Juventude no semiárido nordestino: caminhos e descaminhos da emigração

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Karla Patrícia Martins
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Bomfim, Zulmira Áurea Cruz
Tipo de documento: Capítulo de livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/20246
Resumo: Agora pensando segui ôtra tria, chamando a famia, começa a dizê: eu vendo meu burro, meu jegue e o cavalo, nós vamo a São Paulo, vivê ou morrê... Nós vamo a São Paulo, que a coisa tá feia; Por terras aleias nós vamo vagá. Se o nosso destino não fô tão mesquinho, Pro mêrmo cantinho nós torna a vortá (Patativa do Assaré, A triste partida). O poema “A triste partida”, do poeta cearense Patativa do Assaré, que veio a ser brilhantemente musicado por Luiz Gonzaga, traduz a dor do sertanejo em deixar sua terra e o desejo de um dia, se o destino permitir, voltar ao seu lugar de origem. Sobre isso, durante muitos anos, foi muito fácil culpabilizar a seca como única responsável pelo grande número de emigrações nordestinas rumo aos grandes centros urbanos do país, mesmo sendo esta um evento climático natural de regiões semiáridas, portanto previsível e até, de certo modo, esperada, apesar de nunca desejada.No entanto, percebemos atualmente que o interesse e a necessidade de jovens do campo tornarem-se emigrantes têm diminuído gradativamente. São vários os fatores relacionados a esse fenômeno, entre eles o notável inchaço dos maiores centros urbanos, o que muda a política de incentivo à migração, que foi uma das bases para a construção das grandes cidades, com mão de obra barata e abundante vinda do campo. Outro fator tem sido a necessidade de estimular uma revalorização da agricultura, já que os jovens se afastavam cada vez mais desse tipo de atividade a ponto de se temer, para o futuro, um colapso no abastecimento...
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