Método da Economia Política – Algumas Indicações para uma Reflexão sobre Pesquisa em Educação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Neves, Rosa Maria Correia das
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Leite, Siomara Borba
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Dialectus
Texto Completo: http://periodicos.ufc.br/dialectus/article/view/5142
Resumo: Apresentamos uma discussão sobre o processo de conhecimento científico, considerando notas metodológicas de parte da produção teórica de Karl Marx (1974), notas que podem indicar contribuições para o desenvolvimento de pesquisas científicas em educação. A discussão que se apresenta se refere à pesquisa teórica que, partindo de notas metodológicas marxianas, buscou nos trabalhos de Miriam Limoeiro Cardoso (1977, 1990) posições a respeito do “método científico correto” como sugerido por Marx, a partir das suas críticas ao método da economia política clássica, uma vez que Marx (1974) dá início ao processo de conhecimento da produção material capitalista a partir da crítica ao método dos economistas clássicos em seus processos de conhecimento da produção econômica. O método científico de economistas liberais inicia pelo real, entendido como empírico, e realiza conclusões através da produção de abstrações de caráter simples e geral, abstrações suficientes como explicação da produção material. Retificando esse método, Marx afirma que o “método científico correto” começa pelo abstrato e alcança um conhecimento concreto ao tratar a realidade como “síntese de múltiplas determinações”. Cardoso (1977, 1990), a partir da crítica de Marx (1974) ao método de conhecimento dos economistas clássicos, explicita que o “método científico correto” é aquele que começa no conhecimento abstrato, teórico, buscando o conhecimento concreto sobre a realidade através do conhecimento de suas determinações. É o destaque dado às determinações que constrói o conhecimento sobre a realidade como um “concreto de pensamento”. Embora toda a crítica que Marx (1974) fez ao método científico da economia clássica não diga respeito ao conhecimento em geral, o argumento de negação da realidade identificada pelos sentidos e de sua afirmação como a “síntese de múltiplas determinações” – determinações que afetam os sujeitos em sociedade e que são reconhecidas no pensamento – é fundamental na defesa de opções teórico-metodológicas que entendem que o trabalho de pesquisa é um trabalho de construção teórica do objeto de conhecimento, trabalho em que a atividade teórica faz da realidade um objeto científico, destacando as determinações que o fazem “concreto de pensamento”.
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