Consciência histórica, hermenêutica e crítica da ideologia : um estudo sobre o debate Habermas-Gadamer
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFABC |
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Resumo: | Orientador: Prof. Dr. Fernando Costa Mattos |
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Consciência histórica, hermenêutica e crítica da ideologia : um estudo sobre o debate Habermas-GadamerHABERMASGADAMERCONSCIÊNCIA HISTÓRICAHERMENÊUTICACRÍTICA DA IDEOLOGIAHISTORICAL CONSCIOUSNESSHERMENEUTICSCRITIQUE OF IDEOLOGYPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA - UFABCOrientador: Prof. Dr. Fernando Costa MattosDissertação (mestrado) - Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, São Bernardo do Campo, 2019.Esta dissertação busca reconstruir o debate Habermas-Gadamer tendo por fio condutor a noção hermenêutica de consciência histórica. Partindo de uma sugestão de Habermas, mostraremos como a consciência histórica gadameriana tem uma intenção crítica, em dois sentidos: por um lado, refere-se a uma autocrítica do sujeito da interpretação, pela qual ele aprende a historicizar suas concepções prévias, rompendo com a autocompreensão objetivista do processo de conhecimento; por outro, refere-se à capacidade que todo intérprete, ao refletir sobre a tradição em que se insere, tem de revisar criticamente os esquemas herdados e modificá-los com vistas a interesses práticos contemporâneos. A partir daí, retomaremos o interesse de Habermas pela hermenêutica, focando no combate contra o positivismo e em sua teoria dos interesses do conhecimento. Veremos como, para Habermas, embora Dilthey seja uma figura central para a consolidação do interesse prático do conhecimento, ele permaneceu todavia atrelado ao positivismo, de forma que é apenas em Gadamer que encontramos o aprofundamento de uma autorreflexão crítica. Isto posto, passaremos às críticas de Habermas: para este, apesar de suas vantagens, Gadamer absolutizou a historicidade e a dependência do conhecimento a contextos, pondo em risco seus próprio ganhos críticos. Daí que Habermas busque conduzir o interesse crítico da hermenêutica para além dela, estabelecendo limites para a noção hermenêutica de consciência histórica. Essa passagem se dá em dois momentos: por um lado, Habermas quer ampliar a consciência do presente na forma de uma sociologia da atualidade capaz de dar conta do nexo entre tradição, dominação e trabalho; por outro, é necessário legitimar uma reconstrução racional da competência comunicativa, que explicitaria a racionalidade inerente à comunicação e que não é puramente dependente de um contexto histórico. Esse seria o programa geral de uma passagem da hermenêutica à crítica da ideologia, que busca ser uma crítica sistemática da tradição. Passagem problemática, porém, pois veremos, com Gadamer, que a proposta de uma reconstrução teórica da linguagem corre o risco de certo objetivismo e, no limite, de ideologia: se ela se furta à reflexão histórica, ela parte de um pressuposto dogmático e aistórico usado para criticar comunicações "distorcidas". É nessa linha que Gadamer cobrará uma reflexão hermenêutica sobre a crítica da ideologia que a re-situalize. Essa volta a Gadamer nos permitirá defender, nas "Considerações finais", a posição de que o interesse do debate está justamente nos constantes pontos de tensão entre ambos autores, e não na opção por um outro, preferindo portanto mantê-los naquilo que Bernstein chamará de uma "constelação tensa".This dissertation seeks to reconstruct the Habermas-Gadamer debate, focusing on the hermeneutical conception of historical consciousness. The point of depart is established by Habermas' argument that hermeneutics has a twofold critical intention: on the one hand, hermeneutics implies a self-reflection on the interpreter's historical prejudices that does away the positivistic understanding of human knowledge; on the other hand, this very reflection allows the interpreter to review his belonging to tradition and to critically reformulate the heritaded schemes in line with contemporary pratical issues. From this point on, we will resume Habermas' path towards hermeneutics, focusing on his dispute against positivistic theory and on the formulation of a theory of the knowledge guiding interests. We will show that, although Dilthey is a central figure for the consolidation of the practical interest, he nevertheless remained tied to positivism, while Gadamer radicalizes the critical self-reflection away from positivism. This establishes the point where Habermas' critiques can be inserted: he exposes how Gadamer has absolutized the historicity of every human experience and the context dependency of human knowledge, jeopardizing his own critical conquests. Habermas then seeks to carry hermeneutics' critical interests beyond itself, setting limits to the hermeneutic notion of historical consciousness. This passage takes place in two steps: first, Habermas wants to expand the counsciousness of present times by means of a sociology of the present that is able to give an account of the links connecting tradition, domination and social work; next, Habermas seeks to legitimize a rational reconstruction of communicative competence, which would explicitate the rationality implicit on daily communication as a formal rationality, not context dependent. This double step procedure describes the general program of the passage from hermeneutics to critique of ideology and to a systematic critique of tradition. A problematic passage, however, as we will see that Gadamer argues that this theoretical reconstruction of language risks a certain objectivism and even a step back on ideology: if it takes historical reflection off the main plan, it risks beginning with a dogmatic and aistorical conception of normal communication, then universalized to criticize "distorted" forms of communication. It is in this spirit that Gadamer will claim for a hermeneutic reflection on the critique of ideology that re-situates it back on its hermeneutic dependencies. As a conclusion, this dissertation will defend that the interest of the debate lies precisely on the points of tension between both authors, and not in the preference for one or another, keeping them in what Bernstein called a "tense constellation".Mattos, Fernando CostaRepa, Luiz SérgioTerra, Ricardo RibeiroRibeiro, Felipe2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf257 f. : il.http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=121787http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=121787&midiaext=78644http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=121787&midiaext=78468Cover: http://biblioteca.ufabc.edu.br/php/capa.php?obra=121787porreponame:Repositório Institucional da UFABCinstname:Universidade Federal do ABC (UFABC)instacron:UFABCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-04-15T15:17:50Zoai:BDTD:121787Repositório InstitucionalPUBhttp://www.biblioteca.ufabc.edu.br/oai/oai.phpopendoar:2024-04-15T15:17:50Repositório Institucional da UFABC - Universidade Federal do ABC (UFABC)false |
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