Saúde coletiva e violência urbana: o método da cartografia e a construção de um campo de pesquisa.

• Autor(a) principal: Benicio, Luis Fernando de Souza
• Data de Publicação: 2016
• Outros Autores: Barros, João Paulo Pereira
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
• Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/48785
• topic: Cartografia; Violência; Juventudes

Este trabalho visa relatar o processo de construção de uma pesquisa-intervenção de mestrado, sob o método da cartografia, para análise de linhas de saber-poder-subjetivação que produzem discursos e práticas institucionais em territórios da cidade de Fortaleza acerca do problema dos homicídios de jovens. Ligado ao Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violência, Exclusão Social e Subjetivação (VIESES-UFC). Investigar as práticas sobre as relações juventudes e a violência urbana se torna de grande relevância, pois a cidade de Fortaleza dispõe de indicadores preocupantes no que concerne ao número de homicídios envolvendo segmentos juvenis. A inserção em campo ocorre junto a profissionais e jovens ligados à Rede dos Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (CUCA), sendo este um dos dispositivos mais significativos das políticas de juventude em Fortaleza. Acompanhamos contextos grupais que figuraram como espaços de investigação e intervenção no Cuca, dentre os quais destacamos aqui o Grupo de Trabalho sobre Drogas e Juventudes, espaço de educação permanente voltado à problematização e ao compartilhamento de experiências em torno das práticas de cuidado e promoção de saúde junto a jovens. Nas discussões do GT, os participantes remetiam-se com recorrência aos efeitos das relações entre políticas de droga e violência envolvendo segmentos juvenis nas periferias urbanas. Assim, podemos delinear melhor o objeto da pesquisa de mestrado, uma vez que chamava atenção como questões ligadas às dinâmicas da violência urbana e sua relação com as juventudes atravessam o cotidiano de profissionais de saúde que atuam diretamente em territórios onde se registram elevados índices de letalidade. A partir dessas incursões em campo, um novo problema de pesquisa se erigiu, focalizando, doravante, as práticas tecidas no cotidiano de equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) acerca da questão dos extermínios de jovens nas margens urbanas da capital cearens