Conflitos na Madeira-Mamoré: confluências migratórias e interação étnica na luta operária, 1878
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Data de Publicação: | 2012 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/42763 |
Resumo: | Matas e rios da Amazônia ainda hoje representam obstáculos à inserção da floresta aos circuitos do capital. Usinas hidrelétricas, o agronegócio e a pecuária persistem uma tentativa secular de romper o isolamento de uma das últimas “fronteiras coloniais” do mundo. No passado, como ainda hoje, desprezam as populações tradicionais, tratadas como um entrave a mais de uma modernização dita inquestionável. Os povos ribeirinhos, compostos em grande parte por etnias indígenas ou comunidades de mestiços, vêm sendo classificados desde as primeiras ocupações portuguesas como inaptos ao trabalho, vadios, ociosos, rebeldes. Na verdade, o próprio rebaixamento moral – incriminizador e preconceituoso – das populações tradicionais encontra-se a serviço de projetos associados a uma ordem capitalista em avanço. Seringais, castanhais, colônias agrícolas e obras de infraestrutura de pequeno ou grande porte foram criados sob a enganosa alegação do povoamento, como se se tratasse de uma terra sem povo, sem dono, sem lei. Hoje são os autodenominados “povos da floresta” quem se ergue em defesa das gentes, matas e águas da Amazônia, dando prosseguimento a uma história que ainda está longe de encontrar o seu final. Uma parte desta história ocorreu em 1878, quando centenas de trabalhadores confluíram às obras de construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em mais uma expedição que resultaria em tragédia e decepção, como tantas as que ocorreram para a consecução daquele empreendimento.ii A abertura de passagens para os caminhos de ferro era atividade bastante complexa. Envolvia o deslocamento de equipamentos e máquinas e dependia de capital estrangeiro. Mas, a maior dificuldade era a grandiosidade da floresta. As vazantes dos rios, as recorrentes cheias, as cachoeiras tornavam muitos dos serviços executados esforços despendidos em vão. Também as chuvas deixavam os terrenos encharcados, ficando por meses submersos, limitando as jornadas de trabalho e tornando cada tarefa mais dura. [...] |
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Conflitos na Madeira-Mamoré: confluências migratórias e interação étnica na luta operária, 1878Circuito do capitalAmazônia - pecuáriaAmazônia - habitaçãoMatas e rios da Amazônia ainda hoje representam obstáculos à inserção da floresta aos circuitos do capital. Usinas hidrelétricas, o agronegócio e a pecuária persistem uma tentativa secular de romper o isolamento de uma das últimas “fronteiras coloniais” do mundo. No passado, como ainda hoje, desprezam as populações tradicionais, tratadas como um entrave a mais de uma modernização dita inquestionável. Os povos ribeirinhos, compostos em grande parte por etnias indígenas ou comunidades de mestiços, vêm sendo classificados desde as primeiras ocupações portuguesas como inaptos ao trabalho, vadios, ociosos, rebeldes. Na verdade, o próprio rebaixamento moral – incriminizador e preconceituoso – das populações tradicionais encontra-se a serviço de projetos associados a uma ordem capitalista em avanço. Seringais, castanhais, colônias agrícolas e obras de infraestrutura de pequeno ou grande porte foram criados sob a enganosa alegação do povoamento, como se se tratasse de uma terra sem povo, sem dono, sem lei. Hoje são os autodenominados “povos da floresta” quem se ergue em defesa das gentes, matas e águas da Amazônia, dando prosseguimento a uma história que ainda está longe de encontrar o seu final. Uma parte desta história ocorreu em 1878, quando centenas de trabalhadores confluíram às obras de construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em mais uma expedição que resultaria em tragédia e decepção, como tantas as que ocorreram para a consecução daquele empreendimento.ii A abertura de passagens para os caminhos de ferro era atividade bastante complexa. Envolvia o deslocamento de equipamentos e máquinas e dependia de capital estrangeiro. Mas, a maior dificuldade era a grandiosidade da floresta. As vazantes dos rios, as recorrentes cheias, as cachoeiras tornavam muitos dos serviços executados esforços despendidos em vão. Também as chuvas deixavam os terrenos encharcados, ficando por meses submersos, limitando as jornadas de trabalho e tornando cada tarefa mais dura. [...]Expressão Gráfica; Wave Media2019-06-17T14:46:26Z2019-06-17T14:46:26Z2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjectapplication/pdfBARBOZA, Edson Holanda Lima, CÂNDIDO, Tyrone Apollo Pontes. Conflitos na Madeira-Mamoré: confluências migratórias e interação étnica na luta operária, 1878. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA, 3.; SEMINÁRIO DE PESQUISA DO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA DA UFC, 10., 1-3 out. 2012, Fortaleza (Ce). Anais... Fortaleza (Ce): Expressão Gráfica; Wave Media, 2012.978 85 4200 096 2http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/42763Barboza, Edson Holanda LimaCândido, Tyrone Apollo Pontesinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)instname:Universidade Federal do Ceará (UFC)instacron:UFC2023-10-31T15:02:15Zoai:repositorio.ufc.br:riufc/42763Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.ufc.br/ri-oai/requestbu@ufc.br || repositorio@ufc.bropendoar:2024-09-11T18:44:47.923686Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Universidade Federal do Ceará (UFC)false |
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