Caracterização estrutural e estudo comparativo das lectinas de algas marinhas vermelhas Bryothamnion seaforthii (BSL) e Bryothamnion triquetrum (Btl)

• Autor(a) principal: Sousa, Maurilio Feijo de
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
• Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/70523
• topic: Lectinas; Algas; Bryothamnion; Estrutura; Aglutinação

As algas marinhas são as principais responsáveis pelo fornecimento de oxigênio do planeta por serem fotossintetizadoras, sendo consideradas o pulmão mundial. Além de usadas como indicadores naturais da poluição ambiental, elas são potentes na área biotecnológica devido a alguns de seus componentes isolados, como as lectinas, que apresentam um grande potencial em atividades biológicas. Essa atividade ocorre através das interações da proteína com os carboidratos, que são observadas por meio de estudos estruturais. Deste modo, o presente trabalho objetivou realizar uma caracterização estrutural de duas lectinas oriundas das algas marinhas vermelhas, Bryothamnion triquetrum (BTL) e Bryothamnion seaforthii (BSL), e observar o efeito aglutinante contra cepas bacterianas, além de comparar os resultados obtidos. Assim, BTL e BSL foram purificadas conforme protocolo já estabelecido, a partir de uma combinação de precipitação salina e de cromatografia de troca iônica, apresentando em SDS-PAGE massa molecular semelhante ao já encontrado em estudos anteriores, de 9 kDa. A atividade hemaglutinante das lectinas foi inibida por mucina submaxilar bovina e tireoglobulina. Através do dicroísmo circular, observou-se a estrutura secundária das lectinas, que para BTL mostrou 10% de α-hélice, 56% de folhas-β e 34% de estruturas randômicas, com uma alta estabilidade térmica e temperatura de melting de 74,4 °C. E para BSL 5% de α-hélice, 51% de folhas-β e 44% de estruturas randômicas, com uma estabilidade térmica um pouco menor e temperatura de melting de 66 °C. As suas estruturas tridimensionais apresentaram conformações semelhantes, com uma predominância de folhas-β, além de mostrarem o CBD_II como o principal domínio de reconhecimento a carboidratos. Tanto BSL quanto BTL apresentaram aglutinação contra as cepas de Staphylococcus aureus ATCC 25923, Staphylococcus epidermidis ATCC 12228 e Staphylococcus epidermidis ATCC 35984, nas concentrações de 1mg.mL-1 e 0,1 mg.mL-1. Com esse estudo, pode-se concluir que BTL e BSL compartilham de muitas características semelhantes relacionadas as suas estruturas e especificidade, provavelmente devido ao fato de serem lectinas isoladas de duas algas marinhas do mesmo gênero e oriundas do mesmo local.