O Barroco como Cosmovisão Matricial do Êthos Cultural Brasileiro
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de Ciências Sociais |
Texto Completo: | http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/521 |
Resumo: | Trata-se o presente Projeto de uma explanação de resultados preliminares de uma pesquisa exploratória em andamento e mesmo numa fase inicial, a despeito de anos de meditação sobre a temática. O esforço de caracterização do Barroco implica não só analisar a diversidade de conceitos que o termo alberga, mas também verificar o processo evolutivo por que tem passado tanto em sua definição quanto em sua apreciação. Grosso modo, podemos didaticamente imputar aos grandes estudiosos do Barroco sua filiação a duas correntes de concepção antagônicas: 1) a sua percepção como fenômeno cultural historicamente delimitado entre finais do séc. XVI e meados do XVIII (mas cujos balizamentos temporais variam segundo o lugar social considerado, como ocorre com todo movimento cultural); e 2) a visão do Barroco como categoria trans- histórica, encarnando-se de formas diversificadas em diferentes momentos da história e com uma geografia ampla e variada. As discussões se prolongam em seus desdobramentos e inclinações; mas o mais brilhante defensor dessa compreensão do Barroco como espécie de éon, entidade abstrata, objeto de sucessivas encarnações e expressões, foi o filósofo espanhol Engenio D’ORS, que em sua obra Lo Barroco expõe sua teoria de modo sedutor. Mesmo com seguidores como Henri FOCILLON ou Ernst R. CURTIUS, o questionamento perdura em aberto. No que tange ao Brasil – objeto primordial desta pesquisa – o território de exploração é imenso e tão-só o exemplo do campo literário, além de figuras do nível de um Gregório de Mattos ou um A. Vieira, o enriquecimento das linguagens e dos processos técnico-expressivos abriram perspectivas para novos estilos; o que faz com que a crítica atual acolha a existência de uma constante barroca ao longo de nosso processo histórico-cultural, como vem ilustrado em tempos recentes na poesia de um Jorge de Lima ou na prosa de um Guimarães Rosa, etc. |
id |
UFC-6_de23f4192ae4969aaaa4f310b6266861 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:periodicos.ufc:article/521 |
network_acronym_str |
UFC-6 |
network_name_str |
Revista de Ciências Sociais |
repository_id_str |
|
spelling |
O Barroco como Cosmovisão Matricial do Êthos Cultural BrasileiroTrata-se o presente Projeto de uma explanação de resultados preliminares de uma pesquisa exploratória em andamento e mesmo numa fase inicial, a despeito de anos de meditação sobre a temática. O esforço de caracterização do Barroco implica não só analisar a diversidade de conceitos que o termo alberga, mas também verificar o processo evolutivo por que tem passado tanto em sua definição quanto em sua apreciação. Grosso modo, podemos didaticamente imputar aos grandes estudiosos do Barroco sua filiação a duas correntes de concepção antagônicas: 1) a sua percepção como fenômeno cultural historicamente delimitado entre finais do séc. XVI e meados do XVIII (mas cujos balizamentos temporais variam segundo o lugar social considerado, como ocorre com todo movimento cultural); e 2) a visão do Barroco como categoria trans- histórica, encarnando-se de formas diversificadas em diferentes momentos da história e com uma geografia ampla e variada. As discussões se prolongam em seus desdobramentos e inclinações; mas o mais brilhante defensor dessa compreensão do Barroco como espécie de éon, entidade abstrata, objeto de sucessivas encarnações e expressões, foi o filósofo espanhol Engenio D’ORS, que em sua obra Lo Barroco expõe sua teoria de modo sedutor. Mesmo com seguidores como Henri FOCILLON ou Ernst R. CURTIUS, o questionamento perdura em aberto. No que tange ao Brasil – objeto primordial desta pesquisa – o território de exploração é imenso e tão-só o exemplo do campo literário, além de figuras do nível de um Gregório de Mattos ou um A. Vieira, o enriquecimento das linguagens e dos processos técnico-expressivos abriram perspectivas para novos estilos; o que faz com que a crítica atual acolha a existência de uma constante barroca ao longo de nosso processo histórico-cultural, como vem ilustrado em tempos recentes na poesia de um Jorge de Lima ou na prosa de um Guimarães Rosa, etc.Universidade Federal do Ceará2013-03-11info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/521Revista de Ciências Sociais (Social Sciences' Journal); Vol. 39 No. 1 (2008): Dossiê: Direitos, Movimentos e Políticas Sociais; 49-77Revista de Ciências Sociais (Revista de Ciencias Sociales); Vol. 39 Núm. 1 (2008): Dossiê: Direitos, Movimentos e Políticas Sociais; 49-77Revista de Ciências Sociais; v. 39 n. 1 (2008): Dossiê: Direitos, Movimentos e Políticas Sociais; 49-772318-46200041-8862reponame:Revista de Ciências Sociaisinstname:Universidade Federal do Ceará (UFC)instacron:UFCporhttp://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/521/504Copyright (c) 2018 Revista de Ciências Sociaisinfo:eu-repo/semantics/openAccessB. de Menezes, Eduardo Diatahy2018-11-29T14:54:40Zoai:periodicos.ufc:article/521Revistahttp://periodicos.ufc.br/revciensoPUBhttp://www.periodicos.ufc.br/index.php/revcienso/oai||rcs.ufc@gmail.com|| cunhafilho@ufc.br2318-46200041-8862opendoar:2018-11-29T14:54:40Revista de Ciências Sociais - Universidade Federal do Ceará (UFC)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
