O indivíduo, a educação e a crise econômica segundo Karl Marx

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dillenburg, Fernando Frota
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Dialectus
Texto Completo: http://periodicos.ufc.br/dialectus/article/view/5161
Resumo: Procuramos mostrar neste artigo como Marx descreve, em O capital, o desenvolvimento dos indivíduos, assim como a relação destes com a educação e com a crise do capital. No início d’O capital os indivíduos encontram-se totalmente enfeitiçados pela mercadoria e pelo dinheiro. Na seção II eles já aparecem como representantes de classes sociais, o capitalista e o proletário, mas ainda totalmente submetidos ao movimento de auto-valorização do valor, isto é, o movimento do capital. No entanto, os proletários vão, aos poucos, por meio da luta de classes, desvelando os enigmas que encobrem as verdadeiras relações entre as classes, até descobrir, no capítulo XXIV, a origem da propriedade privada capitalista. O proletariado torna-se, então, uma classe revolucionária mostrando-se capaz de realizar a expropriação dos expropriadores. O Livro I expressa, assim, o processo da luta de classes através do qual o proletariado poderá, caso consiga percorrer este árduo percurso, sair das trevas nas quais se encontra em sua vida cotidiana e passar a se organizar enquanto uma classe que compreende e põe em prática um programa revolucionário. A vivência do proletariado na luta contra o capital é descrita por Marx como um processo educativo. Depois de realizar uma primeira totalização no Livro I, uma totalização ainda abstrata, Marx retoma no Livro II o domínio do capital sobre os indivíduos. Nos Departamentos I (produtor de meios de produção) e II (produtor de meios de subsistência), o capital se relaciona consigo mesmo, a ponto de conduzir a si próprio a crises cada vez mais profundas. No Livro III, Marx mostra que as contradições internas do próprio capital, isto é, as contradições da luta de classes, geram uma tendência à crises econômicas, que se tornam inevitáveis no capitalismo. Nesse Livro III Marx inclui mais uma terceira classe social: além da classe capitalista (que vive do lucro) e da classe trabalhadora (que vive do salário), aparece a classe dos proprietários fundiários (que vive da renda da terra). No capítulo LII, capítulo inacabado, Marx pretendia expor a luta de classes como fundamento dos três livros e de todo o modo de produção capitalista.
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