Buscar, carregar e armazenar: o acesso à água no cotidiano das comunidades do Tabuleiro de Russas-CE

• Autor(a) principal: Oliveira, Venâncio Sousa de
• Data de Publicação: 2016
• Outros Autores: Oliveira, Elaine Cristine Sousa de, Moreira, Carol Rodrigues, Silva, Julyalison Rodrigues Mendonça da, Mendes Neto, Volgan Timbó, Viana Junior, Mario Martins
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
• Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/62410
• topic: Abastecimento de água no campo - Russas (CE); Comunidades agrícolas

O acesso à água nas comunidades rurais do semiárido nordestino é marcado por períodos de estiagens, cheias e conflitos sociais. Esse meio hídrico é de suma importância para o camponês no desempenho de suas tarefas do seu cotidiano, que vão desde a agricultura, sua principal fonte de renda, até o cozinhar dos alimentos. Por essas questões, o não acesso à água, ou alguma mudança na forma de obtê-la, altera o dia a dia, as formas de trabalho, alimentação, etc. No caso das comunidades rurais de Russas-Ce, as dificuldades perpassavam tanto pela insalubridade como pela escassez da água. Na década de 1960, por conta de sua qualidade salobra, para que a população do Peixe conseguisse água potável era necessária a retirada em fontes afastadas a quilômetros de distância, como o açude do Dalton e o açude da Germana (de utilização pública). E nessa movimentação em busca da água foram construídos não apenas objetos de transporte e armazenagem, mas uma infinidade de relações sociais. O trabalho aqui proposto é resultado de dois anos de pesquisa junto ao COMTER em cinco comunidades rurais em Russas – CE (Cipó, Fazenda Maia, Junco, Lagoa dos Cavalos e Peixe). A metodologia utilizada foi a realização de entrevistas de história de vida dos moradores da região com foco nas falas que abordavam a relação desses sujeitos com a água, fosse pela fácil obtenção ou pelo cerceamento e dificuldades, presentes até hoje. Analisamos, portanto, as mudanças existentes no cotidiano camponês em virtude dos diferentes tipos de acesso à água ao longo do tempo focando nas formas de trabalho; nos diferentes tipos de medidas utilizados; na produção, preparo, circulação, distribuição e consumo de alimentos; na identificação e compreensão dos objetos utilizados para o cumprimento dessas tarefas, entre outros inúmeros aspectos que surgiram através das falas desses sujeitos e que nos ajudam a compreender melhor o modo de vida campesino no Ceará.