Resíduos sólidos domiciliares, ambiente e saúde : (inter)relações a partir da visão dos trabalhadores do sistema de gerenciamento de resíduos de Fortaleza/CE
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/1030 |
Resumo: | Como um dos produtos finais da lógica de desenvolvimento hegemônica, do crescimento populacional, dos avanços tecnológicos e do aumento do consumo, os Resíduos Sólidos, comumente chamados por lixo, constituem hoje um “problema” (direto ou indireto) para o ambiente e para a saúde pública. Nessa perspectiva, essa pesquisa teve por objetivo geral compreender as (inter)relações entre os Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD), o ambiente e a saúde a partir da visão de alguns trabalhadores do Sistema de Gerenciamento de RSD de Fortaleza/CE. Para tanto, realizamos revisão bibliográfica, levantamento de informações e imagens junto aos órgãos competentes e pesquisa de campo constando de entrevistas semi-estruturadas com diferentes segmentos de trabalhadores que lidam com os RSD: garis, catadores da Usina de Triagem do Jangurussu e da Associação de Catadores do Jangurussu (ASCAJAN). Realizamos ainda registros fotográficos, contatos as comunidades e observação direta. Após realização de 10 entrevistas, fizemos as transcrições e sistematizamos as informações chegando às seguintes categoriais sobre as (inter)relações entre os RSD, o ambiente e a saúde: “O Trabalho, a Doença e a Saúde”, “Os Significados do Lixo”, “Que Lixo é Esse?”, “O Lixo e o Ambiente”, “O Trabalho com o Lixo e a Sociedade” e “Do Lixo a um Novo Horizonte”. As perspectivas apresentadas pelos sujeitos mostraram um pouco do “lugar de onde falam”. Assim, os garis entrevistados falam de um lugar repleto de muito trabalho e esforço físico e marcado por más relações de trabalho. Os integrantes da Usina de Triagem falam de um lugar abandonado pelos órgãos competentes e sociedade, subordinado aos interesses de donos de depósitos e claramente propício à problemas ocupacionais. Já os membros da ASCAJAN falam de um lugar mais salubre, entretanto com ganhos relativos reduzidos e que espera materiais recicláveis provenientes da solidariedade alheia. Trabalhar com os RSD não tem, para os entrevistados, uma única representação ou sentido, sendo dotado de características positivas ou negativas, da dialética inclusão/exclusão, saúde/doença, orgulho/humilhação. Os depoimentos permitiram observar que há um cotidiano marcado por riscos ambientais e ocupacionais, omissão e/ou despreparo dos órgãos competentes e da sociedade e ainda um trabalho que torna os envolvidos cada vez mais invisíveis, além da produção de RSD representar negativos impactos ambientais e à saúde pública. |
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