Círculos de cultura em saúde mental : perspectivas de equipes da estratégia saúde da família

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Álissan Karine Lima
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/1843
Resumo: A Estratégia Saúde da Família (ESF) aparece no cenário da saúde mental como espaço estratégico para o acolhimento das pessoas em sofrimento mental pela possibilidade de articulação de formas de integração entre usuário, família, redes de suporte social da comunidade e serviços de saúde. A realidade, no entanto, ainda demonstra pouca aproximação das ações em saúde mental na Atenção Básica pelos profissionais, exigindo estratégias que visualizem a situação e encaminhem propostas de atuação. Tais recursos apresentam-se como tecnologias leves de cuidado que viabilizam o “empoderamento” dos sujeitos, sendo os círculos de cultura um desses exemplos. Esta pesquisa objetivou possibilitar espaço de círculo de cultura quanto à abordagem em saúde mental sob a perspectiva da equipe da ESF. Pesquisa-ação desenvolvida junto a 22 profissionais de duas equipes da ESF do Município de Juazeiro do Norte – CE - Brasil, utilizando como referencial metodológico os círculos de cultura, propostos por Paulo Freire. A produção dos dados se deu, inicialmente, por meio de visitas de campo, contando como instrumentos um roteiro de entrevista semi-estruturada e a observação não sistemática com registro em diário de campo. Em seguida, foram realizados seis círculos de cultura, nos quais foram abordaram aspectos da integralidade do cuidado em saúde, do histórico da loucura, as novas abordagens em saúde mental, desde a Reforma Psiquiátrica, a interface da saúde com a doença mental e a integração entre saúde mental e ESF. A análise foi realizada pela triangulação dos dados sob o referencial teórico da atual Política Nacional de Saúde Mental e da Reforma Psiquiátrica. Nos encontros com os profissionais, as concepções sobre a saúde mental centralizaram-se no adoecimento, determinando ações fragmentadas e relacionadas ao encaminhamento e prescrição medicamentosa. Nos momentos subsequentes, os participantes visualizam as relações entre a saúde e a doença mental, entre os fatores sociais, culturais e biológicos imbricados no sofrimento mental, vislumbrando aspectos intersetoriais que trouxessem repercussões para a prática. Com isso, os participantes conjecturaram formas de intervir pelo adequado acolhimento da demanda, o reconhecimento das problemáticas e a organização dos recursos presentes para atuar no sentido da promoção da saúde mental, prevenção de agravos e assistência dos casos de sofrimento mental da comunidade. Os círculos de cultura em saúde mental permitiram a aproximação dos participantes com elementos desconhecidos no campo da saúde mental, seguida da problematização das demandas locais e reflexão quanto às possibilidades de atuação com os recursos da comunidade e do serviço. Assim, foi possibilitado o “empoderamento” dos indivíduos, por meio da sensibilização diante às questões em saúde mental, fortalecendo os vínculos entre a equipe e os conhecimentos para acolher situações de saúde mental como campo de assistência na Atenção Básica.
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