A face negativa do trabalho docente no capitalismo à luz do pensamento de Marx e Lukács

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinheiro, Víctor Moita
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/22775
Resumo: A dissertação com o título A face negativa do trabalho docente no capitalismo à luz do pensamento de Marx e Lukács tem como objetivo central realizar uma discussão acerca da dupla face do trabalho no capitalismo no seu sentido positivo e negativo, demonstrando a determinação reflexiva dessa dupla face no trabalho docente universitário, destacando a sua dimensão negativa, enfocando ainda a educação omnilateral como mediação para a superação do predomínio dessa face negativa, tomando como referencial teórico o pensamento de Marx, de Lukács e de Saviani. A questão que perpassa essa temática é a consideração de que a gênese do capitalismo trouxe consigo a esperança de que os bens produzidos seriam mais acessíveis para toda a população no sentido de atender as suas necessidades básicas. No entanto, aos poucos, a lógica do capital foi sendo revelada. Sua finalidade central é a geração do lucro por meio de todos os produtos, desde os mais básicos aos mais diversos artigos de luxo. Portanto, os bens produzidos tornaram-se mercadorias, inclusive a força de trabalho do trabalhador, aviltando, assim, a dimensão humana dos homens. Porém, o trabalho, por ter essa dimensão de exploração, não deixa de ter também a sua dimensão de geração da sociabilidade e de realização do homem na sua generidade humana. Tal questão se ancora, principalmente, na tese de Marx sobre o trabalho no capitalismo, evidenciando a sua dupla dimensão – criador de valor de uso e, ao mesmo tempo, criador de valor de troca –, que será retomada por Lukács e, a partir da qual, ele tematizará, respectivamente, o trabalho enquanto categoria fundante do homem como ser social e o trabalho estranhado enquanto aviltamento do gênero humano. Eis a dupla face do trabalho. Nesse sentido, a forma como o trabalho se realiza no capitalismo é uma temática que merece amplas discussões e questionamentos. Por estar inserido nesse contexto, estabelecemos como ponto central da nossa dissertação investigar se há uma incidência dessa dupla face do trabalho na educação formal e, consequentemente, no trabalho docente, destacando o trabalho docente no ensino superior. A educação é um dos complexos sociais mais potentes e importantes da estrutura social. Ela surge, como todos os outros complexos, com a instauração do processo de trabalho. Com efeito, de acordo com o modo do trabalho, teremos também um tipo de educação, tanto na sua dimensão positiva como na negativa. Portanto, a dupla face do trabalho no capitalismo é uma realidade que pode estar presente nas várias classes de trabalhadores, inclusive no trabalho docente no ensino superior. Diante dessas considerações, indagamos se há uma influência, uma determinação reflexiva, da dupla face do trabalho na educação formal e, consequentemente, no trabalho docente. A nossa hipótese central é a de que realmente existem influências, determinações reflexivas, do duplo aspecto do trabalho, positivo e/ou negativo; esse último, de modo predominante, no trabalho docente. Uma das formas dessa influência no seu aspecto negativo é a sobrecarga de trabalho que dificulta a possibilidade de o professor exercer o seu trabalho com ética e competência. Também consideramos que a educação, na sua dimensão omnilateral, poderia ser uma mediação para a superação da predominância dessa face negativa, pois o trabalho docente voltado para uma educação dessa natureza certamente não comportaria a exploração e o estranhamento do trabalho docente típico da sociedade capitalista, destacando aqui o professor universitário. Para desenvolver as nossas considerações, recorremos principalmente às obras Manuscritos econômico-filosóficos de 1844 e alguns volumes de O capital, de Karl Marx; Ontologia do ser social, de György Lukács; e História das ideias pedagógicas no Brasil, Escola e democracia e Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações, de Dermeval Saviani. Visando alcançar o nosso objetivo, fizemos uma análise imanente das obras supracitadas e perseguimos o método dialético, próprio dos autores estudados. Por fim, para desenvolver essas questões, a nossa dissertação está composta por três capítulos: A dupla face do trabalho no capitalismo: Marx e Lukács; O trabalho docente no capitalismo: pensando a educação brasileira; A educação omnilateral como mediação para a superação da face negativa do trabalho docente.
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A questão que perpassa essa temática é a consideração de que a gênese do capitalismo trouxe consigo a esperança de que os bens produzidos seriam mais acessíveis para toda a população no sentido de atender as suas necessidades básicas. No entanto, aos poucos, a lógica do capital foi sendo revelada. Sua finalidade central é a geração do lucro por meio de todos os produtos, desde os mais básicos aos mais diversos artigos de luxo. Portanto, os bens produzidos tornaram-se mercadorias, inclusive a força de trabalho do trabalhador, aviltando, assim, a dimensão humana dos homens. Porém, o trabalho, por ter essa dimensão de exploração, não deixa de ter também a sua dimensão de geração da sociabilidade e de realização do homem na sua generidade humana. 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Com efeito, de acordo com o modo do trabalho, teremos também um tipo de educação, tanto na sua dimensão positiva como na negativa. Portanto, a dupla face do trabalho no capitalismo é uma realidade que pode estar presente nas várias classes de trabalhadores, inclusive no trabalho docente no ensino superior. Diante dessas considerações, indagamos se há uma influência, uma determinação reflexiva, da dupla face do trabalho na educação formal e, consequentemente, no trabalho docente. A nossa hipótese central é a de que realmente existem influências, determinações reflexivas, do duplo aspecto do trabalho, positivo e/ou negativo; esse último, de modo predominante, no trabalho docente. Uma das formas dessa influência no seu aspecto negativo é a sobrecarga de trabalho que dificulta a possibilidade de o professor exercer o seu trabalho com ética e competência. Também consideramos que a educação, na sua dimensão omnilateral, poderia ser uma mediação para a superação da predominância dessa face negativa, pois o trabalho docente voltado para uma educação dessa natureza certamente não comportaria a exploração e o estranhamento do trabalho docente típico da sociedade capitalista, destacando aqui o professor universitário. Para desenvolver as nossas considerações, recorremos principalmente às obras Manuscritos econômico-filosóficos de 1844 e alguns volumes de O capital, de Karl Marx; Ontologia do ser social, de György Lukács; e História das ideias pedagógicas no Brasil, Escola e democracia e Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações, de Dermeval Saviani. Visando alcançar o nosso objetivo, fizemos uma análise imanente das obras supracitadas e perseguimos o método dialético, próprio dos autores estudados. Por fim, para desenvolver essas questões, a nossa dissertação está composta por três capítulos: A dupla face do trabalho no capitalismo: Marx e Lukács; O trabalho docente no capitalismo: pensando a educação brasileira; A educação omnilateral como mediação para a superação da face negativa do trabalho docente.Lopes, Fátima Maria NobrePinheiro, Víctor Moita2017-05-18T11:01:40Z2017-05-18T11:01:40Z2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfPINHEIRO, Víctor Moita. 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