O Barroco como Cosmovisão Matricial do Êthos Cultural Brasileiro |
title |
O Barroco como Cosmovisão Matricial do Êthos Cultural Brasileiro |
spellingShingle |
O Barroco como Cosmovisão Matricial do Êthos Cultural Brasileiro B. de Menezes, Eduardo Diatahy |
title_short |
O Barroco como Cosmovisão Matricial do Êthos Cultural Brasileiro |
title_full |
O Barroco como Cosmovisão Matricial do Êthos Cultural Brasileiro |
title_fullStr |
O Barroco como Cosmovisão Matricial do Êthos Cultural Brasileiro |
title_full_unstemmed |
O Barroco como Cosmovisão Matricial do Êthos Cultural Brasileiro |
title_sort |
O Barroco como Cosmovisão Matricial do Êthos Cultural Brasileiro |
author |
B. de Menezes, Eduardo Diatahy |
author_facet |
B. de Menezes, Eduardo Diatahy |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
B. de Menezes, Eduardo Diatahy |
description |
Trata-se o presente Projeto de uma explanação de resultados preliminares de uma pesquisa exploratória em andamento e mesmo numa fase inicial, a despeito de anos de meditação sobre a temática. O esforço de caracterização do Barroco implica não só analisar a diversidade de conceitos que o termo alberga, mas também verificar o processo evolutivo por que tem passado tanto em sua definição quanto em sua apreciação. Grosso modo, podemos didaticamente imputar aos grandes estudiosos do Barroco sua filiação a duas correntes de concepção antagônicas: 1) a sua percepção como fenômeno cultural historicamente delimitado entre finais do séc. XVI e meados do XVIII (mas cujos balizamentos temporais variam segundo o lugar social considerado, como ocorre com todo movimento cultural); e 2) a visão do Barroco como categoria trans- histórica, encarnando-se de formas diversificadas em diferentes momentos da história e com uma geografia ampla e variada. As discussões se prolongam em seus desdobramentos e inclinações; mas o mais brilhante defensor dessa compreensão do Barroco como espécie de éon, entidade abstrata, objeto de sucessivas encarnações e expressões, foi o filósofo espanhol Engenio D’ORS, que em sua obra Lo Barroco expõe sua teoria de modo sedutor. Mesmo com seguidores como Henri FOCILLON ou Ernst R. CURTIUS, o questionamento perdura em aberto. No que tange ao Brasil – objeto primordial desta pesquisa – o território de exploração é imenso e tão-só o exemplo do campo literário, além de figuras do nível de um Gregório de Mattos ou um A. Vieira, o enriquecimento das linguagens e dos processos técnico-expressivos abriram perspectivas para novos estilos; o que faz com que a crítica atual acolha a existência de uma constante barroca ao longo de nosso processo histórico-cultural, como vem ilustrado em tempos recentes na poesia de um Jorge de Lima ou na prosa de um Guimarães Rosa, etc. |
publishDate |
2013 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2013-03-11 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/521 |
url |
http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/521 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/521/504 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2018 Revista de Ciências Sociais info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2018 Revista de Ciências Sociais |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Ceará |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Ceará |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista de Ciências Sociais (Social Sciences' Journal); Vol. 39 No. 1 (2008): Dossiê: Direitos, Movimentos e Políticas Sociais; 49-77 Revista de Ciências Sociais (Revista de Ciencias Sociales); Vol. 39 Núm. 1 (2008): Dossiê: Direitos, Movimentos e Políticas Sociais; 49-77 Revista de Ciências Sociais; v. 39 n. 1 (2008): Dossiê: Direitos, Movimentos e Políticas Sociais; 49-77 2318-4620 0041-8862 reponame:Revista de Ciências Sociais instname:Universidade Federal do Ceará (UFC) instacron:UFC |
instname_str |
Universidade Federal do Ceará (UFC) |
instacron_str |
UFC |
institution |
UFC |
reponame_str |
Revista de Ciências Sociais |
collection |
Revista de Ciências Sociais |
repository.name.fl_str_mv |
Revista de Ciências Sociais - Universidade Federal do Ceará (UFC) |
repository.mail.fl_str_mv |
||rcs.ufc@gmail.com|| cunhafilho@ufc.br |
_version_ |
1799698946549874688 |