Distribuição da renda do trabalho: o Brasil na década de oitenta

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barreto, Luiz Roberto
Data de Publicação: 1996
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
dARK ID: ark:/83112/001300002907r
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/64813
Resumo: A monografia se dedica a análise da distribuição de renda do trabalho no Brasil durante a década de oitenta. Primeiramente, é abordado alguns aspectos teóricos sobre a distribuição de renda, envolvendo teorias sobre: a distribuição funcional - que considera a segmentação do mercado de trabalho -, e a distribuição pessoal - que concede importância ao capital humano, mais precisamente ao nível educacional do trabalhador. Um importante estudo é realizado por Langoni sobre o aumento da distribuição de renda na década de sessenta, que atribui tal processo ao desequilíbrio transitória entre oferta e demanda por mão-de-obra qualificada durante os fases iniciais do desenvolvimento econômico do país, mas que acaba sendo muito criticada por não considerar a segmentação do mercado de trabalho e os fatores de ordem política. Em seguida é realizada uma análise comparativa da desigualdade de renda entre as décadas de sessenta, setenta e oitenta. Foram observadas duas diferenças entre a década de oitenta e as duas décadas anteriores com relação à iniqüidade da distribuição. A primeira revela que a mudança na composição da força de trabalho, muito intensa nas décadas de sessenta e setenta, devido ao grande desenvolvimento do país, quase não influencia a variação da desigualdade de renda do trabalho na década de oitenta, explicado pelo fraco desempenho econômico brasileiro no período. A segunda diferença é que o aumento da desigualdade de renda se processa simultaneamente à uma redução de renda média dos trabalhadores, sendo que os grupos de renda mais baixa sofreram perdas maiores do que os grupos de renda mais alta. Na terceira parte é analisada as principais causas do aumento da distribuição de renda na década de oitenta, dando destaque à aceleração da inflação e às políticas salariais prejudiciais à manutenção do salário real do trabalhador. O crescimento da concentração de renda se processa numa conjuntura econômica marcada por fases de recessão e retomada do crescimento, que envolve planos de estabilização com ênfase no arrocho salarial. Com a conquista de uma liberdade política, os agentes econômicos ficam mais livres para agir e entram num conflito pela renda através da geração da inflação. Alguns agentes perdem mais que outros durante esse processo, se beneficiando basicamente, os mais ricos, os setores oligopolizados e os grupos de trabalhadores que tiveram maior poder de barganha para conseguir manter o seu ganho real. Isso levou a uma maior dispersão salarial entre os trabalhadores que repercutiu no aumento da desigualdade de renda.
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