ENSAIOS SOBRE MIGRAÇÃO E DESLOCAMENTO PENDULAR
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/56980 |
Resumo: | Esta tese apresenta três capítulos que exploram diferentes dimensões do deslocamento dos indivíduos por dois motivos: trabalho e estudo. O primeiro capítulo busca verificar se existe um efeito negativo duplo sobre os salários das mulheres migrantes (não naturais e de retorno) nas regiões brasileiras, segundo gênero e condição de migração. Para captar o diferencial salarial, empregou-se o método não paramétrico de Ñopo (2008) aplicado aos dados obtidos a partir das PNADs de 2005 e 2015. Os resultados mostraram que apenas a mulher migrante não natural na região Sudeste sofre de dupla desvantagem no mercado de trabalho. A primeira desigualdade salarial refere-se a questão de gênero e ocorre também nas demais regiões brasileiras. A segunda diferença no salário se deve a condição de migrante não natural da região Sudeste. Para as demais regiões, as mulheres migrantes (não naturais e de retorno) possuem uma vantagem salarial frente as mulheres não migrantes. O segundo capítulo analisa o efeito da migração intraestadual e interestadual sobre o desempenho dos estudantes no ensino superior. Para tanto, utilizou-se como base de dados o ENADE 2012 e foi aplicado o método proposto por Firpo, Fortin e Lemieux (2018) para decompor o diferencial de rendimento acadêmico nos quantis de distribuição das notas, combinado com o procedimento de eponderação de DiNardo, Fortin e Lemieux (1996). Os achados mostram vantagem nos diferenciais totais das notas para os alunos que migraram de sua cidade/estado para realização do curso superior com relação aos não migrantes. Esse hiato da diferença das notas em favor dos grupos de migrantes é determinado preponderantemente pelas características não observáveis (efeito estrutural). Ademais, uma maior educação dos pais age aumentando o diferencial das notas em favor dos migrantes e o contrário se observa com um maior nível socioeconômico da família, que é responsável por reduzir o gap das notas entre migrantes e não migrantes. Já o terceiro capítulo avalia os determinantes individuais e regionais do deslocamento pendular por motivo de trabalho nos municípios do estado do Ceará. No que tange aos aspectos metodológicos, empregou-se o modelo logit multinível com dois níveis hierárquicos, individual e municipal. Adicionalmente utilizou-se o modelo logit hierárquico espacial para correção do problema de autocorrelação espacial. Os dados utilizados para o nível individual são provenientes do Censo Demográfico de 2010. Já os dados relativos as características dos municípios cearenses, foram oriundos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS) e do IPEADATA. Os resultados a nível individual indicam que os trabalhadores que têm maiores chances de realização do deslocamento pendular são: do sexo masculino; brancos; mais velhos; com maior nível educacional; que possuem cônjuge; e que residem em área urbana. A nível municipal, as evidências mostram que quanto maior nível de emprego e renda do setor formal do município, maior seu coeficiente de Gini e maior esse coeficiente nos municípios vizinhos, menores são as chances de deslocamento diário para trabalho. E essa probabilidade de pendular aumenta com o maior acesso ao transporte público, além de maior nível de emprego e renda no setor formal e maior grau de urbanização nos municípios vizinhos. |
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