Primaveras árabes” que envolveram o norte da África e o Oriente Próximo e Médio, o islamismo político, em suas várias expressões ideológicas e operacionais, tenha colaborado instrumentalmente com a OTAN e as potências ocidentais que dela fazem parte e com alguns estados árabes do Golfo para a derrubada do regime de Gaddafi. Além disso, a questão é se o islamismo político e as agendas ocidentais tenham planejado (inicialmente cada um por si e depois em conjunto), a mudança de regime, e se isso não fosse um objetivo compartilhado pela maioria da população líbica, que exigia algumas mudanças sociais, políticas e econômicas, e não o colapso da Jamâhîriyya. O trabalho bibliográfico e de campo desses anos de pesquisa demonstra que estas hipóteses têm bases concretas, verificadas através de textos, artigos e análises de importantes estudiosos internacionais - professores universitários de antropologia, ciência política, relações internacionais, história, estudos islâmicos e geopolítica -, de documentos desclassificados de agencias de inteligências e governos internacionais, e de entrevistas realizadas no Norte da África e na Europa com líbios e muçulmanos de vários países árabes e europeus. Das várias fontes - primárias e secundárias – ressalta-se que a revolta de 2011 e a situação atual da Líbia têm múltiplas e diversificadas causas internas e externas: certamente, na base do levante havia uma necessidade geral de mudança interna, por maiores espaços de debate social e político, de maior equidade e distribuição de riqueza e poder, mas as ações populares foram infiltradas, desviadas e manipuladas por grupos ligados ao islamismo político - da Irmandade Muçulmana a al-Qâ‘ida e o Dâ‘ish - e pelas potências ocidentais que planejavam uma mudança de regime há anos. Para esses movimentos islamistas, seguidores da doutrina do ideólogo medieval Ibn Taymiyya, Gaddafi e sua Revolução Verde representavam uma forma de governo blasfemo, em antítese ao “governo de Deus” por eles pregado, que precisava ser derrubado: o Coronel era o “tirano” que tinha que ser morto. As trocas de e-mails entre o Secretário de Estado dos EUA, Hillary Clinton e seu conselheiro, Sidney Blumenthal, confirmam que rebeldes no leste da Líbia incluíram muitos elementos 9 jihadistas que se infiltraram no Conselho Nacional de Transição. Os e-mails mostram também que o presidente francês Nicolas Sarkozy estava muito preocupado com os projetos de Gaddafi na África - adoção do dinar de ouro para as transações comerciais e de petróleo, banco central africano, etc. -, revelando que tudo isso representava uma “séria ameaça” ao status quo econômico-financeiro ocidental e era uma das verdadeiras razões da guerra da OTAN contra a Líbia. Em março de 2011, políticos e agencias de inteligências internacionais estavam conscientes do sério risco representado pela presença do islamismo radical e do terrorismo, prontos para explorar o vácuo de poder que a guerra estava criando na Líbia; no entanto, essa consciência não os fez desistirem de seus planos.
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Além disso, a questão é se o islamismo político e as agendas ocidentais tenham planejado (inicialmente cada um por si e depois em conjunto), a mudança de regime, e se isso não fosse um objetivo compartilhado pela maioria da população líbica, que exigia algumas mudanças sociais, políticas e econômicas, e não o colapso da Jamâhîriyya. O trabalho bibliográfico e de campo desses anos de pesquisa demonstra que estas hipóteses têm bases concretas, verificadas através de textos, artigos e análises de importantes estudiosos internacionais - professores universitários de antropologia, ciência política, relações internacionais, história, estudos islâmicos e geopolítica -, de documentos desclassificados de agencias de inteligências e governos internacionais, e de entrevistas realizadas no Norte da África e na Europa com líbios e muçulmanos de vários países árabes e europeus. Das várias fontes - primárias e secundárias – ressalta-se que a revolta de 2011 e a situação atual da Líbia têm múltiplas e diversificadas causas internas e externas: certamente, na base do levante havia uma necessidade geral de mudança interna, por maiores espaços de debate social e político, de maior equidade e distribuição de riqueza e poder, mas as ações populares foram infiltradas, desviadas e manipuladas por grupos ligados ao islamismo político - da Irmandade Muçulmana a al-Qâ‘ida e o Dâ‘ish - e pelas potências ocidentais que planejavam uma mudança de regime há anos. Para esses movimentos islamistas, seguidores da doutrina do ideólogo medieval Ibn Taymiyya, Gaddafi e sua Revolução Verde representavam uma forma de governo blasfemo, em antítese ao “governo de Deus” por eles pregado, que precisava ser derrubado: o Coronel era o “tirano” que tinha que ser morto. 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