Estado nutricional de crianças portadoras de cardiopatias congênitas : avaliação de medidas antropométricas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Monteiro, Flávia Paula Magalhães
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/1766
Resumo: A assistência de enfermagem à criança portadora de cardiopatia congênita com ênfase na investigação de dados antropométricos é recomendada precocemente, pois significantes atrasos no peso e comprimento devido ao comprometimento hemodinâmico relacionam-se intimamente aos problemas nutricionais. Buscou-se avaliar o estado nutricional de crianças menores de 2 anos de idade, portadoras de cardiopatias congênitas, mediante estudo antropométrico, caracterizar os dados sociodemográficos, história alimentar e antecedentes perinatais, analisar os percentis e escore Z de peso/comprimento, peso/idade, comprimento/idade, circunferência braquial, índice de massa corporal/idade e verificar os preditores de alteração dos parâmetros antropométricos, dos percentis e escore Z nessas crianças. Estudo transversal e observacional desenvolvido em duas instituições de saúde ambulatorial e hospitalar, referências em doenças cardíacas. A coleta de dados ocorreu de janeiro a junho de 2009, utilizando formulário estruturado em dados: identificação da criança, sociodemográficos, antecedentes perinatais, diagnóstico patológico, registro alimentar atual e medidas antropométricas. Respeitaram-se todos os aspectos éticos e avaliaram-se 132 crianças predominantemente de Fortaleza-CE, do sexo masculino, com mediana de idade até 8,5 meses e portadoras de cardiopatias congênitas acianóticas, tipo comunicação interatrial, em acompanhamento ambulatorial, no período pré-operatório. Conforme os achados, a maioria de crianças era desprovida financeiramente; as mães haviam cursado até nove anos de estudo, restritas às atividades do lar, e dividiam com os companheiros os cuidados do filho. A maior parte das crianças consumia fórmulas lácteas infantis acrescentadas de complementos alimentares. Segundo os antecedentes perinatais, evidenciaram-se mães com até dois filhos e aproximadamente 27 anos de idade no nascimento do filho cardiopata, alimentação adequada durante o período gestacional, assinalado por intercorrências: infecções do trato urinário, sangramentos transvaginais, dores, ameaça de aborto, hiperêmese gravídica, hipertensão arterial, rubéola, anemia ferropriva, diabetes gestacional, anorexia e edema. Metade das mães realizou até seis consultas de pré-natal. Grande parcela das crianças nasceu de parto cesáreo e foi classificada como RN a termo, com elevados escores de Apgar. Com referência à antropometria, tiveram valores de peso e comprimento adequados ao nascer e outras medidas obtidas no momento do estudo consideradas dentro do padrão de normalidade. Os percentis e escores Z predominantes no estudo concentraram-se dentro da faixa de normalidade nutricional. No entanto, os valores de escores Z apresentaram variações negativas com desvio para a esquerda, portanto, mesmo incluídas na faixa nutricional adequada, as crianças estão em risco iminente de desenvolver alterações nutricionais e seus valores de escores Z ainda são discrepantes em relação às crianças sadias. Na análise de fatores preditores, a ocorrência de desnutrição imediata e desnutrição aguda está relacionada à diminuição do valor da prega cutânea subescapular e a ocorrência de desnutrição imediata refere-se ao elevado escore de Apgar no primeiro minuto. Além disso, a desnutrição crônica relacionou-se às crianças do sexo feminino com idades maiores. Por fim, em face da magnitude do defeito cardíaco e sua profunda repercussão no estado nutricional da criança, estudos podem aperfeiçoar o conhecimento do enfermeiro e subsidiar o acompanhamento do crescimento que possibilite melhor prognóstico dessas crianças em diferentes contextos da saúde.
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