Gramsci e o debate em torno da filosofia da práxis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Jecson Girão
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/8584
Resumo: A presente dissertação margeia em torno da discussão sobre a maneira pela qual Gramsci debate com os autores de seu tempo, principalmente com Nicolai Bukhárin, defensor, segundo Gramsci, de um marxismo vulgar, devido sua compreensão mecanicista (economicista), fatalista, pelo uso do positivismo na filosofia da práxis, marxismo, (materialismo vulgar) e Benedetto Croce, a partir de sua ideia revisionista da filosofia da práxis (neo-idealismo: historicismo idealista, conforme Gramsci), como sendo apenas uma metodologia de interpretação como outra qualquer, tendo, assim, no marxismo, nada de extraordinário em relação a outras filosofias. Utilizamos para o desenvolvimento desse trabalho a leitura dos Cadernos do cárcere nas suas versões italiana e brasileira; os principais textos dos autores com os quais Gramsci trava o debate, dando destaque para dois, a saber: com Bukhárin, o Tratado de materialismo histórico; com Croce, o Materialismo storico ed economia marxistica. Ademais, utilizamos também os principais comentadores sobre a obra do italiano da Sardenha, os que o defendem e os que o criticam. Em suma, mostramos que Gramsci busca inadiavelmente recolocar o marxismo no território da história concreta, isto é, pela via do materialismo histórico, operado pela dialética, mostrando, assim, sua originalidade, autonomia em relação a outros quadros filosóficos e desse modo asseverando que somente pelo território da filosofia da práxis, as massas, as classes “subalternas”, os operários, poderiam tomar consciência crítica sobre as suas respectivas situações e, assim teriam a possibilidade de forjar uma nova sociedade, um novo mundo, sempre novo, sob o viés de um humanismo e de um historicismo absoluto. Aí, portanto, está centrada a ideia que Gramsci tem da filosofia da práxis enquanto marxismo e do que ela é capaz enquanto suscitadora de uma nova cultura.
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