O Farsesco na comédia Ática

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Francisco Alison Ramos da
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Pompeu, Ana Maria César
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/45765
Resumo: Este estudo trata do farsesco na Comédia Ática. Em Aristophanes and the Carnival of Genres (Aristófanes e o Carnaval de Gêneros), Charles Platter (2007) escreve que a comédia reúne vários gêneros literários, semelhante a uma colcha de retalhos em movimento. Aristófanes costumava satirizar um poeta de nome ambíguo quanto ao gênero teatral: Carcino, cuja menção direta é feita em Vespas e Paz, nas quais o poeta faz menção ao cômico, porém, caracterizado pela dança extravagante e movimentos do corpo. Na primeira, especialmente, os escravos afirmam, no “Prólogo”, que o poeta refuta o modelo dos mimos de Mégara, gênero considerado inferior à comédia que apresentam. Porém, curiosamente, a contradição dessas primeiras palavras se torna evidente ao final da peça, quando dançarinos filhos de Carcino representam a sua dança e Filocléon, antagonista de Bdelicléon, faz tal qual ou ainda com maior exagero do que os próprios dançarinos profissionais. No contexto da comédia de Aristófanes, isso significa, no mínimo, uma espécie de barulho estranho, que deve conduzir o leitor, ou espectador, a muitas indagações: o que teriam sido os mimos de Mégara? Uma vez que figuram na comédia antiga, resumir-se-iam apenas a danças e a improvisações de festas religiosas? Por que Aristófanes teria colocado o mimo entre os gêneros de que se alimentou a sua comédia? Apesar do esquecimento quase total desse gênero por parte da crítica da arte poética, tanto na Antiguidade quanto na modernidade, não se pode ignorar a sua existência. E Aristófanes não apenas pode ser lido e compreendido como uma fonte crítica rica sobre tal assunto, mas, mais que isso, pode ser compreendido como um poeta cuja poesia, ao fazer crítica literária do teatro de seu tempo, ou seja, de seu contexto próximo, nutria-se, ao mesmo tempo, da matéria que criticava.
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