Separação materna prolongada induz desnutrição e inflamação sistêmica com deficiência de igf-1 e leptina e alterações hipocampais em camundongos lactentes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Figueiredo, Ítalo Leite
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/13782
Resumo: A separação materna prolongada (SMP) pode causar uma desnutrição energético-proteica devido à restrição do leite materno, o que pode levar a alterações no hipocampo, além de afetar a barreira intestinal, induzindo translocação bacteriana e inflamação sistêmica. Um estudo recente mostrou uma correlação negativa entre marcadores inflamatórios sistêmicos e níveis séricos do fator de crescimento insuliniforme 1 (IGF-1) em crianças desnutridas com baixa estatura. Contudo, ainda há uma lacuna no conhecimento quanto ao impacto da inflamação sistêmica no desenvolvimento do hipocampo em animais desnutridos. Este estudo teve como objetivo investigar o efeito da SMP no desenvolvimento físico, na ontogenia de alguns reflexos neonatais e nas alterações hipocampais em camundongos C57BL/6J, incluindo alterações morfológicas, neuroquímicas e expressão de marcadores de plasticidade cerebral, incluindo sinaptofisina (SYN) e proteína básica de mielina (PBM). Um segundo objetivo desse estudo foi avaliar o efeito na SMP nos níveis séricos de corticosterona, IGF-1, leptina e adiponectina e de uma proteína de fase aguda, a proteína C reativa (PCR), essa última como um marcador de inflamação sistêmica. A SMP foi induzida isolando metade dos filhotes de sua mãe em cada ninhada por períodos definidos (4h no dia 4, 8h no dia 5, e 12h nos demais dias) numa gaiola incubadora. Medições diárias de peso e comprimento de cauda foram realizadas, sendo a última como marcador de crescimento linear. Testes para avaliar reflexos neonatais incluindo recuo do abismo (cliff avoidance), correção da posição (surface righting), comportamento de nado (swimming behavior) e imobilidade dorsal (dorsal immobility) foram realizados nos dias 6, 8, 10, 12 e 14. No dia 14, os filhotes foram sacrificados por decapitação para obtenção do sangue para as análises hormonais e PCR no soro através de ELISA; e coleta de hipocampo para dosagens de aminoácidos por HPLC; imuno-histoquímica para SYN; e expressão de SYN e PBM no tecido encefálico por western blot. Uma parte dos animais foi submetida à perfusão transcardíaca com solução fixadora para análises estereológicas. A SMP induziu uma desnutrição com redução significativa do ganho de peso corporal (a partir do sexto dia) e do comprimento da cauda (a partir do décimo primeiro dia) (p<0,05). A avaliação do comportamento revelou diferenças entre os grupos nos testes de correção da posição e imobilidade dorsal (p<0,05). Na estereologia, foram observadas diferenças no volume total e no volume da camada de células piramidais de CA3 nos animais submetidos à SMP quando comparados com o grupo controle não separado (CNS) (p<0,05). A dosagem de aminoácidos indicou menor concentração de aspartato, glutamato, glicina e GABA nos animais do grupo SMP quando comparado ao CNS (p<0,05). Os animais do grupo CNS apresentaram maior marcação para SYN quando comparado ao grupo SMP. A SMP reduziu os níveis leptina e IGF-1, bem como nos níveis séricos de PCR (P<0,05). Em conjunto, esses resultados sugerem que a SPM causa inflamação sistêmica, com redução dos níveis séricos de leptina e IGF-1, déficits de crescimento e comportamentais e alterações na estrutura e atividade neuroquímica do hipocampo.
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