Efeito neuroprotetor do (-)-linalol em ratos com hemiparkinsonismo experimental induzido por 6-hidroxidopamina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lucena, Jalles Dantas de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/49496
Resumo: O (-)-linalol (LIN), um álcool monoterpeno, é um componente de muitas plantas aromáticas brasileiras. Verificou-se que o LIN possui atividades biológicas, incluindo efeitos anticonvulsivantes, antidepressivos, anti-inflamatórios e antioxidantes no Sistema Nervoso Central (SNC). Considerando a importância da inflamação e do estresse oxidativo na doença de Parkinson (DP), o presente trabalho estudou, por meio de avaliação comportamental, neuroquímica e imunohistoquímica, o efeito neuroprotetor do LIN em ratos com hemiparkinsonismo experimental induzido por 6hidroxidopamina (lesão unilateral estriatal com 6-OHDA). Ratos Wistar (250-280 g) foram divididos em cinco grupos: Falso-operado (FO), 6-OHDA não tratado e 6OHDA tratados com LIN (25, 50 e 100 mg/kg, v.o.). A neurotoxina foi injetada no corpo estriado direito (CED) através de cirurgia estereotáxica e o tratamento com o LIN começou 24 h depois da cirurgia com duração de 17 dias. FO e o grupo 6-OHDA foram tratados com solução aquosa de Tween 80, durante o mesmo período. Decorridos 15 (quinze) dias após a cirurgia, todos os animais foram submetidos aos testes comportamentais; após os testes foram eutanasiados para dissecação das seguintes áreas cerebrais: CED e corpo estriado esquerdo (CEE), córtex pré-frontal (CPF) e hipocampo (HC), para as análises neuroquímicas e bioquímicas e ensaios de imunohistoquímica. Os resultados mostraram que o LIN (25, 50 e 100 mg/kg) reduziu o comportamento rotacional induzido pela apomorfina, e protegeu de déficits motores, cognitivos (memória de trabalho e de curta duração) e de discriminação olfatória nos animais hemiparkinsonianos. O LIN protegeu contra o comportamento tipo-depressivo, reduzindo o tempo de imobilidade no teste do nado forçado. Além disso, aumentou os níveis de DA e DOPAC, e reduziu os níveis estriatais dos aminoácidos glutamato e GABA; e aumentou os níveis de taurina, glicina (LIN 25 mg/kg) e tirosina (LIN 100 mg/kg). No estudo imunohistoquímico, o LIN (50 mg/kg) preveniu a morte de neurônios dopaminérgicos no corpo estriado lesionado, e aumentou a imunorreatividade para TH e DAT. Os dados indicam uma ação neuroprotetora do LIN devido a diminuição do estresse oxidativo, demonstrado pela redução dos níveis de lipoperoxidação e de nitrito nas áreas estudadas; e aumento das concentrações de GSH no HC (LIN 25 mg/kg) e CED (LIN 50 e 100 mg/kg). Assim como, à inibição de TNF-α, resultado este reforçado pelo efeito anti-COX-2, visto no CED nos animais hemiparkinsonianos, após tratamento com LIN (50 mg/kg). Em conclusão, mostramos que as alterações comportamentais e neuroquímicas em ratos hemiparkinsonianos foram prevenidas com o tratamento com o LIN, caracterizando um potencial efeito neuroprotetor da substância no modelo experimental de DP.
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