Bandeira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Esmeraldo, Sérvulo
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Capítulo de livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/47734
Resumo: Como eu conheci o Bandeira talvez não seja o mais correto, mas sim como eu ouvi falar de Bandeira. Eu trabalhava na gráfica do Instituto do Ceará (à Praça General Tibúrcio, s/n, de acordo com o Almanaque do Ceará de 1950). Foi um emprego que o Fran Martins (Francisco Martins, Iguatu, CE, 1913 / Fortaleza, CE, 1996, ficcionista e professor de Direito Comercial) me arrumou pra me ajudar como estudante que eu era... Isso foi em 1949 ou talvez 1950... Talvez seja 1949 mesmo, porque eu fiquei mais de um ano lá e em 1951 eu já fui pra São Paulo. Então, vamos dizer, não é uma data precisa... É entre 1948 e 1949 – 1948 é quando eu saí do Crato... Quando eu encontrei o Manuelito (Manoel Eduardo Pinheiro Campos, Guaiúba, CE, 1923 / Fortaleza, CE, 2007), ele tinha publicado um livro (Águas Mortas. Fortaleza: Edições Clã, 1943). As ilustrações e a capa desse livro eram do artista Bandeira. Eu perguntei quem era o Bandeira. Aí ele disse: “Ah, o Bandeira é um cabra véi da peste, morou em Paris, é um artista nosso aqui do Ceará”. E eu simplesmente nunca tinha ouvido falar do Bandeira, mesmo já conhecendo alguns artistas da SCAP (Sociedade Cearense de Artes Plásticas, fundada em 1944), mesmo já frequentando os salões, eu nunca tinha ouvido falar de Bandeira. Depois disso, eu sei que chegou a Fortaleza uma série de desenhos que alguém trouxe de Paris para ser vendido aqui para que esse dinheiro fosse mandado para Bandeira em Paris, onde ele não tinha bolsa, apenas trabalhava. Meu encontro mais aproximado do Bandeira foi quando eu o vi pessoalmente, que ele veio para primeira Bienal (Internacional de Artes) do Estado de São Paulo em 1951 – era fim de 1951, se não me engano. Ele veio e chegou justamente para Bienal, muito ajudado, digamos, muito encorajado pelo Aldemir Martins (Aurora, CE, 1922 / São Paulo, SP, 2006), que sempre foi um amigo de Bandeira, desde antes de ele ir para Paris. Então, nesse ano da Bienal, eu tive contato com o Bandeira.[...]
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