Crescimento e transformações estruturais da agropecuária

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Monaliza de Oliveira
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/674
Resumo: A agricultura tornou-se um setor estratégico para o crescimento econômico, visando assim a minorar as incertezas econômicas dos países, especialmente, daqueles em desenvolvimento. Assim o foi na maioria das nações hoje desenvolvidas, que impulsionaram suas economias a partir de aumentos na produtividade agrícola, especialmente após a Segunda Guerra Mundial. No Brasil, a reestruturação produtiva da agricultura deu-se especialmente nas décadas de 1950, 1960 e 1970. Ademais, o cenário macroeconômico a partir de 1970 foi favorável ao desenvolvimento desse setor. No Ceará, a exemplo do Nordeste, existem características peculiares em relação ao resto do País, que tornam maiores as dificuldades enfrentadas pelo setor. Ainda assim, o setor agropecuário é particularmente importante para o desenvolvimento da economia cearense, considerando sua contribuição na geração de emprego, renda e divisas. O objetivo deste estudo foi analisar as mudanças estruturais da agropecuária cearense no período de 1975-1995, levando em conta as 7 mesorregiões cearenses: Noroeste Cearense, Norte Cearense, Metropolitana de Fortaleza, Sertões Cearenses, Jaguaribe, Centro-Sul Cearense e Sul Cearense. Os métodos utilizados neste estudo constituíram-se, especialmente, dos índices de Törnqvist-Theill, que mede a produtividade e se expressa como uma forma agregativa da função transcendental logaritma (translog) homogênea; especialização produtiva, que revela o perfil produtivo de cada mesorregião, indicando maior grau de especialização ou diversificação produtiva; e mudança estrutural, que observa as mudanças ocorridas na produção. Os dados utilizados foram secundários do tipo cros-seccion, de acordo com a Produção Agrícola Municipal, Produção Pecuária Municipal e Censo Agropecuário do Ceará, edições dos anos de 1975, 1980, 1985 e 1995, publicados no IBGE. As produtividades parciais e total revelaram pequenas variações cíclicas. As menores produtividades ocorreram em 1980, em virtude das condições peculiares a esse ano. Os ganhos de produtividade no período seguinte (1985) ocorreram, possivelmente, como reflexo das políticas implementadas anteriormente para minimizar os impactos da seca. Ressalte-se que as Mesorregiões Metropolitana de Fortaleza e Jaguaribe demonstraram comportamento semelhante em todas as análises, revelando os maiores índices, ainda que decrescentes ao longo do período analisado. Já os Sertões Cearenses, apresentaram as menores produtividades em todo o período de análise. Na maioria das mesorregiões, a produtividade do trabalho foi mais explicada pela produtividade da terra do que pela relação terra-homem, xix indicando menor uso da mecanização no meio rural cearense. As mudanças estruturais foram pequenas e, em geral, em razão das mudanças na estrutura produtiva. Geralmente diversificada, a agropecuária cearense revelou especialização no ano de 1985, quando a Mesorregião Metropolitana de Fortaleza destacou-se pela produção de ovos de galinha, enquanto as outras mesorregiões, a exemplo do Estado, especializaram-se em leite de vaca. Conclui-se que as pequenas variações na produtividade da agropecuária cearense praticamente não afetaram as mudanças estruturais ocorridas, que se deram, especialmente, em razão da mudança na estrutura produtiva. As políticas públicas implementadas no período foram ineficazes ou pouco eficazes, haja vista os pequenos ganhos de produtividade alcançados. Espera-se que haja maiores investimentos no setor agropecuário de forma a incentivar a utilização de tecnologias apropriadas a cada tipo de atividade e a cada mesorregião, além da criação de associações e cooperativas para fortalecer a produção e comercialização de produtos e insumos. Sugere-se, ainda, que a implementação de políticas específicas voltadas para as áreas de sequeiro e a procura de outros nichos de mercado, incentivando novas opções de renda, como o artesanato, a apicultura e o turismo rural.
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