Ernesto, “UN Forastero Melancólico”: Investigações Sobre A Identidade E Melancolia Em Los Ríos Profundos (1958), De José María Arguedas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Correia, Elayne Castro
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Cunha, Roseli Barros
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/45465
Resumo: O presente estudo, pertencente a um projeto de dissertação de Mestrado ainda em andamento, objetiva investigar a identidade melancólica do personagem Ernesto, contido no romance Los ríos profundos (1958), de José María Arguedas (1911–1969). A melancolia, estado da alma de profundo e doloroso desânimo frente a um objeto perdido, é característica constituinte da personalidade de Ernesto, pois, apesar de ser mestiço – tem como língua nativa o castelhano, mas, desde muito pequeno, foi apresentado pelos índios à língua quéchua –, não consegue levar adiante a prática da mestiçagem. A consequência dessa incapacidade prática é a lamentação, o desânimo e a tristeza por não mais possuir o objeto, no caso a hegemonia da cultura quéchua. O protagonista é melancólico porque, como sujeito, perdeu seu lugar no laço social e não consegue mais se encaixar. A cada viagem, sente-se mais forasteiro e distante das memórias de uma época feliz. A melancolia torna-se, então, um traço distintivo do personagem. Para justificar esse traço na obra, o estudo se encarrega, inicialmente, de alinhar a conceituação de melancolia à de identidade e à de literatura. Em se tratando da teoria que trabalha a melancolia, o estudo se propõe a fazer um mapeamento do conceito melancolia, desde a sua aparição como palavra, em especial os trabalhos de Aristóteles (1998), passando pelos estudos psicanalíticos de Sigmund Freud (2011), até os estudos contemporâneos que localizam a melancolia como quadro de psicose maníaco-depressiva. Quanto aos estudos identitários, a pesquisa pretende dialogar primeiramente com as ideias de modernidade e de identidade de Giddens (1999). À literatura, corpus deste trabalho, é destinado um lugar de destaque. É necessário, antes, localizar Arguedas e Los ríos profundos (1958) nos estudos sobre a cultura, a história e a literatura latino-americanas. Para o início deste trabalho, fazem-se pertinente as abordagens de Rama (1982; 1982ª; 2001) e Cornejo-Polar (1997).
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