Essays on the econometrics of gender, domestic and intimate partner violence Fortaleza 2018
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/40475 |
Resumo: | A tese consiste em três capítulos inter-relacionados que investigam os efeitos da principal forma de violência contra as mulheres, digamos, a violência perpetrada pelo parceiro íntimo (Heise et al., 1994). No primeiro capítulo, avaliamos o impacto de uma política que exige que sa DEAMs (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) atue 24 horas por dia contra a violência doméstica. Desenvolvemos cuidadosamente um modelo sequencial de opções discretas capaz de imitar os principais nós de decisão, digamos, desde a comissão de crime até a denúncia de crimes. Para avançar algumas explicações causais, consideramos o intrincado papel da heterogeneidade não observada em nosso modelo. Concluímos que uma política de “24 horas de plantão” para DEAMs tem tanto efeito “deterrence” (aproximadamente 3% de redução) quanto efeitos de reportar sobre a violência doméstica (um aumento de 8,1% na decisão de relatar - condicional em ser vítima e 13% a decisão de informar à polícia - condicionada pela decisão de relatar). No segundo capítulo, investigamos os fatores responsáveis pela ocorrência de atrito no PCSV DFMulher. Nossa análise abrangeu três etapas. Primeiro, comparamos os perfis socioeconômicos e de vitimização dos entrevistados que permaneceram na pesquisa e daqueles que atritaram. Segundo, aplicamos a análise logit para explicar o que determina o atrito. Na terceira etapa, desagregamos ainda mais as categorias de atrito para capturar especificidades focadas na questão de gênero e utilizamos modelos multinomiais. Constatamos que idade, baixa escolaridade, crianças até 4 anos são fatores que favorecem a continuidade da mulher na entrevista, corroborando alguns achados da literatura. A desistência durante a entrevista na primeira onda aumenta o atrito em 7%, a intenção de mudar do local resultou em um aumento de 9% a 14% na probabilidade de atrito. Nossos resultados sugerem que as mulheres que já sofreram violência em qualquer momento da vida têm maior probabilidade de sofrer atrito, aumento de 2%. No terceiro capítulo, documentamos novos fatos sobre a violência doméstica durante a gravidez no Brasil, usando dados originais coletados através do PCSV DFMulher. O estudo objetivou analisar a associação da violência doméstica durante a gestação com características sociodemográficas, utilizando a regressão logística para investigar potenciais riscos e fatores de proteção. A taxa de prevalência encontrada atingiu 6,2%. Nossos resultados apontam que as mulheres mais jovens estão mais expostas à violência e que a raça não foi significativa. Mulheres com alto nível de escolaridade são menos propensas a sofrer violência doméstica. Mulheres com mais de três gestações têm pelo menos três vezes mais chances de serem vítimas durante a gravidez. Nosso ensaio também corrobora a literatura: a gravidez não impede a violência doméstica. Resultados mostram que 34% de todas as agressões ocorrem durante todos os trimestres da gestação, e 60% delas relataram que a agressão permaneceu a mesma ou até aumentou durante a gravidez. |
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